sexta-feira, 20 de julho de 2018
AMAR-SE?... MAS... O QUE SERÁ ISSO?...
Sinceramente... sempre tive o cuidado de amar quem se cruzasse
comigo no decorrer dos dias, e de dar muito mais atenção a essas pessoas do que
a mim mesma.
Claro que esta minha maneira de proceder foi-se clarificando principalmente
dentro dos meus mais próximos, que a dada altura, começaram de me chamar à
atenção para esse facto dizendo que, quem não gostasse e cuidasse de si mesmo,
não poderia cuidar de mais ninguém.
Fiquei um pouco perplexa, e como, graças ao bom Deus, já vai sendo
costume, sem responder! Mas deixou-me a pensar muito a sério no assunto... cá
com os meus botões!...
Passado poucos dias a minha filha voltou a repetir-me: ‘Estou
preocupada contigo, mãe! Ou te cuidas... ou não sei que será de nós! Já nos
basta a todos a doença do pai e a manhinha!'
A ‘manhinha’ é a avó paterna, com oitenta e oito anos, com todos
os inconvenientes que daí lhe advém e possam advir, pois foi sempre muito
mandona, sabichona, possessiva e senhora do seu nariz... e como lá diz o velho ditado
‘o que o berço dá só a tumba o tira’. Esta é a razão porque teremos sempre de ter
inúmeros cuidados para que nada lhe falte e possa sentir-se bem em todos os
sentidos!
Esta senhora aflige-me por demais! A minha filha lida melhor com
ela do que eu! Quando, por alguma razão, necessito sair seja para onde for, é a
minha filha que aguenta com tudo, daí as palavras que me dirigiu... e vai
dirigindo de quando em vez.
Ela... e não só, também a restante família... e algumas amizades
mais íntimas!
No entretanto... as comédias dos meus setenta e dois verãos vão-me
diminuindo as capacidades e não tenho mesmo
outro jeito senão cuidar-me... para não me ver logo na necessiade de ser
cuidada!
E que raio será este... cuidar-me???
Depois de muito refletir cheguei à conclusão de que o cuidar-me...
será pensar um pouco mais em mim, ver o que posso ou não posso fazer e
estabelecer prioridades evitando fazer o que mais me custa devido às diferentes
mazelas que me vão aparecendo nas diferentes partes do corpo... que se deve
manter o mais possível operacional.
Isto... de facto... é amar-se... a si mesmo...pelo seu próprio
bem-estar, e pelo bem-estar de quem connosco se vai cruzando no decorrer
ritmado dos dias, principalmente daqueles que nos estão ligados por laços
de amor e sangue!
E acabei por interiorizar que este meu novo procedimento, que me
leva a pensar e cuidar mais de mim, afinal, não tem nada de egoísta, muito pelo
contrário, é uma forma de estabilizar o mais possível a família e os amigos que,
vendo-nos razoavelmente, se sentem muito mais tranquilos e com a vida mais estabilizada!
Será que com este meu modo de pensar... respondi à minha própria pergunta?
Poderá haver outras respostas... mas penso que sim, que respondi à
pergunta que me fiz!
Chagamos a uma certa altura na vida que o amar-nos e cuidar-nos é
amar verdadeiramente os demais, aqueles que se preocupam connosco e nos querem
ver bem e felizes!
Bom fim de semana!
Que Deus nos ajude!
HN
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