sexta-feira, 11 de novembro de 2022

NÃO SEI QUE DIGA!

 


NÃO SEI QUE DIGA!

Não sei mesmo! Nem sequer sei o que sinto!

Para já, imensas saudades pois o Herculano por estas alturas não parava em casa, corria atrás das festas de São Martinho, de Cavalos, castanhas e muito mais!

Não dá para compreender como se pode juntar o São Martinho, com tudo quanto fez de maravilhoso na sua vida, à festa da castanha e da prova do vinho novo.

São Martinho nasceu nos princípios do século IV, na Panónia, na atual Hungria, filho de um comandante romano, crescendo na região de Pavia, Itália, numa família pagã. Porque pensavam que seguiria a vida militar, foi convocado para o exército romano quando tinha quinze anos e percorreu todo o Império Romano do Ocidente.

Em adolescente, descobriu o cristianismo, que só mais tarde, depois de ter abandonado o exército abraçou, recebendo o Batismo no ano 326.

Tornou-se discípulo de Santo Hilário, bispo de Poitiers, que o ordenou diácono e presbítero, depois do que regressou a Panónia e converteu a mãe.

Esteve algum tempo em Milão de onde foi expulso com Santo Hilário passando algum tempo na ilha da Galinária ao largo da costa italiana.

Voltou à Gália e perto de Poitiers fundou o mais antigo mosteiro  conhecido na Europa, na região de Ligugé. Os milagres que fazia atraíam multidões.

Foi ordenado bispo de Tours em 371. Fundou o mosteiro de Marmoutier e as primeiras igrejas rurais na região da Gália, onde foi pregador incansável atendendo de igual modo ricos e pobres. Morreu em Candes a 8 de Novembro de 397, sendo sepultado a 11 de Novembro em Tours, lugar de intensa peregrinação desde o século V. E ficou a ser comemorado no dia do seu funeral.

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A lenda de São Martinho

Num dia frio e chuvoso de inverno, Martinho seguia montado a cavalo quando encontrou um mendigo. Vendo o pedinte a tremer de frio e sem nada que lhe pudesse dar, pegou na espada e cortou o manto ao meio, cobrindo-o com uma das partes. Mais à frente, voltou a encontrar outro mendigo, com quem partilhou a outra metade da capa. Sem nada que o protegesse do frio, Martinho continuou viagem. Diz a lenda que, nesse momento, as nuvens negras desapareceram e o sol surgiu. O bom tempo prolongou-se por três dias.

Na noite seguinte, Cristo apareceu a Martinho num sonho. Usando o manto do mendigo, voltou-se para a multidão de anjos que o acompanhavam e disse em voz alta: “Martinho, ainda catecúmeno [que não foi batizado], cobriu-me com esta veste”.

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Ligadas ao Dia de São Martinho, que é festejado por toda a Europa, há muitas tradições, que variam entre países.

Em Portugal a tradição é o magusto/castanha assado, água-pé, jeropiga, a prova do vinho novo. Pensa-se que esta tradição vem arrastada do acender fogueiras e assar castanhas no dia de Todos os Santos… e os dias de sol que antecedem ou acontecem nesta altura denominam-se de “Verão de São Martinho”!

Num santo tão importante na Igreja festejar-se com festas de castanhas e bebidas… continua a não se compreender!

Que São Martinho nos ajude a perceber!

 

Hermínia Nadais

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