terça-feira, 15 de setembro de 2015

SE OLHARMOS PARA DENTRO…




Cada vez me convenço mais que olhar, educar as crianças é deveras difícil.
Diz-se e com razão que ninguém dá o que não tem, ou seja quem não for minimamente educado nunca conseguirá educar como convém. Daí, haver um sem número de comportamentos difíceis em todas as crianças, cada uma do seu jeito. E é ao longo da vida que vão modificando a sua maneira de ser, sendo corrigidos ou autocorrigindo os defeitos.
A correcção e autocorrecção é de toda a vida... pois por mais que o queiramos evitar sempre encontraremos muitas coisas erradas nas nossas atitudes, é só olhar um pouquinho para dentro de nós com vontade de ver, realmente, os defeitos que temos.
Uma das coisas que mais me custou a corrigir e no que ainda vou escorregando algumas vezes tem a ver com o que se fala e como se fala acerca dos outros.
Retirei um pouco de uma homilia do Santo Padre que me tocou muito e vem mesmo a propósito:
“Fazer exame de consciência e ter a coragem de acusar a si mesmo antes de acusar os outros: sem isto, somos "hipócritas".
A "recompensa" já é evidente quando Jesus diz: "Não julgueis, para que não sejais julgados. Não condeneis, e não sereis condenados".
"O primeiro passo é acusar a si mesmos. A coragem de acusar a si mesmo antes de acusar os outros. Paulo louva o Senhor porque Ele o elegeu e dá graças a Deus porque ‘confiou em mim ao colocar-me a seu serviço, porque eu era um blasfemo, perseguidor e violento’. Mas recebi misericórdia".
Jesus já tinha nos ensinado a não olhar para o "cisco" no olho do irmão, mas para a "trave" em nosso próprio olho. Acusar a si mesmo é o "primeiro passo" e ninguém tem o direito de sentir-se "juiz para remover a farpa dos olhos dos outros".
Sem isto, nos tornamos "hipócritas". Assim como não é cristão quem não perdoa, tampouco é cristão quem "não tem a capacidade de acusar a si mesmo", de entrar "nesta obra tão bela da reconciliação, da paz, da ternura, da bondade, do perdão, da generosidade, da misericórdia que Jesus Cristo nos trouxe".
Por isso, é importante pedir "ao Senhor a graça da conversão" e "parar" quando nos lembramos dos "defeitos dos outros". Um exemplo a seguir é o de São Paulo, que se reconhece "blasfemo", "perseguidor" e "violento".
Em vez de fazer "comentários sobre os outros", é melhor fazer "comentários sobre nós mesmos", o "primeiro passo" no "caminho da magnanimidade". Aqueles que só "olham para o cisco no olho dos outros" revelam "uma alma mesquinha, cheio de pequenezas, cheia de fofocas".
A graça a pedir a Deus, portanto, é a de "seguir o conselho de Jesus: ser generosos no perdão, ser generosos na misericórdia".
"Uma pessoa que nunca, nunca, nunca tenha falado mal dos outros poderia ser canonizada imediatamente", sem sequer "necessidade do milagre".”
Estas palavras são maravilhosas! Se tivermos a coragem de nos olharmos interiormente com clareza e modo a conhecer-nos bem tal qual somos nunca teremos coragem de criticar ninguém, muito pelo contrário. Acabamos por compreender e aceitar as pessoas como são. E em vez de criticar os seus defeitos, vamos procurando as suas qualidades para as enaltecer do modo a que tenham a coragem necessária para puderem mudar de vida, ser melhores!
Se Deus nos perdoa sempre, nos olha com todo o carinho e ternura e tem tanta paciência connosco colocando no nosso caminho tantas pessoas para nos proteger e ajudar das mais diversas formas, porque não tentar a todo o custo ajudar também e ser presente aos nossos irmãos?
Que Deus nos ajude!   

Sem comentários: