Na
vida há muitas surpresas difíceis de superar, mas uma vida sem surpresas torna-se
monótona!
Não
tenhamos dúvidas de que a vida está sempre cheia de surpresas! Contudo, para
que não nos passem despercebidas, temos de nos conservar bem atentos. Até
porque as melhores surpresas não necessitam ser audíveis ou visíveis, mas
sensíveis ao coração! Essas serão sempre as melhores surpresas!
Mas
para que consigamos senti-las como convém, temos de nos desligarmos de muitas
coisas que não nos deixam ver as coisas com simplicidade!
O
Evangelho de hoje falava das Bem-Aventuranças!
Falar
das Bem-Aventuranças, interiorizar as Bem-Aventuranças, é uma grande preparação
para nos maravilharmos com tudo o que nos vai enchendo profundamente, para nos
irmos surpreendendo a cada instante com o que, se estivermos predispostos, Deus
vai fazendo em nós e connosco!
Já
agora, vamos lembrar o que nos diz Santo Ambrósio sobre as ditas Bem-Aventuranças:
“«Felizes vós, os pobres,
[...] Felizes vós, os que agora chorais»
«Felizes vós, os
pobres». Nem todos os pobres são felizes, pois a pobreza é uma coisa neutra:
pode haver pobres bons e maus. [...] Bem-aventurado o pobre que invoca o Senhor
e Ele o atende (Sl 33,7): pobre em erros, pobre em vícios, o pobre no qual o
príncipe deste mundo nada encontrou (Jo 14,30), o pobre que imita aquele Pobre
que, sendo rico, Se tornou pobre por nós (2Cor 8,9). É por isso que Mateus dá a
explicação completa: «Felizes os pobres de espírito», pois o pobre de espírito
não se ufana, não se engrandece no seu pensamento humano. Esta é, então, a
primeira beatitude.
[«Felizes os mansos» escreve Mateus em seguida.] Tendo-me libertado de todos os
pecados [...], estando satisfeito com a minha simplicidade, isento de mal,
resta-me moderar o meu carácter. De que me serve não possuir bens materiais, se
não for manso e tranquilo? Porque seguir o caminho certo é, evidentemente,
seguir Aquele que diz: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração»
(Mt 11,29). [...]
Dito isto, lembrai-vos de que sois pecadores: chorai os vossos pecados. Chorai
os vossos erros. E é razoável que a terceira beatitude seja para aqueles que
choram os seus pecados, pois é a Trindade que perdoa os pecados. Purificai-vos,
pois, com as vossas lágrimas e lavai-vos com o vosso choro. Se chorardes por
vós mesmos, ninguém terá de chorar por vós. [...] Todos temos os nossos mortos
para chorar; morremos quando pecamos. [...] Que o pecador chore por si mesmo e
se arrependa, a fim de se tornar justo, pois «o que advoga a sua causa parece
ter razão» (Pr 18,17).”
O que advoga a causa dos
pecadores é Deus/Jesus Cristo! Ele é o nosso advogado porque nos defende e juiz
porque está sempre pronto a perdoar-nos e a arranjar jeitos de nos defender!
Que melhor poderemos ter
na vida! Que melhor surpresa poderemos ter todos os dias, do que ter cada vez
mais certeza que Deus é Amor, nos ama infinitamente e está sempre à espera de
que nos voltemos para Ele desejando o Seu Amor e perdão que Ele nos oferece façamos
o que fizermos!...
Que Deus seja louvado!
Sem comentários:
Enviar um comentário