sexta-feira, 25 de novembro de 2016

«EU HOJE DEVO FICAR EM TUA CASA.» (in Lc 19, 1-10)

Esta frase de Jesus para Zaqueu, e que converteu o Zaqueu, não foi  só  para o Zaqueu mas para todos nós!

Para Zaqueu Jesus queria ficar na casa dele, no espaço físico onde ele morava!

Zaqueu, ao ouvir Jesus, cheio de felicidade, correu a abrir-Lhe as portas de par em par!

Jesus entrou! E foi a partir daí que Zaqueu conseguiu dar a volta á sua vida, ou seja, conseguiu aderir à ideia de viver ao jeito de Jesus!

E logo ali, anunciou a mudança dizendo abertamente tudo o que tinha decidido fazer, depois do que Jesus disse aos presentes: “Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão.”

Mas Jesus não se contentou com estas palavras! Afirmo uma outra verdade:

“Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido!”

Olhando para mim mesma, para o que já fui e para o que agora sou, não necessito de olhar para mais ninguém para afirmar a realidade desta frase de Jesus!

Não tenho dúvidas! Das mais diversas formas, Ele vai batendo à porta da nossa casa ou nosso coração, e quando Alguém se predispõe a deixá-Lo entrar, assim, na sua vida, nunca mais será igual ao que era dantes!

E o mais curioso é que Deus, realmente, é o melhor dos Pedagogos! Não ensina ou pede tudo de uma vez, vai tocando ora num defeito… ora numa qualidade… ora noutra qualidade… ora noutro defeito… não nos larga mais. E a dada altura, quando nos predispomos a olhar-nos mais profundamente, acabamos por verificar as mudanças e por O louvar sempre e cada vez mais! A felicidade é imensa!

Vamos ver o que nos diz a Carmelita Santa Isabel da Santíssima Trindade:   

“«Eu hoje devo ficar em tua casa.»
«Só em Deus repousa a minha alma; dele vem a minha salvação. Só Ele é o meu rochedo e a minha salvação, a minha fortaleza; jamais vacilarei» (Sl 61, 2-3). Eis o mistério que canta hoje a minha lira! Como a Zaqueu, o meu Mestre disse-me: «Desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa.» Desce depressa, mas aonde? Ao mais fundo de mim própria: depois de me ter deixado a mim própria, separado de mim própria, despojada de mim própria, numa palavra, sem mim própria.
«Eu hoje devo ficar em tua casa.» É o meu Mestre que me exprime esse desejo! O meu Mestre quer habitar em mim, com o Pai e o seu Espírito de amor, porque, segundo a expressão do discípulo amado, eu estou em comunhão com eles (1Jo 1,3). «Já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus», diz S. Paulo (Ef 2,19). E para mim ser «concidadãos dos santos e membros da família de Deus» consiste em viver no seio da tranquila Trindade, no meu abismo interior, nessa fortaleza inexpugnável do santo recolhimento de que fala S. João da Cruz. [...]
Oh! Que bela é esta criatura assim despojada, salva de si própria! [...] Ela sobe, eleva-se acima dos sentidos, da natureza; ultrapassa-se a si própria; ultrapassa toda a alegria, assim como toda a dor, e passa através das nuvens, para só descansar quando tiver penetrado no interior daquele que ama e que lhe concederá, Ele próprio, o repouso. [...] O Mestre disse-lhe: «Desce depressa.» É ainda sem de lá sair que ela viverá, à imagem da Trindade imutável, num eterno presente [...], tornando-se, por um olhar sempre mais simples, mais unitivo, «o esplendor da sua glória» (Heb 1,3), dito de outro modo, louvor e glória da suas adoráveis perfeições.”
Dizer mais do que o que nos diz este texto de Santa Isabel da Santíssima Trindade, eu não consigo! Sinto  imensa felicidade a lê-lo! Não sei explicar muito bem de onde me vem!
Talvez… do Bom Mestre como ela Lhe chama!
Um bom final de Semana para toda a gente!

HN

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