quinta-feira, 15 de abril de 2021

PORQUÊ… A LIBERDADE DO HOMEM!

 

Sim! Porquê!?

Porque Deus assim quis. Criou os Anjos livres… e alguns revoltaram-se contra Ele e tornaram-se em demónios… demónios que agora lutam para que os homens façam como eles, não façam a vontade de Deus e odeiem os irmãos!

O ódio e a revolta têm a ver com o mal, o demónio! O amor, a delicadeza, a aceitação, a ternura, a entrega, a preocupação com o outros têm a ver com Deus, com a Sua vontade, com o que Jesus nos veio ensinar tornando-se num Homem entre os homens, sem deixar de ser Deus. Às vezes… dou comigo a pensar no enormíssimo Amor e dedicação que tem por nós para proceder dum jeito destes, deixar o Pai e vir ao mundo e voltar para o Pai depois de tanta amargura e sofrimento… sem nunca ninguém Lhe ter ouvido uma palavra de desânimo!

Ai, Senhor Jesus querido, tanto que temos de aprender contigo! Até quando, Senhor? Até sempre… e acabamos por partir sem ter aprendido. Valer-nos-á, a Tua enormíssima Misericórdia e infinito Amor!

A Tua imensa amargura e sofrimento, foi para ensinar aos homens o caminho do céu, para os chamar para Ti! Deixastes a Igreja, Tua Igreja Católica, de que somos parte integrante pelo Batismo, e por que deveríamos ser verdadeiros apóstolos para chamar todas as gentes para Ti! Mas… muitas vezes, em vez de sermos exemplo a seguir, damos mau exemplo, mesmo pertencendo à Tua Santa Igreja!

As escrituras completam-se e são maravilhosas, mas… aprender a retirar delas o que nos podem oferecer, é tão complicado que acabamos por ir descobrindo aos pouquinhos se formos, de facto, dedicados à Igreja, pois, de contrário, nunca as perceberemos como convém. E mesmo bem ligados à Igreja e inseridos nos seus maravilhosos movimentos, não tenho vergonha de dizer que tenho aprendido muito nos meus setenta e quatro setenta e cinco anos, a tal ponto, que se pudesse estar o tempo todo a estudar, meditar, rezar, interiorizar, o faria.

“”Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208) bispo, teólogo, mártir

Contra as heresias, IV, 37

«Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida»

Deus fez o homem livre […] para que ele pudesse responder aos seus apelos voluntariamente e sem constrangimentos. De facto, em Deus não há violência, mas Ele convida-nos constantemente ao bem. Ele deu ao homem o poder de escolher, como havia feito com os anjos. […] E não é só no âmbito da sua atividade, mas também no campo da fé que o Senhor salvaguarda a liberdade […] do homem. Com efeito, Ele diz: «Faça-se segundo a tua fé» (Mt 9,29), mostrando assim que a fé é característica do homem, porque depende da sua decisão pessoal. Diz ainda: «Tudo é possível a quem crê» (Mc 9,23) e, noutra passagem, «Vai, que tudo se faça segundo a tua fé» (Mt 8,13). Todos estes textos mostram que o homem orienta o seu próprio destino conforme escolhe acreditar ou não. Por isso, «quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida» […].

Dir-se-á então que teria sido melhor Deus não ter criado os anjos com a possibilidade de desobedecerem à sua Lei. Também não devia ter criado os homens, que tão depressa se tornariam ingratos para com Ele: na verdade, esse era o risco associado à sua natureza racional, capaz de examinar e julgar; devia tê-los feito semelhantes aos seres desprovidos de razão e de princípio de vida própria. […] Mas, nesse caso, o bem não teria nenhuma atração para os homens, a comunhão com Deus nenhum valor a seus olhos. O bem não despertaria neles o menor desejo, uma vez que seria adquirido sem terem de o procurar […]; o bem seria inato neles. […] Se o homem fosse bom por natureza e não por vontade […], não compreenderia que o bem é apetecível, não poderia apreciá-lo. Que gozo do bem teriam aqueles que o desconhecessem? Que glória, aqueles que não tivessem feito qualquer esforço para o alcançar? Que coroa, aqueles que não tivessem lutado para o obter? […] Pelo contrário, quanto mais a nossa recompensa resultar de um combate, mais valor terá; quanto maior for o seu preço, mais a desejaremos.””

Este texto é encantador, verdadeiro, entusiasmante, que nos leva a procurar, de fato, ser o que Deus quer de nós. SE Deus nos deu tanta liberdade, devemos aproveitá-la para O conhecer e dar a conhecer cada vez mais, sem olhar a dificuldades, críticas, sofrimentos! Sem olhar às nossas inúmeras fraquezas que nos fazem tropeçar a cada instante e, não raras vezes apanhar grandes quedas. O nosso ser humanos leva-nos a isso.

Temos muito cuidado com os cabelos, as unhas, a roupa e o calçado que usamos, as carteirinhas que caem das nossas mãos ou braços, a casa onde vivemos, mas esquecemos muitas vezes das dores dos irmãos que vivem ao nosso lado e tanto precisam de uma palavra ou gesto amigo!

Que a Páscoa que estamos a viver nos ajude a descobrir o que nos falta para sermos pessoas como o mundo necessita e Deus quer que sejamos.

Hermínia Nadais

 

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