Hoje, não queria escrever nada aqui. Mas, apareceu-me este texto que me obrigou a partilhá-lo, tal é a sua explicação acerca da nudez de Adão e da túnica que Pedro vestiu, quando João lhe disse que era o Mestre:
“”São
Pedro Crisólogo (c. 406-450)
bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 78; PL 52, 420
«Simão Pedro [...] puxou a rede para terra, cheia de
cento e cinquenta e três grandes peixes»
«O discípulo predileto de Jesus disse a Pedro: "É
o Senhor"». Aquele que é amado é o primeiro a ver; o amor faz incidir um
olhar mais atento sobre todas as coisas; aquele que ama sente sempre com mais
vivacidade. [...] Que dificuldade torna a mente de Pedro tão lenta e o impede
de ser o primeiro a reconhecer Jesus, como tinha feito anteriormente? Onde está
aquele testemunho singular que o fizera exclamar: «Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo»? (Mt 16,16) Onde está ele? Em casa de Caifás, o sumo-sacerdote,
Pedro não tivera dificuldade em ouvir o murmúrio de uma serva; agora, porém,
tarda em reconhecer o seu Senhor.
«Quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica,
que tinha tirado». Que coisa estranha, meus irmãos! [...] Pedro entra nu na
barca e deita-se ao mar vestido! [...] Em geral, os culpados tapam-se para se
dissimularem. Tal como Adão, Pedro deseja esconder a sua nudez após o seu
pecado; antes de pecarem, estavam ambos vestidos com uma nudez santa. «Vestiu a
túnica, que tinha tirado, e lançou-se ao mar». Pedro esperava que o mar lavasse
essa peça de roupa sórdida que era a traição; lançou-se ao mar para voltar a
ser o primeiro, aquele a quem tinham sido confiadas grandes responsabilidades
(cf Mt 16,18ss); vestiu a túnica, cingindo-se para o combate do martírio,
segundo as palavras do Senhor: «E outro te cingirá e te levará para onde não
queres» (Jo 21,18). [...]
Os outros apóstolos vêm com o barco, puxando a rede
cheia de peixes: com muito esforço, arrastam consigo a Igreja, lançada aos
ventos do mundo. É ela que estes homens trazem na rede do Evangelho para a luz
do Céu, que arrancam aos abismos para a conduzir até junto do Senhor.””
Este texto leva-me a pensar no cuidado que devemos ter
com as asneiras que fazemos, as tais asneiras que chamamos pecados, pois nos
impedem de ver com mais clareza o que Jesus nos ensinou e exemplificou com as
suas atitudes.
Este exemplo de Pedro, que tão bem conhecia Jesus e
agora precisa que outro lhe diga que é o Mestre, é uma realidade para todos
nós. Por alguma razão temos os sacramentos que nos santificam e a Confissão ou
Reconciliação que perdoa essas inúmeras asneiras ou pecados a que todos estamos
sujeitos e muitas vezes quando damos conta já estamos caídos.
O Tempo Comum que agora começa tem como objetivo
pormos em prática tudo quanto o Tempo Pascal nos ensinou, tudo quanto interiorizamos,
tudo quanto vivemos e aprendemos a viver.
Jesus Querido! Ajuda-nos a todos a ir ter contigo como
Pedro foi, a correr, para que nos unamos cada vez mais como desejas e a
humanidade necessita.
Que sempre sejas querido, amado louvado por toda a
gente, indefinidamente!
Hermínia Nadais
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