sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
OITAVA DE NATAL!
Depois de ler várias vezes, não
resisto a partilhar por inteiro, retirada de Zenit. São palavras simples saídas
da boda do chefe supremo da Igreja católica, e que dizem muito a toda a
humanidade, principalmente aos batizados que, unidos a Jesus Cristo,
formam a Igreja Católica.
“Queridos irmãos e irmãs,
Vocês não têm medo da chuva, são bravos!
A liturgia prolonga a Solenidade do Natal
por oito dias: um tempo de alegria para todo o povo de Deus! E neste segundo
dia da oitava, na alegria do Natal se insere a festa de Santo Estêvão, o
primeiro mártir da Igreja. O livro dos Atos dos Apóstolos o apresenta como
“homem cheio de fé e do Espírito Santo” (6, 5), escolhido com outros seis para
o serviço às viúvas e aos pobres na primeira comunidade de Jerusalém. E nos
conta o seu martírio: quando, depois de um discurso inflamado que suscitou a
ira dos membros do Sinédrio, foi arrastado para fora da cidade e apedrejado.
Estêvão morre como Jesus, pedindo o perdão pelos seus assassinos (7, 55-60).
No clima alegre do Natal, esta comemoração
poderia parecer fora de contexto. O Natal, na verdade, é a festa da vida e nos
infunde sentimentos de serenidade e de paz; por que perturbar seu encanto com a
recordação de uma violência tão atroz? Na realidade, na ótica da fé, a festa de
Santo Estêvão está em plena sintonia com o significado profundo do Natal. No
martírio, de fato, a violência é vencida pelo amor, a morte pela vida. A Igreja
vê no sacrifício dos mártires seu “nascimento ao céu”. Celebramos, então, hoje
o “natal” de Estêvão, que em profundidade nasce do Natal de Cristo. Jesus
transforma a morte de quantos o amam em aurora de vida nova!
No martírio de Estêvão se reproduz o mesmo
confronto entre o bem e o mal, entre o ódio e o perdão, entre a brandura e a
violência, que teve o seu ponto alto na Cruz de Cristo. A memória do primeiro
mártir vem assim, imediatamente, dissolver uma falsa imagem do Natal: a imagem
“mágica” e “adocicada”, que no Evangelho não existe! A liturgia nos leva ao
sentido autêntico da Encarnação, ligando Belém ao Calvário e recordando-nos que
a salvação divina implica a luta ao pecado, passa pela porta estreita da Cruz.
Este é o caminho que Jesus indicou claramente aos seus discípulos, como atesta
o Evangelho de hoje: “Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas
quem perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10, 22).
Por isso hoje rezemos de modo particular
pelos cristãos que sofrem discriminações por causa do seu testemunho dado de
Cristo e do Evangelho. Sejamos próximos a estes irmãos e irmãs que, como santo
Estêvão, são acusados injustamente e feitos objeto de violências de vários
tipos. Estou certo de que, infelizmente, são mais numerosos hoje que nos
primeiros tempos da Igreja. Há tantos! Isto acontece especialmente lá onde a
liberdade religiosa ainda não é garantida ou não é plenamente realizada. Acontece,
porém, também em países e ambientes que, no papel, protegem a liberdade e os
direitos humanos, mas onde de fato os crentes e, especialmente os cristãos,
encontram limitações e discriminações. Eu gostaria de pedir para vocês rezarem
pos estes irmãos e irmãs um instante em silêncio [...] E os confiemos à Nossa
Senhora (Ave Maria…).
Para o cristão, isso não causa surpresa,
porque Jesus já o havia preanunciado como ocasião propícia para dar testemunho.
Todavia, na esfera civil, a injustiça deve ser denunciada e eliminada.
Maria Rainha dos Mártires nos ajude a viver
o Natal com aquele ardor de fé e de amor que brilha em Santo Estêvão e em todos
os mártires da Igreja.”
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