Este é um pedido constante
de Jesus aos Seus seguidores. Ele pede isto a toda a gente, mas certamente
exigirá mais dos que melhor O conhecem e voluntariamente com Ele convivem todos
os momentos da vida.
Eu digo voluntariamente,
porque com Jesus andam todas as pessoas, Ele não despreza ninguém, muito pelo
contrário, passa o tempo a servir de GPS, a arranjar formas de toda a gente O
seguir, a aplanar os caminhos de toda a gente, ainda que essa gente não tenha
disso a menor ideia.
E então nesta quarentena
a que chamamos Quaresma, ainda mais com toda a certeza, pois é o que os
representantes directos da Sua Igreja que somos todos nós nos vão sugerindo
todos os dias.
Não podemos seguir Jesus
separados dos nossos irmãos, até porque Ele aceita como feito a Si mesmo tudo o
que fizermos pelas pessoas necessitadas, e não pensemos que são só os
necessitados de bens materiais, mas também dos que, tendo bens materiais em
demasia, não são capazes de fazer nada pelos irmãos necessitados que os
circundam.
Nada poderemos fazer de
bom sem a Sua ajuda, por isso, onde haja a prática do bem, Jesus está lá!
Vejamos o que nos diz
São Gregório Nazianzo acerca da Caridade:
“Pensas que a caridade é
facultativa? Que não se trata de uma lei, mas de um simples conselho? Bem
gostaria que fosse assim. Mas assusta-me o lado esquerdo de Deus, esse lado
para onde Ele mandou os cabritos, aos quais não censurou o facto de terem
roubado, pilhado, cometido adultérios ou perpetrado outros delitos deste tipo,
mas o facto de não terem honrado a Cristo na pessoa dos seus pobres.
Por isso, se me julgais dignos de alguma atenção, servos de Cristo, seus irmãos
e co-herdeiros, visitemos a Cristo, alimentemos a Cristo, tratemos as feridas
de Cristo, honremos a Cristo, não só sentando-O à nossa mesa como Simão, não só
ungindo-O com perfumes como Maria, não só dando-Lhe sepulcro como José de
Arimateia, não só provendo o necessário para a sua sepultura como Nicodemos,
não só, finalmente, oferecendo-Lhe ouro, incenso e mirra como os magos.
Mas, uma vez que o Senhor do universo prefere a misericórdia ao sacrifício (cf
Mt 9,13), uma vez que a compaixão tem muitos mais valor que a gordura de
milhares de cordeiros, ofereçamos a misericórdia e a compaixão na pessoa dos
pobres que hoje na terra são humilhados, de modo que, ao sairmos deste mundo,
sejamos recebidos nas moradas eternas (cf Lc 16,9) pelo mesmo Cristo, Nosso
Senhor, a quem seja dada glória pelos séculos dos séculos.”
Claro que a Caridade não
é facultativa, é um descer de todas as pessoas, muito mais das que se dizem
cristãs!
Não podemos descurar
esta nossa obrigação de ir ao encontro de quem necessita de vencer alguma
dificuldade, seja de que espécie for!
Que Deus nos ajude!
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