sexta-feira, 3 de abril de 2015
A VIVÊNCIA DO TRÍDUO PASCAL
Na Eucaristia de hoje,
Quinta-Feira Santa, pela celebração do aniversário numa simplicidade ímpar, o
sentir Jesus foi mais forte! Muito mais forte!
A frequência daquela
igreja já faz de nós como que membros da comunidade onde somos acolhidos com
muito carinho e ternura!
Os cânticos sabem a céu,
sobretudo aquele “Gregorino”enche por demais o coração e os sentidos.
De regresso, com o peito
a explodir e com um pouquinho de tempo, fui ver a Catequese do Papa Francisco
para esta quarta-feira! Assombro dos assombros! É longa! Mas não resisto a
partilhar, na íntegra:
“Queridos
irmãos e irmãs, bom dia!
Amanhã
é Quinta-Feira Santa. À tarde, com a Santa Missa “na Ceia do Senhor”, terá
início o Tríduo Pascal da paixão, morte e ressurreição de Cristo, que é o ápice
de todo o ano litúrgico e também o ápice da nossa vida cristã.
O
Tríduo se abre com a celebração da Última Ceia. Jesus, na véspera de sua
paixão, oferece ao Pai o seu corpo e o seu sangue sob as espécies de pão e de
vinho e, doando-os em alimento para os apóstolos, ordenou-lhes perpetuar a
oferta em sua memória. O Evangelho desta celebração, recordando o lava pés,
exprime o mesmo significado da Eucaristia sob outra perspectiva. Jesus – como
um servo – lava os pés de Simão Pedro e dos outros onze discípulos (cfr Jo 13,
4-5). Com esse gesto profético, Ele exprime o sentido da sua vida e da sua
paixão, aquele do serviço a Deus e aos irmãos: “O Filho do homem, de fato, não
veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10, 45).
Isso
aconteceu também no nosso Batismo, quando a graça de Deus nos lavou do pecado e
fomos revestidos de Cristo (cfr Col 3, 10). Isso acontece cada vez que fazemos
o memorial do Senhor na Eucaristia: fazemos comunhão com Cristo Servo para
obedecer ao seu mandamento, aquele de nos amarmos como Ele nos amou (cfr Jo 13,
34; 15, 12). Se nos aproximamos da santa Comunhão sem estarmos sinceramente
dispostos a lavarmos os pés uns dos outros, não reconhecemos o Corpo do Senhor.
É o serviço de Jesus que doa a si mesmo, totalmente.
Depois,
depois de amanhã, na liturgia da Sexta-Feira Santa, meditamos o mistério da
morte de Cristo e adoramos a Cruz. Nos últimos instantes de vida, antes de
entregar o espírito ao Pai, Jesus disse: “Está consumado!” (Jo 19, 30). O que
significa esta palavra? Que Jesus diga: “Está consumado”? Significa que a obra
da salvação está cumprida, que todas as Escrituras encontram seu cumprimento no
amor de Cristo, Cordeiro imolado. Jesus, com seu Sacrifício, transformou a
maior injustiça no maior amor.
Ao
longo dos séculos há homens e mulheres que, com o testemunho da sua existência,
refletem o raio deste amor perfeito, pleno, não contaminado. Gosto de recordar
um heroico testemunho dos nossos dias, Don Andrea Santoro, sacerdote da diocese
de Roma e missionário na Turquia. Algum dia antes de ser assassinado em
Tresbisonda, escreveu: “Estou aqui para morar no meio desse povo e permitir a
Jesus fazê-lo emprestando-lhe a minha carne… Uma pessoa se torna capaz de
salvação somente oferecendo a própria carne. O mal do mundo seja suportado e a
dor seja partilhada, absorvendo-a na própria carne até o fim, como fez Jesus”
(A. Polselli, Don Andrea Santoro, as heranças, Cidade Nova, Roma 2008, p. 31).
Este exemplo de um homem dos nossos tempos e tantos outros nos apoiam em
oferecer a nossa vida como dom de amor aos irmãos, à imitação de Jesus. E também
hoje há tantos homens e mulheres, verdadeiros mártires que oferecem suas vidas
com Jesus para confessar a fé, somente por esse motivo. É um serviço, serviço
do testemunho cristão até o sangue, serviço que Cristo noz fez: redimiu-nos até
o fim. E este é o significado daquela palavra “Está consumado”. Que belo será
se todos nós, ao fim da nossa vida, com os nossos erros, os nossos pecados,
também com as nossas boas obras, com o nosso amor ao próximo, possamos dizer ao
Pai como Jesus: “Está consumado”; não com a perfeição com a qual Ele disse, mas
dizer: “Senhor, fiz tudo o que pude fazer. Está consumado”. Adorando a Cruz,
olhando Jesus, pensemos no amor, no serviço, na nossa vida, nos mártires
cristãos e também nos fará bem pensar no final da nossa vida. Ninguém de nós
sabe quando isso vai acontecer, mas podemos pedir a graça de poder dizer: “Pai,
fiz o que pude. Está consumado”.
O
Sábado Santo é o dia em que a Igreja contempla o “repouso” de Cristo no túmulo
depois do vitorioso combate da cruz. No Sábado Santo, a Igreja, uma vez mais,
se identifica com Maria: toda a sua fé é recolhida nela, a primeira e perfeita
discípula, a primeira e perfeita crente. Na obscuridade que envolve o criado,
Ela permanece sozinha a manter acesa a chama da fé, esperando contra toda
esperança (cfr Rm 4, 18) na Ressurreição de Jesus.
E na
grande Vigília Pascal, em que ressoa novamente o Aleluia, celebramos Cristo
Ressuscitado centro e fim do cosmo e da história; vigiamos cheios de esperança
à espera do seu retorno, quando a Páscoa terá a sua plena manifestação.
Às
vezes a escuridão da noite parece penetrar na alma; às vezes pensamos: “agora
não há mais nada a fazer” e o coração não encontra mais a força de amar… Mas
justamente naquela escuridão Cristo acende o fogo do amor de Deus: um brilho
quebra a escuridão e anuncia um novo início, algo começa no escuro mais
profundo. Nós sabemos que a noite é “mais noite”, é mais escura pouco antes que
comece o dia. Mas justamente naquela escuridão é Cristo que vence e acende o
fogo do amor. A pedra da dor é abatida, deixando espaço à esperança. Eis o
grande mistério da Páscoa! Nesta noite santa, a Igreja nos entrega a luz do
Ressuscitado, para que em nós não haja o remorso de quem diz “por agora…”, mas
a esperança de quem se abre a um presente cheio de futuro: Cristo venceu a
morte, e nós com Ele. A nossa vida não termina diante da pedra de um sepulcro,
a nossa vida vai além com a esperança em Cristo que ressuscitou justamente
daquele sepulcro. Como cristãos, somos chamados a ser sentinelas da manhã, que
sabem discernir os sinais do Ressuscitado, como fizeram as mulheres e os
discípulos reunidos no sepulcro na aurora do primeiro dia da semana.
Queridos
irmãos e irmãs, nestes dias do Tríduo Santo não nos limitemos a celebrar a
paixão do Senhor, mas entremos no mistério, façamos nossos os seus sentimentos,
as suas atitudes, como nos convida a fazer o apóstolo Paulo: “Tenhais em vós
mesmos os sentimentos de Cristo Jesus” (Fil 2, 5). Assim, a nossa será uma
“feliz Páscoa”.”
Não
sei o que me trará o dia de amanhã, mas esta quinta-feira foi demais!
Que
bom seria... se o verdadeiro amor pairasse pelo ar como folhas leves e
delicadas em dia de vendaval!...
Seria
uma felicidade sem par!
Que
Deus faz tudo pela felicidade dos homens, eu sei! E nós, homens e mulheres,
seres humanos, será que estamos plenamente abertos à vontade de Deus?! Será que
procuramos amar ao jeito de Jesus, que prefere a misericórdia ao sacrifício?!
Cada
um ou uma de nós poderá responder! Enquanto isso, evitemos o mal e sejamos
misericordiosos!
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