sábado, 18 de abril de 2015

TODOS OS POVOS BUSCAM O PÃO!



O Evangelho de João 6, 1-15 conta como Jesus, com tão pouco alimento, saciou tanta gente e ainda ficou com muitos cestos cheios de comida!
Ontem, como hoje, e sempre assim será, nos esfalfamos pelo necessário à vida o que passa antes de mais pelo alimento.
É pela busca do necessário à vida que as pessoas saem de suas terras para outras regiões, nas mais fracas condições de transporte, e depois acontecem os terríveis naufrágios que dizimam dezenas ou centenas de pessoas de uma só vez, o que não pode passar despercebido a ninguém.
Acerca de um destes naufrágios diz o Santo Padre:   
"Cada uma dessas 400 pessoas afogadas, entre as quais há menores de idade, muitos viajando sozinhos, tinha nome, família. Eram donos da sua própria história e dos seus sonhos. Eram seres humanos como nós, únicos e irrepetíveis. Como crentes, não podemos esquecer que eles eram irmãos e irmãs nossos".
Normalmente, as pessoas ricas não costumam lembrar-se com facilidade das necessidades das pessoas pobres... que acabam por ser socorridas por pessoas que pouco mais têm do que elas!
É a falta de confiança em Deus que leva as pessoas ricas ou pobres a preocuparem-se demais consigo mesmas. Vejamos o que diz Santo Agostinho acerca da multiplicação dos pães e dos peixes:
“«Ao ver o sinal que Jesus realizara, as multidões diziam: “Ele é verdadeiramente o grande Profeta que havia de vir ao mundo”»
Governar todo o universo é na verdade um milagre maior do que saciar cinco mil homens com cinco pães. E contudo, isso não espanta ninguém, mas as pessoas espantam-se diante de um milagre de menor importância, porque sai do habitual. Com efeito, quem sustenta ainda hoje o universo inteiro, senão Aquele que, apenas com algumas sementes, cria as searas? Cristo fez o mesmo que Deus faz. Usando do seu poder de multiplicar as searas a partir de uns quantos grãos, Ele multiplicou cinco pães; porque tinha poder para tal, e esses cinco pães eram como sementes, que o Criador da terra multiplicou mesmo sem as lançar à terra. […]
Esta obra foi-nos apresentada aos sentidos para nos elevar o espírito. […] Tornou-se-nos assim possível admirar «o Deus invisível, através das suas obras visíveis» (Rom 1,20). Depois de termos sido ensinados na fé e purificados por ela, podemos desejar ver sem os olhos do corpo o Ser invisível que conhecemos a partir do visível. […] Com efeito, Jesus fez este milagre para que ele fosse visto pelos que ali se encontravam, e eles puseram-no por escrito para que nós tomássemos conhecimento dele. O que os olhos fizeram para eles, fá-lo para nós a fé. De igual modo, reconhecemos na nossa alma o que os nossos olhos não puderam ver e recebemos um belo elogio, pois foi acerca de nós que Ele disse: «Felizes os que acreditam sem terem visto» (Jo 20,29).”
O que os olhos fizeram para eles fazem-no para nós a fé!
Neste Tempo Pascal que vivemos creditemos em Deus no Seu poder, no Seu amor e misericórdia infinita, e aprendamos a olhar cada pessoa, indefinidamente, como muito importante, única e irrepetível, como Deus olha a cada um ou uma de nós!
Se assim fizéssemos, veríamos que no mundo há o necessário para todos e todos passariam a ter o necessário para viver!
Bom final e princípio de semana!

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