terça-feira, 28 de julho de 2015

FERMENTO... CRESCIMENTO!



Quando era pequena não havia padarias como agora e o pão era cozinhado em casa nos fornos de lenha que era os que havia na altura. Lembro do fermento que se retirava da massa e guardava cuidadosamente para posteriormente fermentar a massa para a nova cozedura.
No pão de boroa, além do cheiro característico da levedura, não se notava grande crescimento, mas no pão de centeio o crescimento da massa era enorme.
Quando os Evangelhos nos lembram a comparação que Jesus fez entre a fermentação e o crescimento do grão de mostarda ao reino de Deus, faz-nos pensar muito em como actuamos no meio do mundo como cristãos que somos, seguidores de Jesus Cristo, que nos disse para sermos como fermento e como o grão de mostarda. Será que somos, de facto, evangelizadores como devemos?
O Papa Francisco diz-nos na Exortação Apostólica A Alegria do Evangelhoque
“«O Reino do Céu é semelhante ao fermento»
Todo o povo de Deus anuncia o evangelho. A evangelização é dever da Igreja. Este sujeito da evangelização, porém, é mais do que uma instituição orgânica e hierárquica; é, antes de tudo, um povo que peregrina para Deus. […]
A salvação, que Deus realiza e a Igreja jubilosamente anuncia, é para todos, e Deus criou um caminho para Se unir a cada um dos seres humanos de todos os tempos. Escolheu convocá-los como povo, e não como seres isolados (Lumen Gentium 9). Ninguém se salva sozinho, isto é, nem como indivíduo isolado, nem pelas suas próprias forças. Deus atrai-nos, no respeito pela complexa trama de relações interpessoais que a vida numa comunidade humana pressupõe. Este povo, que Deus escolheu para Si e convocou, é a Igreja. Jesus não diz aos Apóstolos para formarem um grupo exclusivo, um grupo de elite. Jesus diz: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos» (Mt 28,19); e São Paulo afirma que no povo de Deus, na Igreja, «não há judeu nem grego […], porque todos sois um só em Cristo Jesus» (Gal 3,28). Gostaria de dizer àqueles que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo e aos indiferentes: o Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e fá-lo com grande respeito e amor!
Ser Igreja significa ser povo de Deus, de acordo com o grande projecto de amor do Pai. Isto implica ser o fermento de Deus no meio da humanidade; quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de ter respostas que encorajem, que dêem esperança e novo vigor para o caminho. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viver segundo a vida boa do Evangelho.”
Temos de ser ao mesmo tempo evangelizadores e evangelizados, pois enquanto desejamos fazer os outros crescer na fé em Jesus Cristo temos de ir crescendo também. A vivência da Fé é uma caminhada que nunca saberemos onde esse caminho nos poderá levar, se assim o desejarmos e nos esforçarmos por isso, uma vez que é o que Deus quer e que para o conseguirmos nunca nos desampara.  

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