quinta-feira, 20 de agosto de 2020

O BANQUETE NUPCIAL


Tenho lido, ouvido e meditado neste Evangelho (Mt 22, 1-14) dezenas de vezes. De cada vez me diz uma coisinha a mais. Hoje… nem dá para entender!

Tantas coisas podem ser chamadas de banquete nupcial!...

Mas… na realidade, Jesus, ao contar a parábola em causa queria referir-se ao que Deus Pai foi preparando para Ele próprio e para a Sua Igreja de que todos os batizados fazem parte!

Estou a tentar organizar-me, e não estou a conseguir. São tantas coisas, e tão maravilhosas que nem sei como as partilhar!

Vou colocar aqui o texto que acompanhava as leituras, pois ajuda alguma coisa:

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Santo António de Lisboa (c. 1195-1231)

franciscano, doutor da Igreja

Sermão do 20.º Domingo depois do Pentecostes

«O Reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho»

Há três tipos de núpcias: de união, de justificação e de glorificação. As primeiras foram celebradas no templo da Virgem Maria; as segundas são celebradas diariamente no templo da alma fiel; as terceiras serão celebradas no templo da glória celeste.

Aquilo que é próprio das núpcias é unir duas pessoas: o esposo e a esposa. Quando duas famílias estão em conflito, em geral, o casamento une-as, porque o homem de uma delas toma uma mulher pertencente à outra. Entre nós e Deus, havia uma grande discórdia; para a eliminar e estabelecer a paz, foi necessário que o Filho de Deus tomasse esposa na nossa parentela. Este casamento foi consumado por meio de vários intermediários e pacificadores, que, com orações insistentes, o obtiveram a grande custo. Finalmente, o Pai deu o seu consentimento e enviou o Filho, que Se uniu à nossa natureza na câmara nupcial da Virgem Maria. Deste modo, o Pai «preparou um banquete nupcial para o seu Filho».

As segundas núpcias são celebradas quando a graça do Espírito Santo desce sobre a alma e esta se converte. [...] O esposo da alma é a graça do Espírito Santo. Quando Ele chama à penitência pela inspiração interior, o fascínio do vício perde o seu efeito.

Finalmente, as terceiras núpcias serão celebradas no dia do juízo, à vinda do Esposo, Jesus Cristo, sobre o qual está escrito: «Chegou o esposo! Vinde ao seu encontro» (Mt 25,6). Com efeito, Ele tomará a Igreja como esposa, como João afirma no Apocalipse: «Eis que vem a esposa, a Jerusalém que desce do Céu, de junto de Deus, revestida da glória de Deus» (cf Ap 21,9-11). A Igreja dos fiéis desce do Céu porque obteve de Deus que a sua morada fosse nos Céus. Assim, no presente, ela vive pela fé e a esperança, mas dentro em breve celebrará as núpcias com o Esposo: «Bem-aventurados os que foram convidados para o festim das núpcias do Cordeiro!» (Ap 19,9).

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Claro que todos fomos convidados, e vamos sendo convidados todos os dias.

A Ceia da Núpcias do Cordeiro é a Eucaristia, onde Jesus refaz a sua última Ceia com os Apóstolos e de modo incruento repete a Sua Morte, e o Pão e o Vinho, ali transubstanciados pela mão consagrada do sacerdote, ficam a ser o Seu Corpo e Sangue em que Se nos dá em alimento!

Alimento… Jantar Nupcial que o Pai preparou e que para tomar parte nele necessitamos da veste nupcial que é a Graça de Deus!

Claro que, se formos a olhar as nossas atitudes de todos os dias, não nos vamos sentir merecedores de tal dádiva do Senhor, mas temos de ter bem presente as nossas fragilidades e a imensa Misericórdia e Amor de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo!

O meu coração pula, mas não consegue dizer à inteligência nem colocar nas mãos o que sente.

Então, fico-me por aqui, pedindo a toda a gente que desejem a sério receber Jesus, que se esforcem a sério por poder recebê-Lo, que procurem o Sacramento da Misericórdia ou Confissão que é o melhor que se pode fazer para nos sentirmos em paz.

Isto de ir à Eucaristia e não poder receber Jesus deve ser muito triste!

Que o Senhor ajude a toda a gente para que toda a gente seja bem feliz!

Boa noite!

Hermínia Nadais

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