Costumamos dizer que tudo… é tudo…
Mas tudo o quê? O que
é tudo???
Pode ser tudo o que temos?
Mas se deixamos tudo o que temos… como vivemos?
Claro que nada é
nosso, tudo é dádiva de Deus, e se temos algo a mais devemos partilhar com quem
tem menos! Devemos… partilhar, de modo a podermos viver na maior fraternidade
possível!
Isto de deixar tudo,
tem muito que se lhe diga. Há pessoas que partem e repartem e nunca se dão de
verdade!
Deixar tudo, tem que
nos lembrar que… ‘eu’… sou o meu ‘tudo’!
Dar, o que está fora
de nós, é dar, mas não tudo! Dar tudo é dar-se a si mesmo… assim como Jesus fez
connosco!
Dar o que possuímos, o
que sabemos e vamos aprendendo, o que pensamos e vamos melhorando a cada
instante, dar o nosso tempo a quem dele necessitar, à oração, ao estudo da
Palavra de Deus, à participação na Eucaristia e outros sacramentos, a visitar
pobres, doentes e velhinhos, a fazer parte de movimentos laicais que tanto
desenvolvem a humanidade, dar a nossa preocupação com o bem de tudo e de todos…
tanto que temos para dar… certos de que Jesus aceita como feito a Si tudo
quanto fazemos e nos entregamos a bem dos irmãos.
«»
Santo
António de Lisboa (c. 1195-1231)
franciscano, doutor da Igreja
Sermão para a festa da Conversão de São Paulo
«Nós deixámos tudo para Te seguir»
«Nós deixámos tudo para Te seguir»; o que se entende
por «tudo»? As coisas exteriores e as coisas interiores; aquilo que possuíamos
e a própria vontade de possuir; deste modo, não nos resta absolutamente nada.
[...] Foi por Ti que deixámos tudo e nos tornámos pobres. Mas, como Tu és rico,
nós seguimos-Te para que também nós enriqueçamos. Seguimos-Te a Ti! Nós,
criaturas, seguimos-Te, a Ti, que és o Criador; nós, filhos, seguimos o pai;
nós, crianças, seguimos a mãe; nós, famintos, seguimos o pão; nós, sedentos, fomos
à fonte; nós, doentes, recorremos ao médico; nós, cansados, procurámos a força;
nós, exilados, visámos o paraíso. Nós seguimos-Te. [...]
«Que recompensa teremos?». Apóstolos, vós que
encontrastes o vosso tesouro, vós que já o possuís, que procurais ainda? [...]
Conservai aquilo que encontrastes, porque é o que procuráveis. Aí se encontra,
diz Baruc, a sabedoria, a prudência, a força, a inteligência, a longevidade e o
alimento, a luz dos olhos e a paz (cf Ba 3,12-14). Aí está a sabedoria que tudo
criou; a prudência que governa as coisas criadas; a força que domina o demónio;
a inteligência que tudo penetra; a longevidade que torna eternos os que são
salvos; o alimento que sacia; a luz que ilumina; a paz que conforta e sossega.
[...]
O Senhor não responde: «Vós, que deixastes tudo», mas:
«Vós que Me seguistes», pois é isso que é próprio dos apóstolos e de quantos
buscam a perfeição. Há muitos que deixam tudo, mas não é para seguir a Cristo;
são aqueles que, por assim dizer, não se deixam a si próprios. Se queres seguir
este fim e alcançá-lo, tens de te deixar a tu próprio. Quem segue alguém por um
caminho não olha para si, mas para aquele que escolheu como guia para o seu
percurso.
«»
‘Seguir o que escolheu
para guia do seu caminho’.
Este texto que
partilho, é para eu continuar a meditar, pois acho-o magnífico, maravilhoso
mesmo, um autêntico tesouro.
Resta-nos, querer a
sério reforçar a nossa força de vontade, pedir ao Divino Espírito Santo que nos
dê o Dom da Fortaleza, da Sabedoria, do Entendimento… e louvar ao Senhor com
tudo o que fazemos, porque, viver ao jeito de Jesus, é fazer de toda a vida uma
oração. Mas cuidado, pois a vida nunca poderá ser uma oração se não dermos
espaço de oração à vida!
Que o Senhor nos
proteja!
Boa noite!
Hermínia Nadais
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