segunda-feira, 16 de novembro de 2020

AS VERDADEIRAS RIQUEZAS

 
Fala-se muito em riqueza e pobreza, mas as riquezas e pobrezas verdadeiras são praticamente impossíveis de detetar a olho nu.

A verdadeira pobreza, aquela que é mais difícil de superar e por vezes não tem mesmo solução, é uma vida desregrada, dissoluta, que não aceita nada porque nada compreende e se julga superior a toda a gente que pensa ridícula em comparação consigo mesmo.

Esta… é a maior das pobrezas porque tenho rezado muito e vou continuar a fazê-lo. Agora… vejamos:

“”São Clemente de Alexandria (150-c. 215)

teólogo

Homilia «Os ricos podem salvar-se?», 16-17; PG 9, 619-622

«Não podeis servir a Deus e ao dinheiro»

Há uma riqueza que semeia a morte por toda a parte em que domina; libertai-vos dela e sereis salvos. Purificai a vossa alma e tornai-a pobre, para poderdes entender o apelo do Salvador, que vos repete: «Vem e segue-Me» (Mc 10,21). Ele é o caminho por onde anda aquele que tem o coração puro; a graça de Deus não entra numa alma estorvada por uma multidão de posses.

Quem olha para a sua fortuna, o seu ouro, a sua prata e as suas casas, como dons de Deus, esse testemunha a Deus o seu reconhecimento ajudando os pobres com os seus bens. Sabe que os possui mais para os seus irmãos que para si próprio. É senhor das suas riquezas e não seu escravo; não as fecha na alma, tal como não encerra a sua vida nelas, mas realiza, sem desfalecer, uma obra totalmente divina. E, se um dia a sua fortuna vier a desaparecer, aceita a ruina de coração livre. Esse homem, Deus o declara «bem-aventurado»; chama-lhe «pobre em espírito» e herdeiro do Reino dos Céus (Mt 5,3). [...]

Pelo contrário, há quem amontoe a riqueza no coração, no lugar do Espírito Santo. Esse guarda as suas terras, acumula uma fortuna interminável e só se preocupa em arrecadar sempre mais. Não eleva nunca os olhos ao Céu, mas enterra-se nas coisas materiais. De facto, ele é apenas pó e ao pó há de voltar (Gn 3,19); e como pode experimentar o desejo do Reino aquele que, no lugar do coração, tem um campo ou uma mina, esse que a morte surpreenderá inevitavelmente no meio dos seus desejos desregrados? «Porque onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração» (Mt 6,21).””

Claro que ter muitos bens não é riqueza verdadeira, até porque temos obrigação de partilhar com quem tem menos do que nós para que não exista tanta pobreza material no mundo e todos tenham o necessário para viver e se sintam bem e felizes.

A riqueza verdadeira é compreender, aceitar, acolher, ajudar, prestar atenção, acompanhar, amar o irmão vivendo a verdadeira fraternidade que Jesus pregou.

Que é difícil… é! Pois há pessoas que é muito difícil lidar com elas, mas é a nossa obrigação.

Que o Senhor nos ajude!

Hermínia Nadais

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