Fala-se muito em
riqueza e pobreza, mas as riquezas e pobrezas verdadeiras são praticamente
impossíveis de detetar a olho nu.
A verdadeira pobreza,
aquela que é mais difícil de superar e por vezes não tem mesmo solução, é uma
vida desregrada, dissoluta, que não aceita nada porque nada compreende e se
julga superior a toda a gente que pensa ridícula em comparação consigo mesmo.
Esta… é a maior das
pobrezas porque tenho rezado muito e vou continuar a fazê-lo. Agora… vejamos:
“”São
Clemente de Alexandria (150-c. 215)
teólogo
Homilia
«Os ricos podem salvar-se?», 16-17; PG 9, 619-622
«Não
podeis servir a Deus e ao dinheiro»
Há uma
riqueza que semeia a morte por toda a parte em que domina; libertai-vos dela e
sereis salvos. Purificai a vossa alma e tornai-a pobre, para poderdes entender
o apelo do Salvador, que vos repete: «Vem e segue-Me» (Mc 10,21). Ele é o
caminho por onde anda aquele que tem o coração puro; a graça de Deus não entra
numa alma estorvada por uma multidão de posses.
Quem olha
para a sua fortuna, o seu ouro, a sua prata e as suas casas, como dons de Deus,
esse testemunha a Deus o seu reconhecimento ajudando os pobres com os seus
bens. Sabe que os possui mais para os seus irmãos que para si próprio. É senhor
das suas riquezas e não seu escravo; não as fecha na alma, tal como não encerra
a sua vida nelas, mas realiza, sem desfalecer, uma obra totalmente divina. E,
se um dia a sua fortuna vier a desaparecer, aceita a ruina de coração livre.
Esse homem, Deus o declara «bem-aventurado»; chama-lhe «pobre em espírito» e
herdeiro do Reino dos Céus (Mt 5,3). [...]
Pelo
contrário, há quem amontoe a riqueza no coração, no lugar do Espírito Santo.
Esse guarda as suas terras, acumula uma fortuna interminável e só se preocupa
em arrecadar sempre mais. Não eleva nunca os olhos ao Céu, mas enterra-se nas
coisas materiais. De facto, ele é apenas pó e ao pó há de voltar (Gn 3,19); e
como pode experimentar o desejo do Reino aquele que, no lugar do coração, tem
um campo ou uma mina, esse que a morte surpreenderá inevitavelmente no meio dos
seus desejos desregrados? «Porque onde está o teu tesouro, aí estará o teu
coração» (Mt 6,21).””
Claro que ter muitos
bens não é riqueza verdadeira, até porque temos obrigação de partilhar com quem
tem menos do que nós para que não exista tanta pobreza material no mundo e
todos tenham o necessário para viver e se sintam bem e felizes.
A riqueza verdadeira é
compreender, aceitar, acolher, ajudar, prestar atenção, acompanhar, amar o
irmão vivendo a verdadeira fraternidade que Jesus pregou.
Que é difícil… é! Pois
há pessoas que é muito difícil lidar com elas, mas é a nossa obrigação.
Que o Senhor nos
ajude!
Hermínia Nadais
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