Quando pensamos em bens normalmente não olhamos para nós mas para aquilo que possuímos fora de nós: Uma casa, jardim, quintal, roupas, camas, livros, carro, campos, matos, dinheiro… e nós… que somos a coisa mais valiosa nem sequer nos passa pela cabeça.
Pois para Deus não é assim! Nós, cada um ou uma de nós é o mais importante de tudo, o resto, é o necessário para a caminhada da vida que começou no nascimento e acabará na morte.
Dois choros diferentes. No nascimento, chora o
bebé porque saiu da sua querida casinha e não sabe para onde vai, na morte porque
deixamos tudo o que temos inclusive a habitação no enorme mundo e também não
sabemos o que vamos encontrar.
Jesus fartou-se e
farta-se de nos dizer e nós acreditamos pela fé, mas nesse nosso segundo nascimento
que é a morte é que podemos ter a visão clara.
Onde eu queria chegar é
que, para renunciarmos a tudo, temos de renunciar a nós mesmos, ou seja,
propor-nos a fazer o que Deus quer que façamos:
“Santa
Teresinha do Menino Jesus (1873-1897) carmelita, doutora da Igreja
Carta 197
de 1896/09/17
«Quem de
entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo»
Minha
querida irmã, porque me pergunta se poderá amar a Deus como eu O amo? […] Os
meus desejos de martírio nada são, não são eles que me dão a confiança
ilimitada que sinto no coração. Na verdade, as riquezas espirituais tornam-nos
injustos, quando nos apoiamos nelas com complacência julgando que são grandes.
[…] Eu sinto que […] o que agrada a Deus na minha alma é Ele ver que amo a
minha pequenez e a minha pobreza, é a esperança cega que tenho na sua
misericórdia. Esse é o meu único tesouro. […]
Minha
querida irmã […], perceba que, para amar Jesus, […] quanto mais fracos somos,
sem desejos nem virtudes, mais preparados estamos para as operações deste Amor
consumidor e transformador. Basta o simples desejo de ser vítima, mas é preciso
querer ser pobre e desvalido, e isso é difícil porque «onde encontrarei o
verdadeiro pobre em espírito? Terei de o procurar bem longe», diz o salmista;
não diz que tem de o procurar entre as almas grandes, mas «bem longe», quer
dizer, na baixeza, no nada.
Permaneçamos,
pois, longe de tudo o que brilha, amemos a nossa pequenez, amemos não sentir
nada, e seremos pobres em espírito e Jesus virá procurar-nos; por mais longe
que estejamos, Ele nos transformará em labaredas de amor. Como gostaria de
poder fazer-lhe entender o que sinto! Será a confiança, e só a confiança, a
levar-nos ao Amor. [...] Tendo visto o caminho, percorramo-lo juntas. Sim, eu
sinto que Jesus quer dar-nos as mesmas graças, quer dar-nos gratuitamente o seu
Céu.”
Claro que Jesus quer dar
a todos o céu. E nós, se amamos verdadeiramente Jesus, também queremos que
todos vão para o céu. Agora… o que fazemos por isso? Não podemos esquecer que,
enquanto habitarmos este corpo que nos liga à terra, somos Apóstolos de Jesus
pelo Batismo! Que temos feito por isso? Que estamos dispostos a fazer?
Espírito Santo de
Deus, dá-nos a Sabedoria, a Força, a vontade de se entregar e de bem servir!
Que sempre sejas
louvado!
Hermínia Nadais
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