segunda-feira, 18 de maio de 2015
NÃO A UM DEUS DICOTÓMICO!...
Não
sei de quem são estas palavras! Dada a suma importância que vi nelas,
guardei-as, mas ao guardá-las fui descuidada e perdi-lhes o autor. Mas que são
uma maravilha que não posso deixar de partilhar... lá isso são:
“É muito estranha para mim a lógica de muitos religiosos de um
Deus dicotômico. Um Deus que se divide em dois deuses completamente
antagônicos. E que também divide o mundo e as pessoas em dois. (Além de tudo
essa lógica é simplista!).
A partir daí nasce toda uma esquizofrenia religiosa e quiçá
divina.
Esse entendimento gera, por exemplo, a teologia do “time de
Deus”. Entre vários times, Ele tem um e quem quiser participar desse time deve
aceitar um credo, aderir a uma religião, levantar a mão numa igreja evangélica.
Daí, alguns chegarem ao absurdo de dizer que nem todos são filhos de Deus a
priori, mas sim criaturas; tornam-se filhos quando “aceitam” a Jesus. (!)
A ideia de um Deus dicotomizado também gera um exercício forçoso
de dividir o ser humano em dois: bem e mal. Esse Deus exige de mim a perfeição
para me abençoar, senão Ele me castiga. Mas o ser humano é uma rede complexa
intrincada, um nó de valores, uma ambivalência amalgamada impossível de
peneirar. É joio e trigo numa mutualidade, anjo e demônio numa simbiose,
sombras e luzes misturadas.
Os religiosos, já dualizados, quando falam na graça e no amor de
Deus, conseguem dizer frases do tipo “Deus é amor, mas também justiça!”, como
se essa “justiça” fosse um ato de vingança, de destruição da parte do divino.
As “guerras santas”, a intolerância religiosa, a incompetência
no diálogo com manifestações religiosas diferentes, ganham força nesse Deus dia
– bólico. Um verso preferido dos adeptos de um Deus dual é “se Deus é por nós
quem será contra nós?”
Esse Deus fragmentado consegue fazer o bem e o mal. A
interpretação dos crentes nesse Deus sobre as tragédias, mortes, sofrimento,
dor humana é que esse Deus (a meu ver, dual) orquestra também esses eventos –
ou permite que o Diabo o faça – porque tem um propósito! Por exemplo, Ele
consegue permitir (ou orquestrar) um abuso sexual, o choro de uma criança? Dia
– bólico!
Por isso faz sentido as orações dos crentes dualizados “pedindo
a intervenção de Deus, clamando que sua glória desça”, porque em suas mentes,
Deus habita em um lugar e espera ser convocado para se fazer presente.
Deus é uno.
Não habita um lugar, pois que todos os lugares habitam Nele.
Não tem preferidos, pois todos são seus filhos.
Não tem uma parte de nós que Ele arranca. Sendo nós uma mistura
de valores, Ele enxerga em nós beleza e nos estima. O Deus Uno nos ama
inteiramente – não espera perfeição, mas integridade.
O Deus uno é o Anti-mal, pois quer bem a todos e convoca a todos
a que prestem assistências aos oprimidos.
O Deus de Jesus não tem um “time”, não tem eleitos e preferidos.
Deus não tem amor; Ele é amor. E esse amor tudo suporta, tudo
espera, tudo crê.
Tudo é de Deus. Tudo está em Deus ("a terra está cheia de
Sua glória!"). Nós nos movemos, existimos e vivemos em Deus. E morremos e
temos medo e nos atrapalhamos, ficamos deprimidos, alegres, com crises de fé,
temos prazeres e alegrias em Deus que é o nosso universo.
O Deus de Jesus não tem uma nação. Deus é universal.”
Partilho
destas ideias! Partilho mesmo! Posso afirmar que as posso dizer minhas! O tempo
e a aprendizagem vivencial que me proporcionou levaram-me a aceitá-las tal como
aqui se apresentam!
Não
vejo mais um Deus que castiga pelo que quer que seja, mas um Deus Amor em toda
e qualquer circunstância!
E
quanto esta forma de pensar mudou a minha vida, as minhas atitudes, a minha
forma de querer, de ser e estar!
Na
espera do Pentecostes, vivamos com e num Deus bem próximo pronto a cumular-nos
de meiguices e carinhos! E se assim conseguirmos imaginar-nos, a viver com Deus
assim, o temor ou receio de O magoar tomará bem conta de nós e passaremos a
agir de forma mais correcta e amorosa o que nos cumulará da felicidade que Deus
deseja para todos nós!
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