domingo, 17 de maio de 2015

NOVA CRIAÇÃO!



Fala-se tanto em nova criação!... Mas... claro que não é de nenhuma criação nova, mas de uma criação re-novada ou  tornada nova.
Gostei muito de uma parte do comentário do Evangelho Quotidiano de ontem que dizia:
“Eis chegado o reino da vida e derrubado o poder da morte. Surgiu outro nascimento, qual vida nova, qual nova maneira de ser, qual transformação da nossa própria natureza. Esse nascimento não é obra «nem da vontade do homem, nem da vontade da carne, mas de Deus» (Jo 1,13).
Eis o dia que o Senhor fez (Sl 117,24). Dia bem diferente dos do início, pois neste dia Deus fez um céu novo e uma nova terra, como diz o profeta (Is 65,17). Que céu é esse? É o firmamento da fé em Cristo. E que terra é essa? É um coração bom, como diz o Senhor, uma terra que se impregna da chuva que desce sobre ela, uma terra que faz crescer colheitas abundantes (Lc 8,15). Nesta criação, o sol é a vida pura; as estrelas são as virtudes; o ar é uma conduta límpida; o mar é a riqueza das profundezas do conhecimento e da sabedoria; a erva e as folhagens são a boa doutrina e os ensinamentos divinos de que se alimenta o rebanho, isto é, o povo de Deus; as árvores de fruto são a prática dos mandamentos. Neste dia é criado o homem verdadeiro, aquele que é feito à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,27).
É todo um mundo que inaugura para ti «este dia que o Senhor fez»! O maior privilégio deste dia de graça é ter destruído a morte e dado vida ao primogénito dos mortos. [...] Que grande notícia! Aquele que por nós Se tornou como nós, para fazer de nós seus irmãos, conduz a sua própria humanidade para o Pai a fim de levar consigo todos os da sua raça.”
Muito belos estes pensamentos, estas meditações!
Que vêm ao encontro de outras meditações que nos vão sendo postas. Há dias o Papa Francisco destacou a necessidade de ter "coragem apostólica" para não transformar "a vida cristã em um museu de recordações”.
Como gostei desta expressão!
A vida de fé não pode prender-se com saudosismos ou coisas passadas, pois o Espírito Santo apressa-se a tornar novas todas as coisas. Na mesma homilia o Santo Padre refere que muitos não entendem que o Senhor veio para salvar todas as pessoas. "Eles não entendiam. Não entendiam que Deus é o Deus das novidades: ‘Eu renovo todas as coisas’, nos diz. O Espírito Santo veio precisamente para isso, para nos renovar e continuamente fazer esse trabalho de nos renovar. Isso provoca temores. Na história da Igreja podemos ver daquele momento até hoje quantos temores diante das surpresas do Espírito Santo. Ele é o Deus das surpresas".
Nós, sozinhos, não podemos. Com a nossa inteligência não podemos. Podemos estudar toda a história da salvação, podemos estudar toda a teologia, mas sem o Espírito Santo não podemos entender. É justamente o Espírito que nos faz entender a verdade ou – usando as palavras de Jesus -  é o Espírito que nos faz conhecer a voz de Jesus".
"O avançar da Igreja é obra do Espírito Santo, que nos faz ouvir a voz do Senhor”. "E como posso ter certeza de que a voz que ouço é a voz de Jesus, que o que eu sinto que devo fazer é obra do Espírito Santo?". E a resposta é simples: rezar.
"Sem oração, não há lugar para o Espírito. Pedir a Deus para nos enviar esse dom: ‘Senhor, dai-nos o Espírito Santo para que possamos discernir em cada momento o que devemos fazer’, que nem sempre é o mesmo. A mensagem é a mesma: a Igreja avança, a Igreja vai em frente com essas surpresas, com essas novidades do Espírito Santo". É preciso discerni-las, e para discerni-las devemos rezar, pedir esta graça".
Fazer as coisas como sempre foi feito é uma alternativa de "morte". É preciso correr o "risco, com a oração, com a humildade de aceitar o que o Espírito Santo" nos pede para "mudar". Este é o caminho.
Convido a pedir "a graça de não ter medo quando o Espírito, com segurança, nos diz para darmos um passo avante" e a "coragem apostólica de levar a vida e não fazer da nossa vida cristã um museu de recordações”.”
Na espera do Pentecostes, que o Divino Espírito Santo nos ajude a renovar constantemente a nossa maneira de ser e agir de modo a sermos cada vez mais o que Deus espera de nós.

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