segunda-feira, 22 de junho de 2015

NA OUTRA MARGEM



O que será, realmente, estar na outra margem, como Jesus sugeriu?
Sinceramente... nem o que está nesta margem eu consigo enxergar bem, como poderei saber?
Penso ir descobrindo na luta de todos os dias por uma vida mais digna e dignificante. Mas... não posso perder tempo, pois não sei o tempo que me resta, tenho que o aproveitar bem ou pelo menos tentar, para não me vir a arrepender.
Na minha maneira simples de ver e sentir, a minha vida já teve uma imensidão de margens que foram sendo alcançadas. Mas... quantas terei de alcançar ainda?
Muito mal vai se não desejo outras margens, outras aventuras de crescimento. É a única maneira de me sentir criança ávida de descobertas!
Todos, todos temos uma outra margem para alcançar, só precisamos de nos manter atentos para irmos descobrindo onde essa margem se encontra! Talvez, quem sabe, onde estão a enorme maioria das margens, bem dentro de nós, nos nossos egoísmos e egocentrismos, nas nossas vaidades e ilusões, nos nossos querer mal direccionados!
Que margem deverei atravessar no momento é o que tenho de descobrir para que a vida não me deixe perdida e sem confiança ou vontade de ir mais além!
Deus leva-nos sempre pela mão... se o quisermos! Isso eu sei! Ou melhor: eu sinto! Sinto que Deus me conduz, me leva, não sei como, mas leva, tem ocasiões que só pode ser Ele a amparar-me!
Gostei muito desta meditação de São Rafael Arnaiz Barón:
“Em nome do Deus santo, tomo hoje a pena para que as minhas palavras, que se imprimem sobre a folha branca, sirvam de louvor perpétuo ao Deus bendito, autor da minha vida, da minha alma, do meu coração. Gostaria que o universo inteiro, com os planetas, todos os astros e os inúmeros sistemas estelares, fosse uma imensa extensão, polida e brilhante, onde eu pudesse escrever o nome de Deus. Gostaria que a minha voz fosse mais potente que mil trovões, mais forte que o estrépito do mar, e mais terrível que o bramido dos vulcões, para dizer apenas: Deus! Gostaria que o meu coração fosse tão grande como o céu, puro como o dos anjos, simples como o da pomba (Mt 10,16), para nele pôr Deus! Mas, dado que toda esta grandeza com que sonhaste não se pode tornar realidade, contenta-te com pouco e contigo, que não és nada, Irmão Rafael, porque o nada deve bastar-te [...].
Por quê calar? Por que escondê-lO? Por que não gritar ao mundo inteiro e bradar aos quatro ventos as maravilhas de Deus? Por que não dizer às pessoas e a todos os que quiserem entender: vêem o que sou? Vêem o que fui? Vêem a minha miséria que se arrasta na lama? Pouco importa: maravilhem-se; apesar de tudo, possuo Deus. Deus é meu amigo! Deus ama-me, a mim, com tal amor que, se o mundo inteiro o compreendesse, todas as criaturas ficariam loucas e bramiriam de assombro. Mas isso ainda é pouco. Deus ama-me tanto, que nem os próprios anjos o compreendem! (cf 1Ped 1,12) A misericórdia de Deus é grande! Amar-me, a mim, ser meu Amigo, meu Irmão, meu Pai, meu Senhor, sendo Ele Deus, e eu o que sou!
Ah, meu Jesus, não tenho nem papel, nem pena. Que posso dizer! Como não enlouquecer?”
Engraçado! Quanto mais procuro Deus, menos O conheço! Mas também isso não importa! A minha vida física depende da luz e calor do sol e do ar que respiro, mas que também não consigo compreender.
Tantos mistérios que nos envolvem!...
Senhor Deus Pai, Filho e Espírito Santo, adoro o mistério que és, e agradeço o quanto vais fazendo no mundo e nesta Tua pobre criatura!
Que sempre sejas louvado!

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