Penso
que o mais importante na vida é sentir-se criança!
Não
por sermos pessoas ingénuas, mas por nos conservarmos interessadas em aprender
sempre mais. Se há coisas que as crianças não conseguem compreender, também as
há que as crianças compreendem e nós não conseguimos!
Hoje,
para não fugir muito à regra, dei comigo a pensar na Santíssima Trindade, em
Maria, em Jesus!... E acabei por concluir que tudo o que aprendei em criança e
jovem, de certo modo, já faz pouco ou mesmo nenhum sentido!
Na
altura sentia-me satisfeita por saber muitas coisas de Deus e de Jesus, do
Espírito Santo e de Nossa Senhora, e andei assim durante bastante tempo, até
que o Fonseca, um amigo que frequentava a mesma turma que eu, no Porto, na
Escola onde estudei, me alertou para o facto do nascimento real de Jesus não
ter sido no dia 25 de Dezembro em que festejamos a festa do Seu Natal!
Para
mim, que sabia muito... foi mesmo uma quebra de cabeça! E o pior é que o
Fonseca não cedeu, e acabamos por ficar cada um com a sua razão!
E
foi a partir daí que comecei a interessar-me mais pela Palavra de Deus e vida
de Jesus, mas ainda não foi o bastante.
Durante
a vida profissional, para falar de Deus às crianças, tive várias acções de
formação nesse sentido, mas de pouco me valeu! Que eu falava muito bem às
crianças e que elas compreendiam é um facto... mas faltava-me muito mais! Era
preciso ir mais fundo, mais ao fundo de mim mesma, entrar bem dentro de mim
para começar a compreender quem é Deus, quem é Jesus, o Espírito Santo, Nossa
Senhora, os santos... tantas coisas que eu precisava compreender!
Entretanto,
tive a graça de encontrar um Director Espiritual que conseguiu meter-me na
cabeça um Deus, um Jesus amor e misericórdia, que ama, perdoa, esquece,
acarinha, é próximo, tão próximo que está dentro de nós, que vive connosco na maior
intimidade!
A
minha vida começou a tomar outro sentido! Na altura achei que a minha vida
mudou, mas aos poucos fui verificando que, de facto, só tinha começado a mudar!
Tantas
experiências maravilhosas e nem tanto... a partir daí... tantas vivências...
tantas descobertas... tantas aprendizagens... tantas partilhas... tantos
encontros e desencontros... e ao olhar para mim, bem para dentro de mim... com dedos
torcidos e cabelos bem brancos, sinto que tenho um mundo à minha frente para
desbravar... porque nada sei ainda!
Que
teria sido de mim se não tivesse tido a dita de ser sempre criança ávida de
aprender?!...
Sinceramente
não sei! Mas... talvez... uma sabichona qualquer que de tão cheia de saber viveria
numa eterna ignorância por não conseguir aprender mais nada!
Tenho
imensa pena dos sabichões e das sabichonas, porque a enormidade da ignorância
passeia bem por aí!
Que
o Espírito Santo de Deus nos dê o dom da sabedoria e da humildade para podermos
viver cada vez mais como a todos convém, sentindo-nos “crianças”!
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