terça-feira, 9 de junho de 2015

PARTIR PARA A CIDADE!



Foi para a cidade que Jesus mandou os homens que deviam preparar a Sua Última Ceia... a Sua última refeição com os amigos onde lhes iria dar misteriosamente o Seu Corpo a comer e o Seu Sangue a beber!
Última Ceia de Jesus, e primeira, Grande, Santa e Misteriosa Refeição dos homens, a Sagrada Eucaristia, um bocadinho de céu aqui na terra, a refeição que Jesus mandou repetir pelos séculos dos séculos.
 E... Jesus continua a mandar-nos para a cidade, para o junto dos nossos irmãos onde eles estiverem!... Jesus continua a mandar-nos para o mundo que é a cidade que Deus fez para nos aconchegar a todos debaixo do mesmo tecto, o tecto do Seu Infinito Amor Misericordioso e bom, da Sua doçura extrema, do Seu carinho Paternal/Maternal!
Porque... não tenhamos dúvidas! Sozinhos nada conseguiremos! É em sociedade que crescemos, que nos descobrimos, que nos amamos, que fazemos caminho caminhando, que aprendemos uns com os outros, partilhamos saberes e vida num dar e receber constantes!
Vou partilhar algumas frases que D. António Francisco dos Santos, Bispo do Porto, proferiu na Homilia do Corpo de Deus:

“Os discípulos partiram para a cidade e encontraram tudo como o Senhor lhes tinha indicado. É no coração da cidade que Jesus quer celebrar a Páscoa. É pela multidão da cidade que Ele se vai entregar. É na colina da cidade, no Calvário,  que vai oferecer a vida na cruz. É para a construção da cidade que encaminha os discípulos. O Senhor Jesus usa, também hoje, esta mesma pedagogia de chamar os discípulos a percorrerem caminhos novos, incertos e desconhecidos de encontro com a cidade, para aí fazer acontecer a salvação.
A vida da fé é caminho de procura de Deus, de encontro com Jesus e é milagre da novidade que o Espírito Santo realiza pela Igreja e no coração da cidade, em cada tempo. Naquela noite do Cenáculo aconteceu algo de novo naquele andar superior da casa e naquele lugar e tempo da Humanidade: “Tomai e comei: isto é o meu Corpo”. Tomai e bebei: este é o cálice do meu Sangue, Sangue da nova aliança, derramado pela multidão. Fazei isto em memória de Mim” (Mc 14, 12-26).”
“A Eucaristia é Pão da vida que restaura as forças e pacifica o coração, Pão do sacrifício da Nova Aliança, Pão do encontro da Humanidade com Deus. A Eucaristia é Pão da esperança que abre os olhos para ver o Ressuscitado, Pão que acende o fervor do coração e nos faz sair em missão ao encontro do mundo. A Eucaristia é Pão que sustenta e eleva o nosso olhar para o céu e desperta nos filhos pródigos a fome da misericórdia e o desejo de Deus. A Eucaristia é Pão que nos faz ser companheiros de Jesus e sentar-se à mesa do Pai para que nenhum dos irmãos seja daí excluído, Pão que se multiplica sempre que nos ocupamos em reparti-lo para a salvação de todos.”
“Tantas vezes nos desviamos por outros caminhos, nos distraímos noutras ocupações e nos dispensamos deste encontro diário ou semanal com a Eucaristia. E quantos dias, os nossos caminhos em vez de começaram ou terminarem na Eucaristia se percorrem, afogados em preocupações e cansaços! Se não há (…)este encontro com Jesus na Eucaristia a nossa vida torna-se tíbia, inconsistente, sem beleza, sem sabor e sem sentido. É este o valor e a essência da Missa dominical, como momento de palavra, mesa de alimento, encontro de vida e fonte de missão para cada pessoa, para cada família, para cada comunidade.”
“participar na Eucaristia implica perdoarmo-nos e aceitarmo-nos. O Senhor manda-nos que demos de comer aos que têm fome: receber o Corpo do Senhor supõe o compromisso de repartir o pão com todos os irmãos.
No lava-pés, da última ceia, o Senhor manda-nos que não ponhamos limites à misericórdia, distâncias ao perdão nem fronteiras ao serviço dos humildes. Em Emaús, o Senhor chamou os discípulos à compreensão das escrituras e à necessidade de terem o coração livre e aberto para vencerem a tristeza do medo e da morte e para ultrapassarem a falta de fé na vida e na ressurreição.”
“Depois de cada Eucaristia somos convidados e refazer o caminho da missão que nos leva ao encontro da multidão daqueles por quem Jesus entregou o seu Corpo e derramou o seu Sangue. Este é o necessário e desafiante caminho do dom da nossa vida. Assim como Jesus ofereceu a sua vida por nós assim nós saibamos repartir a vida pelos nossos irmãos.”
“Não queremos comer sozinhos nem o pão da Eucaristia, nem o alimento da fé nem o fruto do trabalho humano. Não podemos despedir as multidões convocadas para a mesa do Senhor, famintas da sua palavra e do seu alimento. Não podemos aceitar estatísticas que nos falem impunemente de tantos irmãos sem pão, sem esperança, sem trabalho e sem futuro e que nos deixem insensíveis, inertes e inativos.
Devemos ser comunidades que vivem, testemunham e irradiam esta força que se encontra na Eucaristia para anunciar esta verdade do Evangelho que nos fala de um reino onde se reparte com abundância o alimento do Senhor e se multiplica com justiça o pão na mesa dos pobres.”

Partir para a cidade ou viver Jesus em união com os irmãos sejam eles quais forem deve ser a nossa tarefa preferida!
O Evangelho da Eucaristia de hoje convida-nos a ser sal e luz nos nossos ambientes!
Que o Espírito Santo nos oriente e fortaleça para fazermos o que Deus quer que façamos!

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