quinta-feira, 25 de junho de 2015

«NÃO JULGUEIS E NÃO SEREIS JULGADOS.»



Esta frase encerra toda uma forma de vida, toda uma maneira de viver!
Mas... quanto é difícil não julgar!
Parece impossível como, criados por Deus, bondade, sabedoria e misericórdia infinitas, que tudo perdoa, tudo compreende, tudo ama... sairmos assim, tão propensos a incompreensões, a críticas, a dar opiniões sobre os comportamentos dos outros!...
Talvez... por os nossos olhos, a que chamam espelhos da alma, só verem para fora! Mas que espelhos meu Deus! Quanto necessitam de ser limpos!...
Os olhos não, a alma, o coração, pois é do coração que sai tudo e mais alguma coisa, como as nossas boas disposições e os nossos maus humores!
Em qualquer situação que nos surja, podemos ver sempre dois lados opostos, o bom ou o mau. E veremos sempre o que se acertar melhor com o nosso estado de espírito, ou seja, com o que tivermos entranhado no mais íntimo de nós!
A esta parte, gostei de pensar num pouquinho de uma carta de Doroteu de Gaza:

“Certas pessoas convertem em maus humores todos os alimentos que absorvem, mesmo que sejam alimentos de boa qualidade. A responsabilidade não é dos alimentos, mas do temperamento dessas pessoas, que altera os alimentos. Da mesma maneira, se a nossa alma tiver uma disposição má, tudo lhe fará mal; até as coisas vantajosas serão por ela transformadas em coisas prejudiciais. Não é verdade que, se deitarmos umas ervas amargas num pote de mel, as ervas alteram todo o conteúdo do pote, tornando amargo o mel? É isso que nós fazemos: espalhamos um pouco do nosso azedume e destruímos o bem do próximo, olhando para ele a partir da nossa má disposição.
Há outras pessoas que têm um temperamento que transforma tudo em bons humores, incluindo os alimentos nocivos. […] Os porcos têm uma excelente constituição. Comem cascas, caroços de tâmaras e lixo. Contudo, transformam estes alimentos em viandas suculentas. Também nós, se tivermos bons hábitos e um bom estado de alma, tudo poderemos aproveitar, incluindo aquilo que não é aproveitável. Muito bem diz o Livro dos Provérbios: «Quem olha com doçura obterá misericórdia» (12,13). Mas também: «Todas as coisas são contrárias ao homem insensato» (14,7).
Ouvi dizer de um irmão que, quando ia visitar outro irmão e encontrava a cela descuidada e desordenada, pensava: «Que feliz que é este irmão, que está completamente desprendido das coisas terrenas, elevando totalmente o seu espírito para o alto, de tal maneira que nem tem tempo para arrumar a cela!» Quando ia visitar outro irmão e encontrava a cela arrumada e em boa ordem, pensava: «A cela deste irmão está tão arrumada como a sua alma. Tal como a sua alma, assim é a sua cela.» E nunca dizia de nenhum deles: «Este é desordenado», ou: «Este é frívolo.» Graças ao seu excelente estado de alma, de tudo tirava proveito. Que Deus, na sua bondade, nos dê também um estado bom para que possamos tudo aproveitar, sem nunca pensarmos mal do próximo. Se a nossa malícia nos inspirar juízos e suspeitas, transformemo-os rapidamente. Pois não ver o mal do próximo engendra, com a ajuda de Deus, a bondade.”
Pois! Se quisermos ser bons mesmo, ou lutar por ser bons, temos que aprender a ver sempre o lado bom de tudo! A princípio pode até custar, mas que anima muito, anima!
Tive, ou melhor, tenho um AMIGO na eternidade que me sugeriu no final de cada dia contrariar o normal exame de consciência não procurando o mal feito mas três ou quatro boas acções. Não me fiz esperar, e logo inverti os meus hábitos.
Foi algo de maravilhoso para deitar fora o negativismo e passar a ser uma pessoa positiva.
Para quê procurar o que fizemos de errado... se quando erramos a consciência não nos deixa sossegar mesmo!
Incentivar o bem, isso sim, é uma boa norma para crescer ao jeito de Jesus como Deus quer!
Então... o Não julgueis e não sereis julgados já não nos causará tanto receio!

Nota: Vou inserir de novo os dois links para ser mais fácil a quem os quiser ouvir


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