domingo, 29 de abril de 2018

TOCOU-ME TANTO!

Sim! No dia de hoje… sábado... tocou-me muito a simplicidade e candura daquele Padre, bem jovem ainda, que na Igreja dos Passionistas de Santa Maria da Feira nos Celebrou a Eucaristia Matinal!
A forma como falava, como se movia, como olhava, como executava os ritos normais da Celebração… e mais ainda pela homilia que fez, curta, sentida, cheia de doçura, sabedoria e encanto!
Aquelas palavras e gestos eram uma clara expressão da mais verdadeira vida!
Que por ele, pela sua existência e seu modo de ser e estar, Deus seja louvado!
Depois… esta meditação que me surgiu extraída de uma Conferência do grande São Vicente de Paulo, acerca do Evangelho do dia:
«»
«Quem crê em Mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas»
Nosso Senhor disse: «Bem-aventurados os pobres em espírito» (Mt 5,3); deste modo, a Sabedoria eterna mostra que os trabalhadores evangélicos devem evitar a magnificência das ações e das palavras e assumir uma maneira de agir e de falar humilde, fácil e comum. Quem nos seduz a essa tirania do desejo de sucesso é o demónio, que, ao ver-nos executar uma tarefa com simplicidade, nos diz: «Que coisa baixa; isso é demasiado banal, e indigno da majestade cristã». Armadilha do demónio! Tomai cuidado, senhores, renunciai a essas vaidades. [...] Tende presente os modos de Nosso Senhor, que era humilde e adverso a tudo isso.
Ele poderia ter dado um grande realce às suas obras e um poder soberano às suas palavras, mas não o fez. «Vós fareis», disse aos seus discípulos, «as obras que Eu realizo; e fareis obras maiores do que estas.» Mas, Senhor, porque quisestes que, ao fazer o que havíeis feito, fizessem mais que Vós? É que Nosso Senhor quer deixar-Se ultrapassar nas ações públicas, para Se distinguir nas humildes e secretas; Ele deseja os frutos do Evangelho e não os barulhos do mundo; portanto, faz mais por meio dos seus servos do que por Si mesmo.
Ele quis que S. Pedro convertesse, de uma vez, três mil, e de outra cinco mil pessoas (At 2,41; 4,4), e que toda a Terra fosse iluminada pelos apóstolos. Por Si mesmo, embora fosse a luz do mundo (Jo 8,12), só pregou em Jerusalém e nos arredores, e pregou aí sabendo que obteria menos resultados que noutros lugares. [...] Fez, pois, poucas coisas, e os seus pobres discípulos, ignorantes e grosseiros, animados pela sua força, fizeram mais que Ele. Porquê? Porque quis ser humilde naquilo que fez.
«»
Perante tudo isto, olho-me interiormente, analiso-me o melhor que posso e sei, e muitas vezes me pergunto:
Por onde anda a minha humildade? Será que sou, realmente humilde? Ou estarei ainda a precisar de elogios ao que faço, não sozinha, mas com a juda de Deus e dos meus irmãos homens e mulheres?
Por onde anda a humidade de quem se julga tão grande junto de ‘gente’ tão igual… e considerada tão pequena?
Claro que somos humanos, sujeitos a muitas tentações externas e internas, estas, piores ainda!
Mas… a vida tem que nos ir ensinando que tudo o que fazemos não é obra nossa, mas de Deus em nós e connosco!
Se Jesus dizia que quem fazia as obras era o Pai… como poderemos nós julgar-nos detentores de tantas maravilhas? Só pode ser um absurdo mesmo!
Um absurdo… que afasta muita gente do verdadeiro caminho. Pois uma pessoa nunca poderá sentir-se à vontade para fazer o que quer que seja junto de outra que se julga superior a ela, mais dotada, mais sábia, mais capaz!
Sabemos que somos todos diferentes, cada um com os seus defeitos e qualidades. Mas todos recebemos dons de Deus, cada qual conforme as suas capacidade e defeitos, cada qual de acordo com a caminhada que poderá fazer, com Deus… porque… sós… nenhum de nós poderá fazer nada.
Então… como irmãos entre nós, filhos muito queridos e amados de Deus, olhemo-nos como iguais, agradecendo a Deus as boas diferenças que só a Ele pertencem!
Esta será, de facto, uma boa caminhada Pascal que nos levará a um grande entendimento e aceitação geradora de imensa Paz.
Que o Espírito Santo de Deus nos ajude!
HN

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