terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

CARNAVAL

 



Senhor! Mas… que Carnaval!

Antes e acima de tudo está o bem-estar da sociedade, por isso mesmo, estes momentos difíceis de suportar na confinação devido à pandemia.

Nunca me ocorreu ter necessidade de ter a minha mesa tão pequena e tão desprovida num dia de Carnaval. Mas pronto, é por uma boa causa!

Estamos a entrar na Quaresma, que esperamos seja mais profunda, pois o que interessa é o que se passa no mais profundo do coração, lá bem no fundo, onde o Senhor gosta de morar para nos levar a praticar melhores ações, ações mais dignas de irmãos e filhos dp mesmo Pai Comum, Deus, que Tu, Senhor Jesus, nos destes por Pai!

“”São Vicente de Lérins(?-antes de 450)monge Commonitorium, 23

«Ainda não entendeis nem compreendeis?»

Na Igreja de Cristo, poderá haver progresso na doutrina? [...] Com certeza que tem de haver, e progresso considerável! Quem seria tão ciumento dos homens e inimigo de Deus que tentasse opor-se a ele? Mas com a condição de se tratar de verdadeiro progresso, e não de uma alteração da fé. É necessário que a inteligência, a ciência e a sabedoria cresçam e progridam fortemente em cada um e em todos, em cada homem e na Igreja inteira, ao longo dos anos e dos séculos; mas é preciso que progridam segundo a sua própria natureza, quer dizer, na mesma doutrina, no mesmo sentido, na mesma afirmação.

Que a religião das almas imite o desenvolvimento dos corpos: apesar de evoluírem e crescerem ao longo dos anos, permanecem o que eram. Há uma grande diferença entre o desabrochar da infância e os frutos da velhice, mas é a mesma pessoa que passa da infância à idade maior. É um só e mesmo o homem cuja estatura e maneiras se modificam, enquanto ele conserva a mesma natureza, enquanto ele permanece uma só e a mesma pessoa. Os membros dos bebés são pequenos, os dos jovens são grandes; são, contudo, os mesmos [...], que existiam já em potência no embrião. [...]

Do mesmo modo, a fé cristã deve seguir estas leis do progresso para se fortificar com os anos, para que o tempo a desenvolva e a idade a enobreça. Os nossos pais semearam o trigo da fé para a colheita da Igreja. Seria injusto e chocante que nós, os seus descendentes, em vez do trigo da verdade autêntica, recolhêssemos o erro fraudulento do joio (cf Mt 13, 24ss.). Pelo contrário, é justo e lógico que não haja desacordo entre os primórdios e o fim, e que recolhamos este trigo que se desenvolveu depois de ser semeado. Assim, para que uma parte das primeiras sementes evolua com o tempo, será conveniente fertilizá-las e aperfeiçoar o seu cultivo.””

Fertilizar as verdades da fé é tentar vivê-las o melhor que conseguimos, como crianças, jovens, pessoas adultas e velhinhas também.

Somos sempre os mesmos, mas pelo que vivemos e aprendemos, vamo-nos tornando mais crescidos na fé, esperança e caridade ou Amor de Deus. Quando era pequena e jovem, nunca imaginei a aprendizagem e vivencia que teria conseguido nesta idade em que me encontro.

E, face ao que se pode fazer, nunca fiz nada na vida. Que o Senhor me perdoe! Por tanto que há a fazer… que faço eu, Senhor!!!

Que esta Quaresma seja um encontro comigo mesma e com tudo o que estiver ao meu alcance para crescermos mais para o Senhor, cada um e todos com Deus

Que sempre sejas louvado.

Hermínia Nadais

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