quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR!

 

Começamos a aprender a rezar em criança bem pequena, e são-nos ensinadas montões e orações de todos os jeitos formas e feitios! Depois crescemos e vamos aprendendo cada vez mais orações. O tempo passa, e envelhecemos, e acabamos por descobrir a verdadeira forma de rezar.

Mas os hábitos, os costumes, as orações diárias que por nada queremos deixar para trás, vão-nos preenchendo os dias.

Qualquer problema sentido na vida de alguém, nos leva a rezar, orar, aumentar a oração. E muitas vezes rezamos enquanto fazemos pequenos trabalhos que não necessitam atenção… e acabamos por nos distrair com as coisas mais simples que se possa imaginar.

Fazer da vida uma oração constante é o nosso maior gosto, então, logo ao levantar, colocamos tudo nas mãos do Senhor e  de Sua Santíssima Mãe. Recordamos o Sacrário Bendito onde Teu Divino Corpo e Sangue permanecem para nosso alimento.  Lembramos a sociedade inteira e colocamo-la lá, junto de Ti para que a encaminhes, para que o Teu Santo Espírito seja a Luz do Mundo em todas as suas dificuldades.

E não nos ficamos por aqui. Em tempo de quaresma, procuramos a Via-Sacra, a Eucaristia ainda que online, a comunhão Espiritual, a Adoração que a Comunicação Social nos traz até casa, até o Breviário vamos buscar sempre que podemos.

 Será que isto é oração que Jesus quer, que Deus deseja de nós???

 

“”São João da Cruz (1542-1591)
carmelita descalço, doutor da Igreja
«Subida do Carmelo» III, 43/44

«Orai assim»

De tudo o que diz respeito à oração e a exercícios de devoção, detenhamo-nos apenas nos ritos, ou maneiras de rezar, ensinados por Cristo. Não podemos duvidar de que, quando os discípulos pediram a Nosso Senhor que os ensinasse a rezar (cf Lc 11,1), Ele lhes disse tudo o que era necessário para serem atendidos pelo Pai eterno, cuja vontade conhecia perfeitamente. Ora, Jesus apenas lhes ensinou os sete pedidos do pai-nosso, no qual está contida a expressão de todas as nossas necessidades corporais e espirituais. Não lhes ensinou uma quantidade de orações e de cerimónias; pelo contrário, disse-lhes noutra ocasião que não multiplicassem as palavras ao rezar, porque o nosso Pai do Céu sabe muito bem aquilo de que temos necessidade.

A única coisa que lhes recomendou, e fê-lo com viva insistência, foi que perseverassem na oração, ou seja, na recitação do pai-nosso. Porque também disse: «É necessário rezar sempre, sem nunca desfalecer» (Lc 18,1). Assim, Ele não nos ensinou a multiplicar os pedidos, mas a tornar a fazê-los, muitas vezes, com fervor e atenção. Porque, repito, estes pedidos do pai-nosso encerram tudo o que está de acordo com a vontade de Deus e tudo o que nos é útil. Por isso, quando o Mestre divino por três vezes Se dirigiu ao Pai eterno, em todas elas repetiu as mesmas palavras do pai-nosso, como reportam os evangelistas: «Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a tua vontade!» (Mt 26,42).

Quanto aos ritos que devemos seguir na oração, Cristo deu-nos apenas dois: ou «entrar no quarto mais secreto» (Mt 6,6) e aí, longe de todo o ruído e com toda a liberdade, rezar com um coração puro e despreocupado [...]; ou procurar locais solitários, como Ele próprio fazia, para orar nas horas mais favoráveis e silenciosas da noite (cf Lc 6,12).””

Senhor! Tem piedade do Teu povo! Ensina-nos a ser o que queres que sejamos!

Ajuda-nos a ter presente nos segundos dos dias as dificuldades de tantos e tantas que se não encontram a eles mesmos, para que Te encontrem e vivam em paz.

Ajuda-nos a colocar nas Tuas Santas mãos quem de Ti mais necessita, pois sabes muito bem o que lhes deves dar!

Ensina-nos, Senhor, nesta Quaresma tão confinada, a fazer o que devemos para a expansão do Teu Reino de Amor, Justiça, Paz e Fraternidade!

Que sempre sejas louvado!

Hermínia Nadais

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