quarta-feira, 10 de março de 2021

COMO SERÁ O ESTADO HABITUAL DA NOSSA ALMA E CORAÇÃO?

 

Nem sei muito bem por onde começar.

Na caminhada da vida, se estivermos minimamente atentos a nós mesmos, a Deus e aos irmãos, pois não se podem separar, as nossas mudanças de atitudes serão de todo indescritíveis.

Asneiras, pecados, maiores ou menores, são próprios do ser humano! E Deus/Amor Incondicional Misericordioso e Bom sabe que somos assim, e é assim que nos quer e nos espera de braços bem abertos em todos os segundos da nossa vida, prontinho para nos ajudar a ser felizes.

Sim! Porque só vivendo do jeito de Deus que Jesus nos veio dizer e exemplificar seremos realmente felizes.

Há palavras que conheço desde a infância e juventude, mas nunca soube muito bem o que queriam dizer.

Aqui encontrei o que há muito procurava e me deixou imensamente satisfeita!

“”Beato Columba Marmion (1858-1923) abade

A compunção do coração - Os sentimentos do filho pródigo

O que é a compunção? É uma disposição da alma que faz com que esta permaneça num estado habitual de contrição. [...]

Reparai no regresso do filho pródigo a casa do pai. Acaso o imaginamos, depois de regressar, com um ar despreocupado e uma atitude distanciada, como se tivesse sido sempre fiel? Claro que não! Dir-me-eis: «Mas o pai não lhe perdoou?». Com certeza, recebeu o filho de braços abertos e não lhe disse: «És um miserável»; pelo contrário, apertou-o ao coração. E o regresso deste filho constitui uma alegria tal para o pai que este prepara um grande banquete para o arrependido. Tudo ficou esquecido, tudo está perdoado. Este comportamento do pai do filho pródigo é imagem da misericórdia do nosso Pai celeste.

Mas ele, o filho perdoado, mantém os sentimentos e a atitude que tinha quando se lançou, arrependido, aos pés do pai: «Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho». Tenhamos a certeza de que, durante o júbilo com que o seu regresso foi celebrado, eram estas as disposições que dominavam na sua alma. E se, posteriormente, a contrição diminuiu de intensidade, nunca tal sentimento se apagou por completo, ainda que o filho recuperasse para sempre o lugar que tinha tido na casa paterna. Quantas vezes, com efeito, terá dito ao pai: «Bem sei que me perdoaste tudo, mas o meu coração não se cansará de repetir com gratidão a pena que tem de te ter ofendido e o desejo de resgatar, com uma fidelidade maior, as horas perdidas e o facto de te ter esquecido».

Deve ser esse o sentimento de uma alma que ofendeu a Deus [...]. A compunção do coração torna a alma firme no horror ao mal e no amor a Deus.””

Filhos pródigos somos todos nós, uns mais outros menos, mas todos temos alturas em que nos distanciamos um pouquinho de Deus e com mais ou menos amor e vontade vamos à Sua procura no Sacramento da Confissão, Reconciliação ou Penitência, onde nos espera na pessoa do Sacerdote.

Claro que quando chegamos à confissão Deus já conhece muito bem os nossos pecados que devemos dizer todos, pedir perdão de todos, abrir-Lhe o coração de par em par, deixá-Lo entrar ou reentrar para nos fortificar nos caminhos da vida… onde devemos permanecer num estado habitual de contrição, façamos o que fizermos.

Se, de fato, nos doer magoar o Senhor, faremos tudo para fugir do que O magoa, é o que se chama de compunção!

Senhor Jesus! O tempo é propício!

A Quaresma é tempo de conversão! E nós precisamos de conversão, e de compunção!

Precisamos de nos sentir perdoados, e de continuarmos, incessantemente, com pena de Te termos ofendido, Senhor!

Que o Teu Divino Espírito Santo nos dê os Seus maravilhosos Dons, para que consigamos, cada vez mais e melhor, viver contigo, para Ti, e tudo fazer para que toda a gente Te ame também!

Que a Tua Misericórdia infinita, Senhor, nos perdoe sempre e nos ajude a ser o que queres que sejamos… todos nós… vivendo no permanente estado de compunção em todos os momentos da nossa vida!

Hermínia Nadais

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