quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ANO LITÚRGICO



Estamos na última semana do Ano Litúrgico, tempo de olhar para trás e fazer o balanço do ano, de modo a poder avaliar minimamente como estamos a fazer a nossa caminhada de conversão numa vida de fé!
Diz o Santo Padre que é preciso “Meditar sobre a conversão para não se tornar cristão morno, acomodado ou de aparência.”
Os cristãos de aparência e acomodados são muito perigosos para a evangelização, tão necessária nos nossos dias, pois urge evangelizar mais com a vida do que com palavras.
Palavras sem obras, não têm consistência para arrastar ninguém para o caminho de Deus!
O profeta só o será na realidade se as palavras proferidas brotarem do seu coração e da sua vida! ‘Mostra-me a tua fé sem obras… que eu pelas minhas obras te mostrarei a minha fé!’
Uma fé sem obras está morta, não vive na caridade, não pratica, não vive o amor desinteressado e fraterno!
A nossa espiritualidade não pode ser a do conforto, comodidade bem estar sem olhar à nossa volta e dar as mãos a quem necessita!
Não podemos ir à igreja por rotina, mas por necessidade de um encontro mais profundo com Deus e com os irmãos!
Os cristãos que vivem de aparências são cristãos mornos, mortos, sem vida da graça, sem amor a Deus e ao próximo!
E o mais triste é que há muitos cristãos que pensam que tudo está bem com eles por frequentarem as igrejas e não se apercebem que ir às igrejas sem amor verdadeiro e para os outros verem não tem valor aos olhos de Deus!
O Papa Francisco diz que "as aparências são o sudário destes cristãos, que estão mortos."
E continua:
Sudário que pode envolver cada um de nós, sem que percebamos. Por este motivo, convidoa fazer algumas perguntas: “Sou vivo dentro, tenho uma vida espiritual? Sinto o Espírito Santo? Dou-lhe ouvidos? Ou... se parece que vai tudo bem, não me questiono? Tenho uma boa família, ninguém fala mal de mim, tenho tudo o que preciso, sou casado na Igreja... estou na graça de Deus, estou tranquilo. Então, devemos “procurar alguma coisa de vivo dentro, temos que nos converter: das aparências à realidade. Do torpor ao fervor”.
Caminho de conversão que Zaqueu percorreu, "um chefe dos publicanos e rico", que "traiu seu país" porque "trabalhava para os estrangeiros, para os romanos", como "muitos dirigentes que conhecemos: corruptos". Esses que "ao invés de servir ao povo, o explora para servir a si mesmos".
Zaqueu não era morno, mas uma pessoa "em estado de putrefação". Estado do qual ele foi capaz de se livrar graças à "semente da curiosidade" semeada nele pelo Espírito Santo.
Zaqueu "não teve vergonha", porque ele queria ver este "curador do qual falavam tão bem”. Sinal de que dentro dele "trabalhava o Espírito Santo”. Através desse "a Palavra de Deus entrou naquele coração e, com a palavra, a alegria".
"Os da comodidade e da aparência tinham esquecido o que era a alegria; e este corrupto a recebe imediatamente", assim "o coração muda, se converte". E Zaqueu promete devolver quatro vezes o que roubou.
(…) Zaqueu se tornou assim graças à "palavra autêntica" de Jesus. Palavra que "é capaz de mudar tudo", mas "nem sempre temos a coragem de crer na Palavra de Deus, de receber a Palavra que nos cura dentro". Nestas últimas semanas do ano litúrgico é preciso pensarmos muito, “muito seriamente", sobre “a nossa conversão, para que possamos avançar no caminho da nossa vida cristã."
Mais palavras para quê?
Que esta meditação, com a ajuda do Espírito Santo, nos ajude a ser mais o que devemos, para maior glória de Deus e felicidade dos homens!

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