Quando se fala em vida e
em morte, inevitavelmente, teremos que pensar na alimentação que nos conserva a
vida e no tipo de pobrezas que afectam o mundo dos humanos, que são mais que
muitas!
Viver na caridade é ter
em atenção as necessidades dos irmãos, as suas fomes e sedes, pois é isso o que
Deus quer de nós!
Mais que a fome de pão,
temos de cuidar da fome de carinho, de ternura, de amor!
Vejamos o que nos diz a
Madre Teresa de Calcutá:
“«Sai imediatamente às
praças e às ruas da cidade e traz os pobres»
O pobre não tem somente fome de pão; também tem uma terrível fome
de dignidade humana. Nós temos necessidade de amor e de existir para alguém. E
é aí que cometemos um erro sempre que empurramos as pessoas para baixo. Não só
recusámos aos pobres um pedaço de pão, como além disso, ao considerá-los como
nada, abandonando-os na rua, lhes recusamos essa dignidade que é sua, de pleno
direito, enquanto filhos de Deus. Hoje em dia, o mundo não tem fome só de pão,
mas também de amor; tem fome de ser desejado, de ser amado. As pessoas têm fome
de sentir a presença de Cristo. Em muitos países, há de tudo em abundância,
excepto essa presença, essa benevolência.
Há pobres em todos os países. Há continentes em que a pobreza é mais espiritual
que material: é uma pobreza feita de solidão, de desalento, de ausência de
sentido. Mas também nas ruas da Europa e da América vi pessoas na maior miséria,
a dormir em caixas de papelão, vestidas de trapos. Tanto Paris como Roma e
Londres conhecem essa forma de pobreza. É tão simples falar sobre os pobres que
estão longe ou preocuparmo-nos com eles. É mais difícil, e quiçá um desafio
maior, prestar atenção e preocuparmo-nos com o pobre que vive a dois passos da
nossa casa.
O arroz, o pão que dou ao esfomeado que encontro na rua acalmar-lhe-ão a fome.
Mas é muito difícil saciar a fome daquele que vive na exclusão, na falta de
amor e cheio de medo. Vós, que viveis no Ocidente, muito mais que a pobreza
material, conheceis a pobreza espiritual e é por isso que os vossos pobres
estão entre os mais pobres. Entre os ricos, há muitas vezes pessoas
espiritualmente muito pobres. A meu ver, é fácil alimentar quem tem fome ou dar
dormida a um sem-abrigo. Mas consolar, apagar a amargura, a cólera e o
isolamento que resultam da indigência espiritual, isso exige muito mais tempo.”
Faz muito tempo que mais
do que as fomes de pão todas as outra fomes me preocupam e levam a uma atenção
constante a quem me rodeia… e me fazem muitas vezes achar curtas as 24 horas do
dia!...
Ir ao encontro! Não sei
bem como! Mas o ir ao encontro, há tempo demais me está a bater por demais no
coração!
Até quando terei de
esperar para dar um passo mais profundo no sentido de ir ao encontro?!...
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