sexta-feira, 28 de novembro de 2014

FINAL DE ANO… REVER VIDA... E PENSAR NOS FINS!



Toda a liturgia deste final de Ano Litúrgico nos remete para a revisão de vida!  E a revisão de vida leva-nos a servir-nos do passado para, no presente, prepararmos o futuro. E o futuro último será mesmo o nosso fim!
Meu amigo Abílio que partiu para a Casa do Pai em 2010, quando sentiu a aproximação dos últimos dias da sua vida nesta  terra, dizia muito simplesmente: - Eu gostava de falar na morte, mas como deve compreender… eu nunca morri!
Estas palavras do Abílio, com muitas outras, seguram-me na caminhada! Somos bênçãos una para os outros, e o Abílio era uma grande bênção para todos quantos o conheciam. A Isabel, sua esposa muito querida, depois da morte dele, dizia com uma grande e dolorido orgulho que ele tinha encontrado na vida um maravilhoso caminho e havia morrido com uma enorme dignidade! Parece que ainda a estou a ver, com as lágrimas nos olhos!
Este tempo faz-me lembrar mais o Abílio e a Isabel, a grandeza e dignidade enormes daquele casal com quem convivo em pensamento todos os dias, pela forma como deixavam transparecer o Jesus vivo com quem viviam todos os momentos.
Que ele peça por nós ao Senhor que tão bem nos mostrava, e ela seja muito, muito feliz, e uma grande luz de Deus nesta terra que tanto d’Ele necessita!
A meditação do Evangelho Quotidiano para o Evangelho de hoje, Lc 21, 29-33, foi tirada de São Gregório Magno,  que diz a certa altura:  “«Se sabemos que o Verão está a chegar ao ver os frutos nas árvores, assim também podemos reconhecer, pela ruína do mundo, que o Reino de Deus está próximo.» Estas palavras mostram-nos que o fruto do mundo é a sua ruína; só cresce para depois cair; não brota senão para fazer perecer com calamidades tudo o que nele desponta. É por isso que o Reino de Deus é comparado com o Verão, pois nessa altura as nuvens da nossa tristeza passarão e os dias da vida brilharão com a claridade do Sol eterno. […]
«O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar.» Nada na natureza das coisas materiais é mais duradoiro que o céu e a terra e nada aqui na terra passa mais depressa que uma palavra pronunciada. […] Assim, o Senhor declara: «O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar.» É como se dissesse claramente: «Tudo o que é duradoiro à vossa volta é perecedouro face à eternidade; e tudo o que em Mim parece passar é na verdade fixo, e não passa, pois a minha palavra que passa exprime pensamentos que permanecem imutáveis.» […]
Assim, meus irmãos, não ameis este mundo, que não pode durar muito tempo, como vedes. Fixai no vosso espírito este mandamento que o apóstolo João nos dá para nos alertar: «Não ameis o mundo nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele» (1Jo 2,15).”
De facto, acho esta meditação muito pertinente para este tempo litúrgico!
Que sejamos capazes  de, com a ajuda do Espírito Santo, aproveitar da experiência amarga dos nossos fracassos a sabedoria de viver cada vez mais e melhor de acordo com as Palavras de Jesus Cristo, eterna luz, caminho e verdade, para toda a humanidade! Esta será uma boa forma de prepararmos os nossos fins!

Sem comentários: