Toda a liturgia deste
final de Ano Litúrgico nos remete para a revisão de vida! E a revisão de vida leva-nos a servir-nos do
passado para, no presente, prepararmos o futuro. E o futuro último será mesmo o
nosso fim!
Meu amigo Abílio que
partiu para a Casa do Pai em 2010, quando sentiu a aproximação dos últimos dias
da sua vida nesta terra, dizia muito
simplesmente: - Eu gostava de falar na morte, mas como deve compreender… eu
nunca morri!
Estas palavras do
Abílio, com muitas outras, seguram-me na caminhada! Somos bênçãos una para os
outros, e o Abílio era uma grande bênção para todos quantos o conheciam. A
Isabel, sua esposa muito querida, depois da morte dele, dizia com uma grande e
dolorido orgulho que ele tinha encontrado na vida um maravilhoso caminho e havia
morrido com uma enorme dignidade! Parece que ainda a estou a ver, com as
lágrimas nos olhos!
Este tempo faz-me
lembrar mais o Abílio e a Isabel, a grandeza e dignidade enormes daquele casal
com quem convivo em pensamento todos os dias, pela forma como deixavam
transparecer o Jesus vivo com quem viviam todos os momentos.
Que ele peça por nós ao
Senhor que tão bem nos mostrava, e ela seja muito, muito feliz, e uma grande luz
de Deus nesta terra que tanto d’Ele necessita!
A meditação do Evangelho
Quotidiano para o Evangelho de hoje, Lc 21, 29-33, foi tirada de São Gregório
Magno, que diz a certa altura: “«Se sabemos que o Verão está a chegar ao ver
os frutos nas árvores, assim também podemos reconhecer, pela ruína do mundo, que
o Reino de Deus está próximo.» Estas palavras mostram-nos que o fruto do mundo
é a sua ruína; só cresce para depois cair; não brota senão para fazer perecer
com calamidades tudo o que nele desponta. É por isso que o Reino de Deus é
comparado com o Verão, pois nessa altura as nuvens da nossa tristeza passarão e
os dias da vida brilharão com a claridade do Sol eterno. […]
«O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar.» Nada na
natureza das coisas materiais é mais duradoiro que o céu e a terra e nada aqui
na terra passa mais depressa que uma palavra pronunciada. […] Assim, o Senhor
declara: «O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar.»
É como se dissesse claramente: «Tudo o que é duradoiro à vossa volta é perecedouro
face à eternidade; e tudo o que em Mim parece passar é na verdade fixo, e não
passa, pois a minha palavra que passa exprime pensamentos que permanecem
imutáveis.» […]
Assim, meus irmãos, não ameis este mundo, que não pode durar muito tempo, como
vedes. Fixai no vosso espírito este mandamento que o apóstolo João nos dá para
nos alertar: «Não ameis o mundo nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o
amor do Pai não está nele» (1Jo 2,15).”
De facto,
acho esta meditação muito pertinente para este tempo litúrgico!
Que
sejamos capazes de, com a ajuda do
Espírito Santo, aproveitar da experiência amarga dos nossos fracassos a sabedoria
de viver cada vez mais e melhor de acordo com as Palavras de Jesus Cristo,
eterna luz, caminho e verdade, para toda a humanidade! Esta será uma boa forma
de prepararmos os nossos fins!
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