domingo, 16 de novembro de 2014
EUCARISTIA DE HOJE!
Na impossibilidade de
algo meu por pura falta de tempo útil para escrever, e porque gostei muito decidi
apresentar uma meditação sobre as leituras deste domingo escrita pelo Pe
António Riviero e retirada, na íntegra de Zenit:
“Textos:
Prov 31, 10-13.19-20.30-31; 1 Tess 5, 1-6; Mateus 25, 14-30
Ideia
principal: Deus dá a cada um uns talentos
segundo a nossa capacidade: a um, cinco; a um segundo, dois; e ao
terceiro, um. Talentos materiais e naturais, talentos humanos e talentos
espirituais.
Síntese
da mensagem: diante desses talentos
cabem duas posturas: ou fazê-los render com responsabilidade e
empenho, ou gastá-los mal pela frivolidade e infantilismo, ou escondê-los por
preguiça e negligência. Mas Cristo ao final dos tempos nos pedirá contas da
administração desses talentos, destinados a produzir, em uns o cem por cento;
em outros, o cinquenta ou o vinte por cento. Nisto entra em jogo aqui a
santidade e depois lá a salvação eterna.
Pontos
da ideia principal:
Em
primeiro lugar, comentemos o que são os talentos.
Se formos à ilha de Creta, no mar Egeu, e visitarmos o palácio vermelho do rei
Mino poderemos encontrar no museu os talentos: uns bloques mais planos, mais ou
menos quadrados ou lobulados, de uns 45 centímetros de lado e peso de 26 a 36
quilos. Não são moedas de bolso, mas pesos de pagamento e que, segundo tempos e
culturas, foram de ouro, prata e bronze. Um talento era um peso. Equivalia a
21.000 gramas de prata. Para entender isto, se um denario equivalia a 4 gramas
de prata, então um talento equivalia a 6.000 denarios. Um trabalhador que
quisesse ganhar somente um talento, teria que trabalhar 6.000 dias, ou melhor
dito, quase 20 anos! Se fizermos os cálculos corretos, poderemos entender que o
servo que recebeu cinco talentos, na realidade, recebeu um salario de 100 anos,
o que recebeu dois recebeu o equivalente a um salario de 40 anos e que recebeu
só um talento estava recebendo o salario de 20 anos de trabalho.
Em
segundo lugar, o que temos que fazer com esses talentos espirituais, intelectuais,
profissionais, esportivos, culturais... que Deus generosamente nos deu
gratuitamente? No evangelho está a clave: negociar. Isto é, colocar o dinheiro
no banco, fazer préstimos com juros, investi-lo em valores. O dono elogiou os
dois criados que fizeram isto, e mandou para fora o que não fez. Agora o que
aconteceria com o que desperdiçasse a torto e a direito o talento, ou roubasse
o talento por negligencia? Não quero nem pensar nessa situação, pois já fico
arrepiado. Este evangelho advoga pelo sistema “capitalismo-cuidado aqui!-espiritual”. O senhor da
parábola é o Filho de Deus que, antes de partir para o seu destino estrangeiro,
que é o céu, nos deixou uma fortuna- a vida e uma pátria, a família, a
inteligência, a vontade, a afetividade, a sexualidade, os amigos, a saúde, a
fé, as virtudes teologais e cardeais, os sacramentos, o perdão, o amor, a
justiça, o matrimonio, o sacerdócio ou a vida religiosa, etc. E agora, vamos
negociar! E, se não, aprendamos da parábola que outros farão o que nós
deixarmos de fazer e se cumprirá o evangelho: passará a fortuna para outros
para que eles negociem e, o que não quis negociar, que se responsabilize das
consequências da sua preguiça, do seu esbanjo e da sua inconsciência e
superficialidade.
Finalmente, uma
coisa é o talento,
a letra do evangelho e outra a música, que é o talante. Jesus estava falando para os seus
discípulos, mas estavam escutando os fariseus. O fariseu era bem cumpridor:
tinha 613 mandamentos e cumpria todos, claro que cumpria! Ao pé da letra. Para
talante imobilista, tinha o seu. Mas Cristo pedia talante investidor, criativo,
esforçado. E aqui vem a parte que nos pede Cristo diante desses talentos: o
nosso engenho para investir honestamente no banco da vontade esses talentos que
Ele nos deu gratuitamente e com tanto amor e esperança. Negociar, empreender,
comprometer-se. Arriscando tudo. Sem medo do medo de colocar em jogo a
salvação, que só se arrisca quando, como condena Jesus no evangelho, a gente se
anota como conservador, prudente e seguro, vago e covarde. E assim, de um
evangelho, que no primeiro golpe de vista, parece capitalista, resulta que é um
evangelho, não de talentos somente, mas também de talantes.
Para
refletir: Estou fazendo render os talentos
naturais e espirituais que Cristo me deu? Vou ter que escutar Dele:
“Servo mau e preguiçoso”? Ou escutarei, ao contrario: “Parabéns, servo bom e
fiel”?
Para
rezar: Senhor, obrigado pelos talentos que me destes, sem que eu os
merecesse. Perdoai-me se até hoje desperdicei, gastei mal ou enterrei algum
destes talentos. Dai-me vontade, engenho e responsabilidade para de agora em
adiante possa investir neles para vossa Glória, para o bem da humanidade e para
minha própria santificação.”
Agora, resta-nos
melhorarmos um pouco mais o nosso relacionamento connosco mesmos, com Deus e
com os nossos irmãos!
Que o Espírito Santo nos
ajude!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário