segunda-feira, 30 de março de 2015
DEUS É PAI... E MÃE!
Parece
esquisito, mas na força e no amor e ternura incomensuráveis de Deus vemos as
figuras do pai e da mãe! A fortaleza e segurança do pai, e a atenção, ternura e
meiguice da mãe!
Nesta
semana em que celebramos a paixão do Senhor com tudo quanto tem de extraordinário
e especial, temos de lembrar o sofrimento imenso da Mãe de Jesus, e talvez seja
oportuno lembrar algumas palavras que o Santo Padre proferiu na audiência Geral
de uma quarta feira de Janeiro sobre as mães!
“A mãe, porém, mesmo sendo muito exaltada do ponto de vista
simbólico – tantas poesias, tantas coisas belas se dizem poeticamente da mãe –
é pouco escutada e pouco ajudada na vida cotidiana, pouco considerada no seu papel
central da sociedade. Antes, muitas vezes se aproveita da disponibilidade das
mães a sacrificar-se pelos filhos para “economizar” nas despesas sociais.
No centro da vida da Igreja está a Mãe de Jesus. Talvez as mães,
prontas a tantos sacrifícios pelos próprios filhos, e não raro também por
aqueles de outros, deveriam encontrar mais escuta.
As mães são o antídoto mais forte para a propagação do
individualismo egoísta. “Indivíduo” quer dizer “que não se pode dividir”. As
mães, em vez disso, se “dividem” a partir de quando hospedam um filho para
dá-lo ao mundo e fazê-lo crescer. São essas, as mães, a odiar mais a guerra,
que mata os seus filhos. Tantas vezes pensei naquelas mães quando recebem a
carta: “Digo-lhe que o seu filho morreu em defesa da pátria…”. Pobres mulheres!
Como uma mãe sofre! São essas a testemunhar a beleza da vida. O arcebispo Oscar
Arnulfo Romero dizia que as mães vivem um “martírio materno”. Na homilia pelo
funeral de um padre assassinato pelos esquadrões da morte, ele disse, repetindo
o Concílio Vaticano II: “Todos devemos estar dispostos a morrer pela nossa fé,
mesmo se o Senhor não nos concede esta honra… Dar a vida não significa somente
ser morto; dar a vida, ter espírito de martírio, é dar no dever, no silêncio,
na oração, no cumprimento honesto do dever; naquele silêncio da vida cotidiana;
dar a vida pouco a pouco? Sim, como a dá uma mãe que, sem temor, com a
simplicidade do martírio materno, concebe no seu seio um filho, dá à luz a
ele, amamenta-o, fá-lo crescer e cuida dele com carinho. É dar a vida. É
martírio”. Termino aqui a citação. Sim, ser mãe não significa somente colocar
no mundo um filho, mas é também uma escolha de vida. O que escolhe uma mãe,
qual é a escolha de vida de uma mãe? A escolha de vida de uma mãe é a escolha de
dar a vida. E isto é grande, isto é belo.
Uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as
mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a
dedicação, a força moral. As mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais
profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de
devoção que uma criança aprende, é inscrito no valor da fé na vida de um ser
humano. É uma mensagem que as mães que acreditam sabem transmitir sem tantas
explicações: estas chegarão depois, mas a semente da fé está naqueles
primeiros, preciosíssimos momentos. Sem as mães, não somente não haveria novos
fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo. E a Igreja
é mãe, com tudo isso, é nossa mãe! Nós não somos órfãos, temos uma mãe! Nossa
Senhora, a mãe Igreja e a nossa mãe. Não somos órfãos, somos filhos da Igreja,
somos filhos de Nossa Senhora e somos filhos das nossas mães.
Queridas mães, obrigado, obrigado por aquilo que vocês são na
família e por aquilo que dão à Igreja e ao mundo. E a ti, amada Igreja,
obrigado por ser mãe. E a ti, Maria, mãe de Deus, obrigado por fazer-nos ver
Jesus. E obrigado a todas as mães aqui presentes: saudamos vocês com um
aplauso!
Claro
que, se Deus é todo carinho, tinha que fazer as pessoas carinhosas. As mães são
carinhosas, mas os pais também são!
Temos
a ideia de que as mulheres transmitem mais carinho do que os homens, mas há
homens muito carinhosos!
Agora,
pensemos um pouco naqueles homens que junto de nós fazem as vezes de Jesus, os
sacerdotes! Tanta ternura... disfarçada e nem tanto assim!
Quantos
gestos e palavras de conforto no magistério da Reconciliação ou Confissão, na
Direcção Espiritual, na ajuda prestada aos fiéis das mais diversas formas... e
tão esquecidos nas nossas orações!
Nesta
semana, tenhamos presente Nossa Senhora e as nossas mães, e não esqueçamos os
sacerdotes e as pessoas consagradas a quem tanto devemos e que tanto precisam
das nossas orações, que acima e antes de tudo, são um dever de gratidão!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário