quarta-feira, 18 de março de 2015

MEU PAI TRABALHA... E EU TRABALHO...




Estar atentos à Liturgia da Palavra na época Quaresmal é algo de extraordinário. Confesso que este tempo, mais do que em outro ano qualquer, tem sido muito especial para mim, pois tenho aprofundado muitos conhecimentos sobre Jesus o que me tem feito muito bem. Sinto-me, de certo modo, realizada! Que Deus seja louvado!
No Evangelho de hoje Jesus diz-nos que o Pai trabalha e Ele também trabalha em todo o tempo. O tempo de Deus não é igual ao nosso, não põe ser, trabalha em todo o tempo... sempre... acompanhando a humanidade para que seja feliz!
A esta parte, vejamos o que nos diz o Beato Jonh Henry Newman, e que achei maravilhoso e enriquecedor.
“«Meu Pai trabalha intensamente e Eu também trabalho em todo o tempo»
Se observarmos o comportamento do Salvador durante a sua vida mortal, vemos que ocultava propositadamente o conhecimento da sua identidade de Filho de Deus e que, no entanto, ao mesmo tempo a revelava. Aparentemente queria que a apreciássemos, mas não naquela altura – como se as suas palavras devessem permanecer válidas desde logo, mas também devessem esperar um certo tempo para serem esclarecidas; como se devessem esperar a sua vinda, que traria à luz, a um tempo, Cristo e as suas palavras. […] Ele estava entre os seus discípulos «como aquele que serve» (Lc 22,27). Aparentemente, foi só depois da sua ressurreição, e especialmente depois da sua ascensão, quando o Espírito Santo desceu, que os apóstolos entenderam quem era Aquele que tinha estado com eles. […]
Muitas vezes, tanto na Escritura como no mundo, não nos apercebemos da presença de Deus no próprio instante em que ela está em nós; só mais tarde, quando olhamos para trás, reconhecemos o que aconteceu anteriormente. […] Que providência maravilhosa, que se faz de forma tão silenciosa apesar de ser tão eficaz, tão constante, e sobretudo tão infalível! É isto que é completamente desconcertante para o poder de Satanás, que é incapaz de identificar a mão de Deus no desenrolar dos acontecimentos […]; os seus múltiplos recursos são inúteis diante do silêncio majestoso e sereno, a calma imperturbável e santa que reina na providência de Deus. […]
A mão de Deus vela constantemente pelos seus e condu-los por um caminho que eles não conhecem. Eles apenas podem crer; o que não conseguem ver agora, vê-lo-ão depois. E, por esta fé, colaboram com as intenções de Deus.”
Que melhor para nos ajudar a entregar nas mãos de Deus
tudo aquilo que não compreendemos e que nos custa a aceitar?

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