sábado, 6 de setembro de 2014
A IGREJA É REALMENTE MÃE!
Este é o título da
catequese do Papa Francisco da passada quarta-feira, 3 de Setembro!
Boa demais para ser
ignorada!
Partilho… tal qual a
recebi da Zenit, para quem puder ler quando quiser e para ficar aqui… registada,
pois não a quero esquecer de forma alguma!
“Nas
catequeses anteriores, tivemos a oportunidade de confirmar uma vez mais que não
nos tornamos cristãos por si só, isso é, com as próprias forças, de modo
autônomo, nem nos tornamos cristãos em laboratório, mas se gerados e feitos
crescer na fé dentro daquele grande corpo que é a Igreja. Neste sentido, a
Igreja é realmente mãe, a nossa mãe Igreja – é belo dizer assim: a nossa mãe
Igreja – uma mãe que nos dá a vida em Cristo e que nos faz viver com todos os
outros irmãos na comunhão do Espírito Santo.
1. Nesta
sua maternidade, a Igreja tem como modelo a Virgem Maria, o modelo mais belo e
mais alto que se pode ter. É o que as primeiras comunidades já colocaram à luz
e o Concílio Vaticano II expressou de modo admirável (cfr Const. Lumen gentium,
63-64). A maternidade de Maria é certamente única, singular, e se realizou na
plenitude dos tempos, quando a Virgem deu à luz o Filho de Deus, concebido por
obra do Espírito Santo. E, todavia, a maternidade da Igreja coloca-se
propriamente em continuidade com aquela de Maria, como um prolongamento seu na
história. A Igreja, na fecundidade do Espírito, continua a gerar novos filhos
em Cristo, sempre na escuta da Palavra de Deus e na docilidade ao seu desígnio
de amor. A Igreja é mãe. O nascimento de Jesus no seio de Maria, de fato, é o
início do nascimento de cada cristão no seio da Igreja, do momento que Cristo é
o primogênito de uma multidão de irmãos (cfr Rm 8, 29) e o nosso primeiro irmão
Jesus nasceu de Maria, é o modelo, e todos nós nascemos na Igreja. Compreendemos,
então, como a relação que une Maria e a Igreja é tão profunda: olhando para
Maria, descobrimos a face mais bela e mais terna da Igreja; e olhando para a
Igreja reconhecemos os traços sublimes de Maria. Nós, cristãos, não somos
órfãos, temos uma mãe, temos uma mãe, e isto é grandioso! Não somos órfãos! A
Igreja é mãe, Maria é mãe.
2. A
Igreja é nossa mãe porque nos gerou no Batismo. Toda vez que batizamos uma
criança, torna-se filho da Igreja, entra na Igreja. E daquele dia, como uma mãe
atenta, nos faz crescer na fé e nos indica, com a força da Palavra de Deus, o
caminho de salvação, defendendo-nos do mal.
A
Igreja recebeu de Jesus o tesouro precioso do Evangelho não para retê-lo para
si, mas para doá-lo generosamente aos outros, como faz uma mãe. Neste serviço
de evangelização, manifesta-se de modo peculiar a maternidade da Igreja,
empenhada, como uma mãe, em oferecer aos seus filhos o alimento espiritual que
alimenta e faz frutificar a vida cristã. Todos, portanto, somos chamados a
acolher com mente e coração abertos a Palavra de Deus que a Igreja a cada dia
oferece, porque esta Palavra tem a capacidade de nos mudar de dentro. Somente a
Palavra de Deus tem esta capacidade de nos mudar bem de dentro, das nossas
raízes mais profundas. A Palavra de Deus tem esse poder. E quem nos dá a
Palavra de Deus? A mãe Igreja. Ela nos amamenta desde criança com esta Palavra,
ensina-nos durante toda a vida com esta Palavra e isto é grandioso! É
justamente a mãe Igreja que, com a Palavra de Deus, nos muda de dentro. A Palavra
de Deus que nos dá a mãe Igreja transforma-nos, torna a nossa humanidade não
palpitante segundo a mundanidade da carne, mas segundo o Espírito.
Na sua
solicitude materna, a Igreja se esforça em mostrar aos crentes o caminho a
percorrer para viver uma existência fecunda de alegria e de paz. Iluminados
pela luz do Evangelho e apoiados pela graça dos Sacramentos, especialmente a
Eucaristia, nós podemos orientar as nossas escolhas para o bem e atravessar com
coragem e esperança os momentos de escuridão e os sentimentos mais tortuosos. O
caminho de salvação, através do qual a Igreja nos guia e nos acompanha com a
força do Evangelho e o apoio dos Sacramentos, nos dá a capacidade de nos
defendermos do mal. A Igreja tem a coragem de uma mãe que sabe ter que defender
os próprios filhos dos perigos que derivam da presença de satanás no mundo,
para levá-los ao encontro com Jesus. Uma mãe sempre defende os filhos. Esta
defesa consiste também em exortar à vigilância: vigiar contra o engano e a
sedução do maligno. Porque mesmo que Deus venceu satanás, este volta sempre com
as suas tentações; nós sabemos disso, todos nós somos tentados, fomos tentados
e somos tentados. Satanás vem “como leão que ruge” (1 Pt 5, 8), diz o apóstolo
Pedro, e cabe a nós não sermos ingênuos, mas vigiar e resistir firmes na fé.
Resistir com os conselhos da mãe Igreja, resistir com a ajuda da mãe Igreja,
que como uma boa mãe sempre acompanha os seus filhos nos momentos difíceis.
3.
Queridos amigos, esta é a Igreja, esta é a Igreja que todos amamos, esta é a
Igreja que eu amo: uma mãe que tem no coração o bem dos próprios filhos e que é
capaz de dar a vida por eles. Não devemos nos esquecer, porém, que a Igreja não
é só os padres, ou nós bispos, não, somos todos! A Igreja somos todos! De
acordo? E também nós somos filhos, mas também mães de outros cristãos. Todos os
batizados, homens e mulheres, juntos somos a Igreja. Quantas vezes nas nossas
vidas não damos testemunho desta maternidade da Igreja, desta coragem materna
da Igreja! Quantas vezes somos covardes! Confiemo-nos, então, a Maria, para que
Ela, como mãe do nosso irmão primogênito, Jesus, nos ensine a ter o seu mesmo
espírito materno nos confrontos dos nossos irmãos, com a capacidade sincera de
acolher, de perdoar, de dar força e de infundir confiança e esperança. É isto o
que faz uma mãe.”
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