Há dias recebi um email
onde na Praça do Rossio em Lisboa um sem número de pessoas estavam ajoelhadas…
a rezar, está claro!
Estavam a rezar segundo
as crenças deles, do islamismo!
Sem sombra de dúvida, as
pessoas têm o direito de acreditar no que acham que devem… e de ser como são!
Mas o respeito pela
liberdade religiosa e de expressão é um direito da pessoa humana! Erros… toda a
gente comete! Mas há erros… e erros!... Alguns de todo inadmissíveis, como
obrigar as pessoas a acreditar no que não conhecem nem estão interessadas, é
horrível!
Agora me pergunto? Como
ficam os cristãos no meio de tudo isto? De templos vazios e de corações vazios…
à espera de quê?
Qual
é o exemplo que os cristãos mais assíduos nos templos… dão àqueles cristãos que
raras vezes vão aos templos? Será que a
lei do amor é vivida em pleno? Será que a caridade fraterna é uma realidade?
Não nos perderemos em críticas mútuas, desnecessárias e descabidas? Talvez sejamos
tão egoístas ao ponto de não haver quem acredite em nós… e isso é o pior que
pode acontecer, pois as nossas boas atitudes convencem mais e falam melhor do
que todas as palavras que possamos proferir.
Jesus
deixou-nos um conselho: «Tu, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a
porta, reza em segredo a teu Pai»
Jesus
não nos mandou rezar nas ruas… mas num lugar bem discreto, em segredo! Em
silêncio ou a falar… mas connosco próprios no mais íntimo do nosso ser. Jesus
manda-nos fechar no quarto que é o nosso coração e na nossa intimidade rezar ao
Senhor! Mas rezar, porque é urgente rezar!
Num
dos seus sermões acerca da oração o Beato John Henry Newman diz:
“Aqueles que buscam o Deus invisível buscam-No nos seus corações e
nos seus pensamentos secretos, e não nas palavras barulhentas, como se Ele
estivesse longe deles. Têm o costume de se retirar para onde não haja olhos
humanos que os vejam; para onde, humildes e cheios de fé, podem encontrar
Aquele que está «perto do seu caminho, junto do seu leito e vê todas as suas
atitudes». E Deus, «que sonda os corações» (Rom 9,27), os recompensará no
último dia. A oração feita em segredo, segundo a vontade de Deus, é conservada
como um tesouro no seu Livro da Vida (Sl 68,29). Talvez essa oração tenha
requerido uma resposta aqui na terra e não a teve? Talvez o próprio que a
formulou se tenha esquecido dela e o mundo nunca tenha sabido da sua
existência? Mas Deus recorda-a para sempre; e no último dia, quando os livros
forem abertos (Dn 7,10; Ap 20,12), essa oração será revelada e recompensada
diante do mundo inteiro. […]
Sabemos bem que devemos estar em oração e meditação, em certo sentido, durante
todo o dia (Lc 18,1); mas […] devemos rezar de maneiras determinadas a certas
horas do dia? […] Mesmo que estas horas e estas fórmulas precisas não sejam
absolutamente necessárias à oração privada, constituem uma grande ajuda; ou
antes, Nosso Senhor ordena-nos que as façamos quando diz: «Tu, quando orares,
entra no quarto mais secreto…». Até Nosso Senhor tinha momentos privilegiados
para a comunhão com Deus. Os seus pensamentos eram realmente um contínuo ofício
divino oferecido a seu Pai, mas além disso lemos que Ele «Se retirava para a
montanha para orar» e que «passou toda a noite a orar a Deus» (Mt 14,23; Lc
6,12).
É preciso insistir neste dever de respeitar momentos precisos para a oração
pessoal e privada, porque no meio das preocupações e das tensões da vida temos
muitas vezes tendência para negligenciá-la, e este dever é bem mais importante
do que habitualmente o consideram mesmo aqueles que o cumprem.”
Que estaremos a fazer da
nossa vida?! Será que vamos à igreja e rezamos como Deus quer, para o nosso bem
e de toda a humanidade… ou vamos só para que os outros vejam que vamos à igreja e rezamos?
Será que conseguimos, minimamente, fazer da nossa vida uma oração?
A Fé Cristã não é veste
nem adorno, é um lema de vida, é a própria vida vivida ao jeito de Jesus Cristo
no Amor e na Verdade!
Esta é a hora dos
cristãos! É hora de acordarmos do sono em que temos vivido! É hora de
mostrarmos aos nossos filhos e netos que vale a pena gastar tempo a falar com
Deus sobre os nossos problemas e os problemas do mundo, pois Deus está pronto
para distribuir graças… mas a nossa obrigação é pedir-lhas! Nenhum pai gosta de
filhos preguiçosos… e Deus, que é o melhor dos Pais, quer que estejamos atentos e operantes!
Que Ele nos ajude!
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