Guardei faz tempo,
porque me deliciou. Recebi do Evangelho Quotidiano e vou partilhar! É
imperioso!
Este texto apareceu face
ao Evangelho de São Mateus 6, 27-38, que acaba assim:
“Sede misericordiosos
como o vosso Pai é misericordioso.»
«Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados;
perdoai e sereis perdoados.
Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será
lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada
convosco.» “
A esta parte vejamos o
que diz Jean Tauler, Dominicano de Estrasburgo, de 1300 a 1361:
“«Uma boa medida, cheia,
recalcada, transbordante»
Nosso Senhor menciona
quatro tipos de medidas que serão dadas ao homem: uma boa medida, uma medida
cheia, uma medida recalcada e uma medida transbordante. […]
Compreendei primeiro o
que é a boa medida. Ela consiste no facto de o homem voltar a sua vontade para
Deus, viver segundo os mandamentos de Deus e da santa Igreja […], na prática
dos sacramentos e no arrependimento dos pecados, no amor a Deus e ao próximo.
[…] Eis uma vida verdadeiramente cristã […]; pode-se dizer que é o estritamente
necessário. […] Quando o homem se inicia na vida espiritual, propõe-se boas
práticas exteriores, tais como orações, prostrações, jejuns e outras formas
particulares de devoção.
Em seguida, é-lhe dada a
medida cheia, a saber, um exercício interior, íntimo, pelo qual o homem emprega
todo o seu zelo a procurar a Deus nas profundezas do seu coração, pois é aí que
está o Reino de Deus (Lc 17,21). Meus filhos, esta vida é tão diferente da
primeira como correr é diferente de estar sentado. […]
Vem em seguida a medida recalcada: é o amor que se difunde. Este amor atrai
tudo a si: as boas obras, a vida, o sofrimento. Ele traz para o seu vaso todo o
bem que se faz no mundo, quer seja feito pelos bons ou pelos maus […]; tudo
está na caridade. […] O amor absorve todo o bem que há no céu, nos anjos e nos
santos, nos sofrimentos dos mártires, e atrai para si tudo o que há de bom nas
criaturas do céu e da terra, de que uma parte tão grande se perde, ou pelo
menos parece perder-se; mas a caridade não a deixa perder. […]
Vem em seguida a medida transbordante. Esta medida está tão cheia, é tão
abundante, tão generosa, que transborda por todos os lados. Nosso Senhor toca o
vaso com um dedo e logo a plenitude dos dons sobe rapidamente, ultrapassando
tudo o que o vaso havia recolhido em si e acima de si. […] Tudo se difunde e
tudo se perde em Deus e se torna um com Ele. Deus ama-Se nesses homens, opera
todas as suas obras neles. […] É assim que a medida dos corações transbordantes
se difunde por toda a Igreja.”
Não me canso de ler esta
meditação! Nunca encontrei nada assim! Belíssima! Tocante! E para saber que é
verdadeira, basta ler alguns escritos de santos e santas como santa Teresa do
Menino Jesus, São Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Maria do
Divino Coração, Padre Pio… e tantos outros e
outras!
Louvado seja o Senhor
que nos mostra tão nitidamente como caminhar com Ele e por Ele nas estradas da
vida!
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