Ainda há cerca do Evangelho de Domingo, Mat 21,33-43 que nos
descreve a perversidade dos vinhateiros perante os enviados a cuidar da vinha… o
que aconteceu desde sempre e continua a acontecer com as pessoas vocacionadas
para a evangelização, vejamos o que São João Crisóstomo (345-407), bispo
e doutor da Igreja, nos diz:
“«Tudo isto é obra do
Senhor, é maravilhosa aos nossos olhos»
«Cristo confiou-nos o
ministério da reconciliação» (2Cor 5,18). São Paulo faz ressaltar assim a
grandeza dos apóstolos, mostrando-nos que ministério nos foi confiado e,
simultaneamente, manifestando o tipo de amor com que Deus nos amou. Depois de
os homens se terem recusado a escutar Aquele que Ele lhes tinha enviado, Deus
não fez estalar a sua cólera, nem os rejeitou, antes persiste em os chamar, por
Si mesmo e através dos apóstolos. Quem poderá deixar de admirar semelhante
solicitude?
Silenciaram o Filho, que veio para os reconciliar, o Filho único da mesma
natureza do Pai. Mas o Pai não Se afastou dos assassinos, nem disse:
«Enviei-lhes o meu Filho e, além de não O escutarem, entregaram-No à morte e
crucificaram-No; de agora em diante é justo que Eu os abandone.» Fez o
contrário: quando Cristo deixou este mundo, nós, os seus ministros, ficámos
encarregados de O substituir. «Pois foi Deus quem reconciliou o mundo consigo,
em Cristo, não imputando aos homens os seus pecados, e pondo em nós a palavra
da reconciliação» (v. 19).
Este amor ultrapassa toda a palavra e toda a inteligência! Quem fora insultado?
Ele mesmo, Deus. Quem deu o primeiro passo para a reconciliação? Foi Ele. […]
Com efeito, se Deus tivesse querido pedir-nos contas, estaríamos perdidos,
visto que «todos estávamos mortos» (cf 2Cor 5,14). Apesar do grande número dos
nossos pecados, Ele não nos atingiu com a sua vingança mas, mais uma vez,
reconciliou-Se connosco; não satisfeito em ter revogado a nossa dívida,
considerou-a como nada. Assim devemos nós perdoar aos nossos inimigos, se
quisermos obter para nós este perdão magnânimo: «Ele confiou-nos o ministério
da reconciliação».”
De facto, esta meditação diz-nos claramente que os
sacerdotes receberam ordem para perdoar em nome de Deus, o que devemos
acreditar plenamente… e procurar com frequência o sacramento da penitência,
confissão ou reconciliação, pois através dele, além de termos a certeza de que
Deus nos perdoa sempre seja o que for, o que nos dá imensa e inqualificável
paz, teremos muito mais força para nos desviarmos das más acções.
Os leigos não têm o poder de perdoar pecados sacramentalmente
porque isso não lhes pertence, não é obra sua, mas à imitação de Deus e Jesus
que tudo perdoa têm de fazer tudo por tudo para perdoar todas as ofensas
recebidas sejam elas quais forem e vinda de quem vierem. Se Deus perdoa sempre…
quem somos nós para não O imitarmos, ou pelo menos tentarmos imitar com a ajuda
D’Ele, pois sem Ele nada conseguimos!
Vamos
esforçar-nos por perdoar… perdoar sempre… tal como Deus/Jesus faz connosco!
Que o Espírito Santo nos ajude
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