quarta-feira, 8 de outubro de 2014

TUDO ISTO É OBRA DO SENHOR!...





Ainda há cerca do Evangelho de Domingo, Mat 21,33-43 que nos descreve a perversidade dos vinhateiros perante os enviados a cuidar da vinha… o que aconteceu desde sempre e continua a acontecer com as pessoas vocacionadas para a evangelização, vejamos o que São João Crisóstomo (345-407), bispo e doutor da Igreja, nos diz:

«Tudo isto é obra do Senhor, é maravilhosa aos nossos olhos»
«Cristo confiou-nos o ministério da reconciliação» (2Cor 5,18). São Paulo faz ressaltar assim a grandeza dos apóstolos, mostrando-nos que ministério nos foi confiado e, simultaneamente, manifestando o tipo de amor com que Deus nos amou. Depois de os homens se terem recusado a escutar Aquele que Ele lhes tinha enviado, Deus não fez estalar a sua cólera, nem os rejeitou, antes persiste em os chamar, por Si mesmo e através dos apóstolos. Quem poderá deixar de admirar semelhante solicitude?
Silenciaram o Filho, que veio para os reconciliar, o Filho único da mesma natureza do Pai. Mas o Pai não Se afastou dos assassinos, nem disse: «Enviei-lhes o meu Filho e, além de não O escutarem, entregaram-No à morte e crucificaram-No; de agora em diante é justo que Eu os abandone.» Fez o contrário: quando Cristo deixou este mundo, nós, os seus ministros, ficámos encarregados de O substituir. «Pois foi Deus quem reconciliou o mundo consigo, em Cristo, não imputando aos homens os seus pecados, e pondo em nós a palavra da reconciliação» (v. 19).
Este amor ultrapassa toda a palavra e toda a inteligência! Quem fora insultado? Ele mesmo, Deus. Quem deu o primeiro passo para a reconciliação? Foi Ele. […] Com efeito, se Deus tivesse querido pedir-nos contas, estaríamos perdidos, visto que «todos estávamos mortos» (cf 2Cor 5,14). Apesar do grande número dos nossos pecados, Ele não nos atingiu com a sua vingança mas, mais uma vez, reconciliou-Se connosco; não satisfeito em ter revogado a nossa dívida, considerou-a como nada. Assim devemos nós perdoar aos nossos inimigos, se quisermos obter para nós este perdão magnânimo: «Ele confiou-nos o ministério da reconciliação».”

De facto, esta meditação diz-nos claramente que os sacerdotes receberam ordem para perdoar em nome de Deus, o que devemos acreditar plenamente… e procurar com frequência o sacramento da penitência, confissão ou reconciliação, pois através dele, além de termos a certeza de que Deus nos perdoa sempre seja o que for, o que nos dá imensa e inqualificável paz, teremos muito mais força para nos desviarmos das más acções.


Os leigos não têm o poder de perdoar pecados sacramentalmente porque isso não lhes pertence, não é obra sua, mas à imitação de Deus e Jesus que tudo perdoa têm de fazer tudo por tudo para perdoar todas as ofensas recebidas sejam elas quais forem e vinda de quem vierem. Se Deus perdoa sempre… quem somos nós para não O imitarmos, ou pelo menos tentarmos imitar com a ajuda D’Ele, pois sem Ele nada conseguimos!


 Vamos esforçar-nos por perdoar… perdoar sempre… tal como Deus/Jesus faz connosco!


Que o Espírito Santo nos ajude

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