sexta-feira, 10 de outubro de 2014
VERDADEIROS… OU NÃO!
Convencida
de que existe vaidade em abundância... nunca imaginei algum dia que um Papa
pudesse falar tão explicitamente sobre o perigo da vaidade nos cristãos!
Gosto muito do Livro do
Eclesiastes quando fala nas vaidades, a forma como o faz é muito elucidativa de
modo a dizer-nos que na vida nada é permanente, tudo passa como nós também
havemos de passar!
Palavras do “Pai”
Francisco:
“A
vaidade é uma verdadeira tentação para as "pessoas de fé". Muitos
preocupam em "ser visto", assim como, séculos atrás, faziam os
doutores da lei que andavam pelas ruas enfeitados com "roupas de
luxo", quase como "príncipes". “Quando rezar, não o faça para
que os outros o vejam; reze escondido, no seu quarto. E quando ajudar os
pobres, não toque um trombone, mostrando a todos. O Pai está vendo, e isso é
suficiente”. E ainda: “Quando jejuar, por favor, não banque o melancólico,
triste, para que os outros percebam que está jejuando. Jejue com alegria, faça
penitência com alegria, e que ninguém se dê conta disso”.
Podemos ver mais... até
onde chegam as observações do Papa Francisco:
“Situações
que se repetem até hoje. Uma situação típica: “Olha, eu dôo este cheque para as
obras da Igreja’ e por detrás, defraudam a Igreja”. Há quem diga ”eu sou
cristão, eu sou parente daquele padre, daquela irmã, daquele bispo, a minha
família é uma família cristã”. Eles não fazem mais do que “ostentar”, porque o
vaidoso “vive para aparecer”.
E
quando os cristãos vivem sob o ídolo da vaidade, não parecem seguidores de
Cristo, mas "pavões". "Ficam ostentando". "E a sua
vida com o Senhor? Como você reza? Sua vida nas obras de misericórdia, como
está? Você visita os doentes?".
Tudo
isso são pequenas coisas que nos permite construir a vida cristã "sobre a
rocha, sobre a verdade", como recordava Jesus. “Os vaidosos constroem suas
casas sobre a areia, e elas caem, como sua vida cristã escorrega, porque não
são capazes de resistir às tentações”.
Mas
quantos cristãos vivem assim: “para aparecer". "A vida deles
parece uma bolha de sabão. A bolha de sabão é bonita! Tem todas as cores! Mas
dura poucos segundos e depois?". "Também quando olhamos para momentos
fúnebres pensamos que é vaidade, porque a verdade é voltar para a terra nua,
nas palavras do Servo de Deus Paulo VI. Espera-nos a terra nua, essa é a nossa
verdade final. Nesse meio tempo, eu me vanglorio ou faço alguma coisa? Eu faço
bem? Busco a Deus? Rezo? As coisas consistentes."
A
vaidade é inconsistente, uma "bolha de sabão", na verdade. “É
mentirosa, é fantasiosa, engana a si mesmo, engana o vaidoso, porque ele finge
ser, mas, no fim, ele acredita ser aquilo, acredita. Coitado". A vaidade é
perigosa porque "semeia inquietação ruim, tira a paz. É como aquelas
pessoas que usam maquiagem demais e, depois tem medo da chuva e que a maquiagem
vá toda embora.”
"Só
a verdade nos dá a paz". O diabo "tentou Jesus com a vaidade no
deserto”, dizendo-lhe: "Venha comigo, vamos ao templo, vamos dar um show;
você se joga para baixo e todo mundo vai acreditar em você". Ela
apresentou "a vaidade em uma bandeja".
Portanto,
atenção com a vaidade: "é uma doença espiritual muito grave".
"Os Padres egípcios do deserto diziam que a vaidade é uma tentação contra
a qual devemos lutar toda a vida, porque sempre retorna para nos tirar a
verdade." E para deixar claro, comparavam a uma cebola que você pega e
começa a descascar.
Como a
cebola, "descasque a vaidade hoje, um pouco de vaidade amanhã e toda a
vida vai descascando a vaidade para vencê-la". "E no final você fica
feliz: eu removi a vaidade, eu descasquei a cebola, mas o cheiro permanece nas
mãos."
É
melhor usar as mãos para rezar ao Senhor e pedir-lhe "a graça de não
sermos vaidosos, de sermos verdadeiros, com a verdade da realidade do
Evangelho."
Muito duras estas
palavras... mas que tocam um pouquinho a todos nós!
Sejamos verdadeiros,
humildes e não vaidosos!
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