segunda-feira, 13 de outubro de 2014
CORREÇÃO FRATERNA
Fátima,
Altar do Mundo! Deus está em toda a parte, mas ali vêem-se inúmeras pessoas
diferentes como todas as pessoas são… e para todas há um lugar com acolhimento
indistinto, o que é maravilhoso! Quem dera que assim fosse em todos os lugares,
mas ainda há quem se pense melhor e mais importante que os demais, o que gera
desigualdade de tratamento, o que é muito prejudicial a uma vivencia social
capaz! Para bem vivermos em sociedade e fazermos tudo para que todos e cada um
cresça como convém, temos que aprender a correcção fraterna.
Falar
em correcção fraterna é falar de amor puro e verdadeiro!
Há
muitas formas de corrigir, mas fazê-lo fraternalmente é compreender o outro, é
ver no outro um irmão, um amigo, uma pessoa como nós, que temos a tentação de
errar e erramos muitas vezes sem sequer disso nos apercebermos, e quando damos
conta… a única coisa a fazer é pedir desculpa, na impossibilidade de remediar o
mal feito!
Se
olharmos para o outro com esta disposição, faremos tudo para o levar ao bom caminho,
e para não o magoar, fazemo-lo com o maior cuidado e atenção.
O capítulo
18 do Evangelho de Mateus diz-nos como devemos fazer a correcção fraterna, ou
seja, como temos de corrigir os irmãos que erram.
Diz o
papa Francisco:
“Jesus
nos ensina que, se o meu irmão cristão comete um pecado contra mim, me ofende,
eu devo ter caridade para com ele e, em primeiro lugar, falar com ele
pessoalmente, explicando-lhe que o que ele disse ou fez não é bom. E se o seu
irmão não me ouvir? Jesus sugere uma intervenção progressiva: primeiro, voltar
a falar-lhe com duas ou três outras pessoas, para ter mais consciência do erro
que ele cometeu; se, apesar disso, não aceita a exortação, deve-se apresentar à
comunidade; e se não ouvir sequer a comunidade, é preciso fazê-lo sentir a
fratura e o distanciamento que ele mesmo provocou, destruindo a comunhão com os
irmãos na fé.
As
etapas deste percurso mostram o esforço que o Senhor pede à sua comunidade para
acompanhar aqueles que erram, a fim de que não se perca. É necessário, antes de
qualquer coisa, evitar o clamor da crônica e a murmuração da comunidade - essa
é a primeira coisa, evite isso -. “Vai corrigi-lo, mas em particular, a sós
contigo!” (V.15). A atitude é de delicadeza, prudência, humildade,
atenção para com quem pecou, de maneira a evitar que as palavras possam ferir e
matar seu irmão. Porque, vocês sabem, até mesmo as palavras matam! Quando falo
mal, faço uma crítica injusta, quando eu "descarno" um irmão com a
minha língua, isso é matar a reputação do outro! Mesmo as palavras matam.
Prestemos atenção nisso. Ao mesmo tempo, esta discrição de falar com ele
sozinho tem a finalidade de não mortificar inutilmente o pecador. Se há uma
conversa entre os dois, ninguém percebe isso e está tudo acabado. É à luz desta
necessidade, compreende-se a serie sucessiva de intervenções, que inclui a
participação de algumas testemunhas e até mesmo da comunidade. O objetivo é
ajudar a pessoa a perceber o que ela fez, e que com a sua culpa ofendeu não
apenas um, mas todos. Mas também para nos ajudar a nos libertar da ira e do
ressentimento que só fazem mal: a amargura do coração que traz ira e
ressentimento, e que nos leva a insultar e agredir. É muito feio ver sair da
boca de um cristão um insulto ou uma agressão. É feio. Sabe? Nada de insultos!
Insultar não é cristão. Entenderam? Insultar não é cristão.
Na
verdade, diante de Deus todos nós somos pecadores e necessitados de perdão.
Todos. Jesus, de fato, nos disse para não julgar. A correção fraterna é um
aspecto do amor e da comunhão que deve reinar na comunidade cristã, é um
serviço recíproco que podemos e devemos fazer uns aos outros. Corrigir o irmão
é um serviço, e é possível e eficaz se cada um se reconhece pecador e
necessitado do perdão do Senhor. A mesma consciência que me faz reconhecer o
erro do outro, antes, me lembra que eu mesmo errei tantas vezes.
Por
esta razão, no início da Missa, sempre somos convidados a reconhecer diante do
Senhor que somos pecadores, expressando com palavras e gestos o arrependimento
sincero do coração. E dizemos: “Senhor, tende piedade de mim, Senhor. Eu sou um
pecador! Confesso, Deus Onipotente, meus pecados”. E nós não dizemos: “Senhor,
tende piedade dessa pessoa que está ao meu lado, ou daqueles, que são
pecadores”. Não! Tende misericórdia de mim. Todos somos pecadores e
necessitados do perdão do Senhor. É o Espírito Santo que fala ao nosso espírito
e nos faz reconhecer nossas culpas à luz da Palavra de Jesus. E é o mesmo Jesus
que convida a todos, santos e pecadores, à sua mesa, nos tirando das
encruzilhadas das estradas, das diversas situações vida (cf. Mt 22,9-10). E
entre as condições que são comuns dos que participam da celebração eucarística,
duas são fundamentais: todos somos pecadores e a todos Deus doa a sua
misericórdia. São duas condições que abrem as portas para ir bem à Missa.
Devemos nos lembrar sempre disso antes de corrigirmos fraternalmente o nosso
irmão.”
O Papa Francisco fala em
irmão cristão... porque estamos entre cristãos que a grande maioria da vezes não
sabe fazer a correcção fraterna… que não é só para cristãos, é para todas as pessoas
sem excepção!
Que o Espírito santo nos
ilumine para procedermos como convém, e o Senhor nos ampare e ajude nesta
caminhada tão importante!
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