sábado, 4 de outubro de 2014
MUDAR… MAS EM QUÊ?
Com o conhecimento da
actuação do Papa Francisco, faz tempo que se espera uma mudança da Igreja. E fala-se
muitas vezes numa mudança!
Estar em mudança
permanente é a nossa obrigação de todos os dias, pois as situações não se
repetem sucedem-se, e como tal, devem exigir de nós uma constante mudança para
melhor!
Jesus, filho de Deus e
Deus imutável como o Pai, fundou a Sua Igreja que deixou na mão dos Apóstolos
para que lhe dessem continuação!
A mensagem que deixou
aos Apóstolos foi o aperfeiçoamento das Antigas Escrituras adaptadas a uma nova
forma de vida baseada no Amor incondicional a Deus e aos irmãos, mensagem que,
inspirados pelo Espírito Santo, passaram de Tradição Oral a escrita, o que a
Hierarquia temporal da Igreja tem a obrigação de, atenta ao desenvolvimento
sociocultural que funciona como os sinais dos tempos dar uma interpretação
adequada às necessidades da época, sem sair do essencial, a vivência do
verdadeiro amor!
Então… perante o
problemas que estamos a passar a Igreja precisa de olhar as suas fontes, às
suas origens e voltar a elas na sua simplicidade, na participação comunitária e
assídua ao estudo e meditação da Palavra e às celebrações, na ajuda mútua, na
caridade fraterna. Não é à toa que a Diaconia, serviço, está de novo
implantada.
Jesus disse: “Eu vim
para servir e não para ser servido! Eu vim para servir e dar a vida pelo
resgate de muitos!”
Nós, Igreja com Jesus
Cristo, somos esses resgatados!
Então, para sermos
Igreja temos de estar predispostos a servir seguindo as passadas e orientações
do nosso Mestre Jesus!
Mas não um servir com
orgulho ou vaidade mostrando ser os melhores perante pessoas ou mesmo instituições, mas com
humildade reconhecendo cada um a sua pequenez engrandecida com as ajudas que o
Espírito Santo de Deus vai espalhando sempre por aqueles que desejam seguir
Jesus Cristo!
Há palavras de membros
da hierarquia da Igreja que são bem
claras:
“A Igreja precisa ser menos
instituição e mais comunhão, comunidade, expressão viva do Amor de Deus. Essa é
a grande revolução que precisamos fazer acontecer sob a graça e a inspiração do
Espírito Santo. É irmos ao essencial: o Amor, a fraternidades, é sermos
expressão viva da misericórdia de Deus para com o próximo. Essa é a grande
mudança que precisa ocorrer.
Os
sacerdotes, precisam ser mais pastores, sentir o cheiro das ovelhas, ir ao
encontro das pessoas” e, digo eu, todos
juntos, consagrados e leigos, “promoverem a cultura do encontro, são as mudanças que precisamos fazer
acontecer.”
A mudança que o povo
espera tem muito a ver com a família, sobre a qual a mesma fonte afirma:
“Há uma
expectativa muito grande, em especial, por parte de casais de segunda união,
que esperam ser melhor acolhidos na Igreja. Na realidade, nunca deixaram de
ser. Porém, precisamos ter uma consciência maior. Como podemos dar maior espaço
e tratarmos com mais caridade essas pessoas que contraíram matrimônio que, por
alguma razão, não deu certo, mas que vivem a fidelidade conjugal, e que tem o
desejo de serem fieis testemunhas de Jesus Cristo. Essas pessoas estão privadas
da graça de Deus. E o Sínodo da Família vai, então, falar sobre isso.
A
Igreja espera, sobretudo, que tomemos consciência do valor da família, da
importância da família. Hoje em dia, a família já quase não existe, está dispersa.
Os meios de comunicação, como diz o Papa, ao invés de nos unir e nos tornar
mais próximos, muitas vezes nos desunem. Há também a dimensão do que é a
família cristã, que ultrapassa os vínculos do sangue, é uma família maior.
Antes de tudo, temos que
compreender que, como diz o Papa Francisco, o verdadeiro seguimento de Jesus
passa pela cruz, ou seja, pelas nossas dificuldades de todos os dias que
devemos ajudar a superar uns aos outros, tal como o Cireneu ajudou a levar a
Cruz de Jesus!
Mas, diz o Santo Padre:
“Carregar
a Cruz com Cristo significa pertencer a Ele e levar uma vida
"verdadeira" e não "boa" apenas na aparência.”
Cuidado com as vaidades
e o querermos parecer o que na realidade não somos. A mudança não pode partir
da Palavra de Deus, imutável em si mesma, mas da forma fraternal e amorosa como
vivenciamos essa Palavra!
Que Deus nos ajude!
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