sábado, 11 de outubro de 2014
DEMOS PRIORIDADE À PAZ!
Para compreendermos as
Escrituras, temos que ir às sua origens, ao Povo Judeu, o Povo de Deus do
Antigo Testamento.
O povo judeu caminhou no
deserto guiado por Moisés! Nesse povo havia famílias: pais, mães, filhos, avós;
homens e mulheres de todas as idades, crianças, e idosos com dificuldade em
caminhar...
Esta caminhada do Povo
Judeu faz lembrar a caminhada da Igreja,
Povo de Deus, no deserto do mundo actual, povo que é composto também por
famílias, cada qual com seus componentes e com a sua história específica, em
caminho pelas estradas da vida.
“É incalculável a força, a carga de humanidade presente numa
família: a ajuda mútua, o acompanhamento educativo, as relações que crescem com
o crescimento das pessoas, a partilha das alegrias e das dificuldades... As
famílias constituem o primeiro lugar onde nos formamos como pessoas e, ao mesmo
tempo, são os «tijolos» para a construção da sociedade.”
Voltando ao Povo Judeu
que se lamenta e protesta contra Deus e contra Moisés por falta de condições de
vida na travessia do deserto e sente a tentação de abandonar o caminho e voltar
para trás, também faz lembrar a o caminho da vida conjugal e familiar com as
suas dificuldades que se tornam em cansaço interior, com a perca do gosto do
Matrimónio o que faz da vida diária um enorme tormento.
Na travessia do deserto,
depois das queixas, lamentos e imprecações apareceram as serpentes venenosas a
morder e matar, o que provoca o arrependimento do povo que pede perdão a Moisés
suplicando-lhe que peça ao Senhor que afaste as serpentes!
O Senhor manda fazer uma
serpente de bronze e pendurá-la no poste, para curar quem olhar para ela depois
da mordida das serpentes.
Esta passagem diz-nos
que Deus não acaba com os problemas das pessoas, mas através de sinais,
(sacramentos) mostra às pessoas formas de os vencer, transmitindo-lhes
discernimento, coragem e determinação para chegar a bom porto.
Assim, no relacionamento
conjugal também há dificuldades, desentendimentos, problemas, mas a graça do
Sacramento, se pedida a Deus, tudo supera com a força do Espírito Santo.
A serpente de bronze é a
imagem de Jesus que cura e liberta, pois a Sua misericórdia é mais forte que o
veneno do tentador.
Vejamos o que a esta
parte disse o Papa Francisco a alguns casais:
“Jesus
identificou-Se com este símbolo: na verdade, por amor, o Pai «entregou» Jesus,
o seu Filho Unigénito, aos homens para que tenham a vida (cf. Jo 3, 13-17). E
este amor imenso do Pai impele o Filho, Jesus, a fazer-Se homem, a fazer-Se
servo, a morrer por nós e a morrer numa cruz; por isso, o Pai ressuscitou-O e
deu-Lhe o domínio sobre todo o universo. Assim se exprime o hino da Carta de
São Paulo aos Filipenses (2, 6-11). Quem se entrega a Jesus crucificado recebe
a misericórdia de Deus, que cura do veneno mortal do pecado.
O
remédio que Deus oferece ao povo vale também e de modo particular para os
casais que «não suportam o caminho» e acabam mordidos pelas tentações do
desânimo, da infidelidade, do retrocesso, do abandono... Também a eles Deus Pai
entrega o seu Filho Jesus, não para os condenar, mas para os salvar: se se
entregarem a Jesus, Ele cura-os com o amor misericordioso que jorra da sua
Cruz, com a força duma graça que regenera e põe de novo a caminhar pela estrada
da vida conjugal e familiar.
O amor
de Jesus, que abençoou e consagrou a união dos esposos, é capaz de manter o seu
amor e de o renovar quando humanamente se perde, rompe, esgota. O amor de
Cristo pode restituir aos esposos a alegria de caminharem juntos. Pois o
matrimónio é isto mesmo: o caminho conjunto de um homem e de uma mulher, no
qual o homem tem o dever de ajudar a esposa a ser mais mulher, e a mulher tem o
dever de ajudar o marido a ser mais homem. Este é o dever que tendes entre vós:
«Amo-te e por isso faço-te mais mulher» - «Amo-te e por isso faço-te mais
homem». É a reciprocidade das diferenças. Não é um caminho suave, sem
conflitos, não! Não seria humano. É uma viagem laboriosa, por vezes difícil,
chegando mesmo a ser conflituosa, mas isto é a vida! E, no meio desta teologia
que a Palavra de Deus nos oferece sobre o povo em caminho, mas também sobre as
famílias em caminho, sobre os esposos em caminho, um pequeno conselho. É normal
que os esposos litiguem: é normal! Acontece sempre. Mas dou-vos um conselho:
nunca deixeis terminar o dia sem fazer a paz. Nunca. É suficiente um pequeno
gesto. E assim continua-se a caminhar. O matrimónio é símbolo da vida, da vida
real, não é uma «ficção»! É sacramento do amor de Cristo e da Igreja, um amor
que tem na Cruz a sua confirmação e garantia. Desejo, a todos vós, um caminho
lindo, um caminho fecundo. Que o amor cresça! Desejo-vos a felicidade.
Existirão as cruzes… Existirão, mas o Senhor sempre estará lá para nos ajudar a
seguir em frente. Que o Senhor vos abençoe!"
Que a Paz
do Senhor esteja sempre connosco!
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