Os dias passam a correr.
Alguns deles deixam marcas indeléveis. Mas a sua maior parte, muito embora
pouco tempo depois acabemos por esquecer como nos chegou a aprendizagem… deixam marcas profundas no nosso comportamento!
O dia de hoje será mais um deles, pela homilia simples e convincente acerca do Evangelho de
hoje, Mt 09, 27-31, a cura de dois cegos que gritavam cada vez mais alto pedindo
a cura a Jesus, o que Jesus, depois de lhes perguntar se acreditavam que Ele
poderia fazer isso, os curou, pedindo-lhes que não contassem o acontecido, que
eles não conseguiram calar.
Os cegos pediram luz e Jesus
tocou-lhes os olhos e ficaram a ver.
Nós… somos os cegos, na
busca do caminho que leva ao amor e à felicidade que só Jesus nos pode mostrar!
A Palavra de Deus que nos deixou é a luz para o nosso caminho! Acerca desta passagem
do Evangelho Santo Agostinho diz:
“As multidões seguem
Jesus e os povos crêem nele. E eis dois cegos, sentados à beira da estrada (Mt
20,29ss): eles são a imagem dos fiéis que O seguem acreditando nos mistérios da
sua humanidade. Eles desejam a luz do alto, eles pedem alguns raios de luz
sobre o Verbo eterno. A humanidade de Cristo é a via que conduz à salvação. É à
passagem de Jesus, é pela fé na Encarnação e na Paixão do Filho de Deus, que
eles se esforçam por obter o que desejam. Com efeito, Jesus passa, por assim
dizer, no mistério da sua vida mortal; é a obra que Ele realiza que mede a sua
passagem no tempo.
Para nos fazermos ouvir por Ele, precisamos de levantar a voz com força, de
dominar o barulho e o tumulto da multidão, de orar com insistência e
perseverança. Os impulsos da carne, qual multidão desordenada, assaltam a alma
quando esta deseja contemplar a luz eterna, e opõem-se aos seus esforços. A
influência do turbilhão da sociedade dos homens carnais perturba a meditação do
espírito. É necessário um vigor espiritual muito grande para ultrapassar todos
estes obstáculos.
Jesus disse: «Pois quem pede recebe e quem procura encontra, e ao que bate
abrir-se-á» (Mt 7,8). Assim, quando ouve aqueles que, no ardor do seu desejo,
se aproximam dele, Jesus detém-Se no caminho, toca nestes cegos que pedem luz e
ilumina-os. Mistério admirável!
Jesus passa: o seu aparecimento na enfermidade da carne é momentâneo. Jesus
detém-Se: a eternidade do Verbo é estável e tudo renova, permanecendo imutável
em Si mesma. A fé na encarnação no tempo prepara-nos para a inteligência do
mistério eterno de Deus.”
Que neste Advento sejamos
como os cegos a pedir o nascimento de Jesus no nosso coração e no coração de
todos os homens e mulheres do mundo inteiro, será uma boa forma de pedirmos a
paz e a fraternidade tão necessária nos nossos tempos!
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