sexta-feira, 5 de abril de 2013

FALAI! FALAI MUITO!...







Quanto mais estudo e me esforço menos sei sobre o Ser Humano, sobre Deus, sobre o mundo e sobre tudo quanto me rodeia.

O que sinto não se coordena com o que vou descobrindo, aprendendo e compreendendo, o que faz com que a minha vida tenha muitos momentos de completa confusão!

A repetitiva sequência de certos momentos torna-os tão diferentes que parece impossível poderem acontecer tais e tão bruscas mudanças!

Cada vez sinto mais ânsia de encontrar algo que alivie este meu estado que me aflige e corrói a cada instante.

Mas… a vida é mesmo assim! Uma luta permanente na busca de algo que nos transcende e que só poderemos conseguir depois da morte deste invólucro que nos esconde, o corpo, para que a alma, liberta dessas amarras, possa finalmente, gozar uma eternidade de tranquilidade e paz – numa vida de permanente ressurreição.

A morte é o silêncio deste mundo! Leva tudo: companhia, palavras, afetos, partilhas… tudo acaba para quem fica! E de quem parte, concretamente, pela Fé em Jesus Cristo acreditamos que gozarão de imensa paz.

Há poucos dias partiu para a eternidade o marido de uma das minhas amigas… que tentou tudo quanto pode para dar à morte um rosto menos preto e mais acolhedor.

A serenidade com que o fez é um exemplo a seguir. E interessada pela felicidade e realização o mais plena possível de todos os homens e mulheres, no início de tão doloroso luto pede insistentemente a todas as pessoas que falem muito umas com as outras. Que digam umas às outras o quanto se gostam e se amam, porque a vida é curta e o silêncio do sepulcro nada mais nos deixa dizer e ouvir olhando de olhos postos nos olhos!...

Que o seu sofrimento, ansiedade e palavras não sejam em vão!

Estamos em pleno Tempo Pascal, tempo de ressuscitar com Cristo e renascer para uma vida nova, em que o “falai, falai muito” poderá e talvez deva ser, de facto, a nossa principal aposta. Quem sabe?

É a ouvir falar que entendemos e é a falar que nos damos a entender.

Quanto bem faríamos à nossa volta se as frases “amo-te”… “gosto muito de ti”… “és muito importante para mim”… “obrigado por seres meu amigo/a”… “tinhas muita razão, desculpa”… “que bom que te encontro”… “preciso de um beijo teu”… “foi muito bom para mim aquele teu abraço”… “o teu sorriso é lindo”… “ui, que tens, em que posso ajudar”… “estás triste, não quero ver-te assim, estou contigo”… e tantas… tantas expressões que podem fazer feliz quem, mais de perto ou mais de longe, connosco partilha a vida!

E nada melhor para aumentar a compreensão, amor e ternura do que as palavras elucidadoras do carinho que o coração sente!

Urge acabar de vez com o orgulho amargo da boca e proferir com ela todo o sentir do coração!

Este “falai, falai muito”… pronunciado com tão profundo sentimento vai levar-me a acentuar muito mais o cuidado com todos os meus relacionamentos no decorrer de todos os meus dias!

Que este Tempo Pascal seja de discernimento, coragem, força e luz!

Que Deus me(nos) ajude!

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