terça-feira, 15 de outubro de 2013
MARIA… A MÃE DA NOSSA FÉ!
Não posso passar sem
registar neste meu pobre espaço mais uma maravilhosa aprendizagem que me chegou
através de Zenit, a catequese que o Papa Francisco nos proporcionou na tarde de
12 de Outubro, por ocasião das Jornadas da Fé em Roma, na presença da primeira
Imagem de Nossa Senhora de Fátima:
“Amados
irmãos e irmãs,
Reunimo-nos
aqui, neste encontro do Ano da Fé dedicado a Maria, Mãe de Cristo e da Igreja,
nossa Mãe. A sua imagem, vinda de Fátima, ajuda-nos a sentir a sua presença no
meio de nós. Maria leva-nos sempre a Jesus. É uma mulher de fé, uma verdadeira
crente. Como foi a fé de Maria?
1. O
primeiro elemento da sua fé é este: a fé de Maria desata o nó do pecado (cf.
LG, 56). Que significa isto? Os Padres conciliares retomaram uma expressão de
Santo Ireneu, que diz: «O nó da desobediência de Eva foi desatado pela
obediência de Maria; aquilo que a virgem Eva atara com a sua incredulidade,
desatou-o a virgem Maria com a sua fé» (Adv. Haer. III, 22, 4).
O
«nó» da desobediência, o "nó" da incredulidade. Poderíamos dizer,
quando uma criança desobedece à mãe ou ao pai, que se forma um pequeno «nó».
Isto sucede, se a criança se dá conta do faz, especialmente se há pelo meio uma
mentira; naquele momento, não se fia da mãe e do pai. Isto acontece tantas
vezes! Então a relação com os pais precisa de ser limpa desta falta e, de
facto, pede-se desculpa para que haja de novo harmonia e confiança. Algo
parecido acontece no nosso relacionamento com Deus. Quando não O escutamos, não
seguimos a sua vontade e realizamos acções concretas em que demonstramos falta
de confiança n’Ele – isto é o pecado –, forma-se uma espécie de nó dentro de
nós. Estes nós tiram-nos a paz e a serenidade. São perigosos, porque de vários
nós pode resultar um emaranhado, que se vai tornando cada vez mais penoso e
difícil de desatar.Mas, para a misericórdia de Deus, nada é impossível! Mesmo
os nós mais complicados desatam-se com a sua graça. E Maria, que, com o seu
«sim», abriu a porta a Deus para desatar o nó da desobediência antiga, é a mãe
que, com paciência e ternura, nos leva a Deus, para que Ele desate os nós da
nossa alma com a sua misericórdia de Pai. Poderíamos interrogar-nos: Quais são
os nós que existem na minha vida? Para mudar, peço a Maria que me ajude a ter
confiança na misericórdia de Deus?
2.
Segundo elemento: a fé de Maria dá carne humana a Jesus. Diz o Concílio:
«Acreditando e obedecendo, gerou na terra, sem ter conhecido varão, por obra e
graça do Espírito Santo, o Filho do eterno Pai» (LG, 63). Este é um ponto em
que os Padres da Igreja insistiram muito: Maria primeiro concebeu Jesus na fé
e, depois, na carne, quando disse «sim» ao anúncio que Deus lhe dirigiu através
do Anjo. Que significa isto? Significa que Deus não quis fazer-Se homem,
ignorando a nossa liberdade, quis passar através do livre consentimento de
Maria, do seu «sim».
Entretanto
aquilo que aconteceu de uma forma única na Virgem Mãe, sucede a nível
espiritual também em nós, quando acolhemos a Palavra de Deus com um coração bom
e sincero, e a pomos em prática. É como se Deus tomasse carne em nós: Ele vem
habitar em nós, porque faz morada naqueles que O amam e observam a sua palavra.
Perguntemo-nos: Estamos nós conscientes disto? Ou pensamos que a encarnação de
Jesus é um facto apenas do passado, que não nos toca pessoalmente? Crer em
Jesus significa oferecer-Lhe a nossa carne, com a humildade e a coragem de
Maria, para que Ele possa continuar a habitar no meio dos homens; significa
oferecer-Lhe as nossas mãos, para acariciar os pequeninos e os pobres; os
nossos pés, para ir ao encontro dos irmãos; os nossos braços, para sustentar
quem é fraco e trabalhar na vinha do Senhor; a nossa mente, para pensar e fazer
projectos à luz do Evangelho; e sobretudo o nosso coração, para amar e tomar
decisões de acordo com a vontade de Deus. Tudo isto acontece graças à acção do
Espírito Santo. Deixemo-nos guiar por Ele!
3. O
último elemento é a fé de Maria como caminho: o Concílio afirma que Maria
«avançou pelo caminho da fé» (LG, 58). Por isso, Ela nos precede neste caminho,
nos acompanha e sustenta.
Em
que sentido a fé de Maria foi um caminho? No sentido de que toda a sua vida foi
seguir o seu Filho: Ele é a estrada, Ele é o caminho! Progredir na fé, avançar
nesta peregrinação espiritual que é a fé, não é senão seguir a Jesus; ouvi-Lo e
deixar-se guiar pelas suas palavras; ver como Ele se comporta e pôr os pés nas
suas pegadas, ter os próprios sentimentos e atitudes d’Ele: humildade,
misericórdia, solidariedade, mas também firme repulsa da hipocrisia, do
fingimento, da idolatria. O caminho de Jesus é o do amor fiel até ao fim, até
ao sacrifício da vida: é o caminho da cruz. Por isso, o caminho da fé passa
através da cruz, e Maria compreendeu-o desde o princípio, quando Herodes queria
matar Jesus recém-nascido. Mas, depois, esta cruz tornou-se mais profunda,
quando Jesus foi rejeitado: então a fé de Maria enfrentou a incompreensão e o
desprezo; quando chegou a «hora» de Jesus, a hora da paixão: então a fé de
Maria foi a chamazinha na noite. Na noite de Sábado Santo, Maria esteve de
vigia. A sua chamazinha, pequena mas clara, esteve acesa até ao alvorecer da
Ressurreição; e quando lhe chegou a notícia de que o sepulcro estava vazio, no
seu coração alastrou-se a alegria da fé, a fé cristã na morte e ressurreição de
Jesus Cristo. Este é o ponto culminante do caminho da fé de Maria e de toda a
Igreja. Como está a nossa fé? Temo-la, como Maria, acesa mesmo nos momentos
difíceis, de escuridão? Tenho a alegria da fé?
Esta
noite, ó Maria, nós Te agradecemos pela tua fé e renovamos a nossa entrega a
Ti, Mãe da nossa fé.”
A
esta catequese, tão simples e curta e recheada de mensagens riquíssimas, não se
pode meter ou retirar nada para que se compreenda perfeitamente e possa meter
na vida!
Que
o Espírito Santo de Deus nos ajude a meditar em todas as frases de modo a
retirar delas tudo quanto o Senhor nos quiser dizer!
Mãe
de Fátima, Maria Santíssima, exemplo de Fé, Mãe da nossa Fé, ajuda-nos a todos a
encontrar Jesus e a fazer a Sua Divina vontade, definitivamente! Faz com que
toda a Humanidade viva d’Ele e com Ele no amor aos irmãos, para maior glória de
Deus e felicidade ou salvação das almas!
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