A fé é um fundamento
da vida. Para conseguirmos dar uma passada, temos de acreditar, ter fé de que
não vamos cair.
Parece uma
brincadeira, mas não é.
Ter fé é acreditar em
algo, em alguma coisa, e não conseguimos viver sem acreditar em nada. Para começar,
no princípio dos princípios, temos de acreditar nos carinhos da mãe, do pai e
dos avós e outros familiares e amigos!
Temos de acreditar que
conseguimos comer, beber, começar a bocejar, terinar o falar até conseguir, brincar
com as mãos, com brinquedos, com os pés das as primeiras passadinhas, caminhar
a sério…
Claro que toda a gente
sabe que todas as vidas físicas, que vemos, com maior ou menor dificuldade,
começam mais ou menos assim.
Mas… nós… humanos…
somos seres vivos dotados de espiritualidade que não se vê, vive-se e sente-se,
e de certo modo, precisa de treino, de iniciação, de aprendizagem.
Entre cristãos
batizados, temos o hábito de Batizar as crianças em pequenas, levá-las aos
primeiros anos de catequese, a Primeira Comunhão, a Profissão de Fé ou Crisma,
ou seja, o recebimento do Espírito Santo. E a partir dali, para a maior parte
dos jovens e familiares, parece que tudo acabou, mas não acabou… porque nunca
acaba enquanto vivermos.
Todas estas
experiências são o início de uma caminhada cristã, que se não for acompanhada e
não continuar a crescer a partir dali, não pode tornar-nos realizados e
felizes.
Qual é a diferença
entre uma pessoa batizada e outra não batizada?
A batizada tem o dever
de seguir a lei do Amor que Jesus Cristo nos deixou e está expressa na Bíblia,
na Tradição, no catecismo da Igreja Católica, nas Cartas Encíclicas Papais! O que
nunca conseguirá se não der à vida tempo de oração diária, a Eucaristia pelo
menos semanal, o encontro normal com pessoas que têm o mesmo querer, pois todos
os batizados têm obrigação de se tornarem apóstolos nos seus meios ambientes.
Tudo isto se passa na
nossa vida interior, mas é o que so os no interior que nos faz ser o que somos
para nós mesmos e para toda a gente.
“”Beato
Columba Marmion (1858-1923)
Abade «Ex fide vivit»
A fé,
fundamento da nossa vida interior
A fé é uma
virtude fundamental. [...] A fé é, em nós, o começo, o fundamento e a raiz da
nossa vida de filhos de Deus. [...] Se a fé é necessária para despertar a vida
sobrenatural, também é necessária para garantir o crescimento e o
desenvolvimento dessa mesma vida. A fé é verdadeiramente o fundamento e a raiz
da vida interior.
Qual é a
razão de ser das fundações num edifício? Para além de permitirem dar início à
construção, é também delas que depende, a cada momento, a estabilidade, o
equilíbrio e a própria duração do edifício. O mesmo acontece com a fé em
relação a toda a vida cristã: só uma sólida base de crenças reforça a
esperança, dá força à caridade e permite que a oração suba até Deus. Tanto no
momento da prova como no curso da existência normal, é da fé que nos vem o
apoio constante, é dela que recebemos as mais eficazes motivações para a ação.
Era por isso que S. Paulo pedia aos colossenses que permanecem «fundados na fé»
(Col 1,23). [...] Tal é a importância primordial das certezas da fé, cuja
influência nunca deixa de se exercer. Tais certezas enobrecem a existência e
fortificam a alma; graças a elas, o crente [...] reage ao embate das potências
do mal sem jamais duvidar da vitória (cf 1Jo 5,4).
São Paulo
resumiu toda esta doutrina, que lhe era muito cara, numa fórmula breve: «O
justo vive da fé» (Rom 1,17; cf Gal 3,2, Heb 10,38). Recordemos o seu carácter
eminentemente prático, pois quanto mais firme for a nossa fé, mais a nossa vida
será regenerada e, através dela, reforçar-se-ão os laços da nossa adoção
divina.””
Somos, sim, tal qual
como nos diz São Paulo. A maior pena que tenho na minha vida é ter descoberto
esta verdade muito tarde, depois de já ter feito um montante de asneiras! A minha
calma é saber que Jesus, Deus, perdoa tudo, assim o queiramos e lhe peçamos
perdão.
E o engraçado no meio
de tudo isto, quanto mais nos esforçarmos por sermos o que Deus quer, mais nos
é pedido, é como subir a uma serra muito alta, temos que subir aos pouquinhos e
descansar muitas vezes na caminhada para ganhar força.
O tempo é propício. Advento
é tempo de Espera, de Vigilância, de olhar bem para dentro de nós a ver no que
poderemos mudar e ficar a ser melhores pessoas nesta caminhada para o Senhor!
Que Ele e Sua Mamãe
nos ajude a todos!
Hermínia Nadais
Sem comentários:
Enviar um comentário