Sim! Cada vez que
lemos ou ouvimos atentamente uma Leitura Bíblica, algo de novo nos entra na
mente e coração!
Mas… não diz o mesmo a
todas as pessoas, diz a cada qual o que mais necessita de descobrir. Por isso,
para ir mais longe, temos de aprender a ler e ouvir o que os outros nos dizem
acerca do que lemos e meditamos, para descobrirmos mais coisas novas. Como irmãos,
completamos uns aos outros.
Acerca do Evangelho de hoje,( São
Lucas 2,22-35.) diz:
“”São Cipriano
(c. 200-258) bispo de Cartago e mártir Sobre a morte, 2-3
Agora,
Senhor [...], deixareis ir em paz o vosso servo»
Vede o
exemplo de Simeão, o justo: era verdadeiramente justo e observou fielmente os
mandamentos de Deus. Uma inspiração divina tinha-lhe dado a conhecer que não
morreria sem primeiro ter visto a Cristo; e assim, quando Cristo, ainda
criança, foi ao Templo com sua Mãe, percebeu, iluminado pelo Espírito Santo,
que o Salvador tinha nascido, como lhe fora predito, e compreendeu que a sua
morte estava iminente.
Alegre com
essa perspetiva, e certo de que seria em breve chamado para junto de Deus, tomou
o Menino nos braços e exclamou, bendizendo o Senhor: «Agora, Senhor, segundo a
vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a
vossa salvação». Demonstrava assim que a paz de Deus é para os que O servem,
que gozam de doce quietude e liberdade quando, subtraídos aos tormentos do
mundo, alcançam o refúgio e a segurança eternos. [...] Só então a alma encontra
a paz verdadeira, o repouso total, a segurança duradoura e perpétua.””
Mas São Cipriano não
se fica por aqui. E diz acerca de outra passagem, a dos Santos Inocentes:
«O servo
não é mais que o seu senhor»
O apóstolo
João escreveu: «Quem diz que permanece em Deus também deve caminhar como Ele
caminhou» (1Jo 2,6); e São Paulo: «Somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos
de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo,
pressupondo que com Ele sofremos, para também com Ele sermos glorificados» (Rom
8,16s). […] Irmãos caríssimos, imitemos Abel, o justo, que inaugurou o martírio
sendo o primeiro a sofrer a morte pela justiça (Gn 4,8) […]; imitemos os três
jovens, Ananias, Azarias e Misael, que venceram um rei pelo valor da sua fé (Dn
3). […] Tanto os profetas a quem o Espírito Santo deu a conhecer o futuro, como
os apóstolos que o Senhor escolheu nos ensinam, deixando-se matar, a morrermos,
também nós, pela justiça.
O
nascimento de Cristo foi marcado pelo martírio de várias crianças de menos de
dois anos, por causa do seu nome; incapazes de combater, elas conquistaram a
coroa, para que ficasse bem claro que os que foram mortos por Cristo eram
inocentes, crianças inocentes que foram mortas por causa do seu nome […]. O
Filho de Deus sofreu para fazer de nós filhos de Deus e os filhos dos homens
não querem sofrer para continuar a ser filhos de Deus? […] O Senhor do mundo
lembra-nos: «Se o mundo vos odeia, reparai que, antes que a vós, Me odiou a
Mim. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu; mas, como não vindes do
mundo, pois fui Eu que vos escolhi do meio do mundo […], lembrai-vos da palavra
que vos disse: o servo não é mais que o seu senhor» (Jo 15,18-20). […]
Quando
sustentamos o combate da fé, Deus olha para nós, os seus anjos olham para nós,
Cristo olha para nós. Que glória, que sorte ter Deus a presidir à prova e ter
Cristo como juiz, quando formos coroados! Armemo-nos, portanto, irmãos
caríssimos, com todas as nossas forças, preparemo-nos para a luta de alma
imaculada, fé plena e coragem generosa.””
Tantas coisas ditas,
que mais poderei dizer, depois das sábias palavras deste Santo?
Com os olhos, os
ouvidos, a mente e o coração bem abertos e atentos, desejo a todos a continuação
de Boas Festas!
Hermínia Nadais
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