segunda-feira, 11 de agosto de 2014

PASSEMOS À OUTRA MARGEM!



Isto de prestar atenção e meditar no Evangelho é nunca saber nada sobre Ele, pois cada passagem, cada dia e momento, nos evoca sempre algo diferente que precisamos de ouvir. O Evangelho deste domingo, Mt 14, 22-33, é deveras muito especial, pois fala na ida para a outra margem no mar da vida!
Aqui está uma questão que me surge fazer-me a mim mesma: O que será, de facto, ir para a outra margem?
Será ultrapassar a barreira do visível, ter fé em Jesus Cristo e na Sua Doutrina, valorizar as realidades intemporais…sair de mim e ir mais além, procurar ser melhor a cada dia, amar mais, perdoar mais, esquecer mais, ser mais presente, partilhar mais, sei lá quantos mais ficarão por aí!...
Jesus obrigou os discípulos a entrar na barca! Em que barca Jesus nos mandará entrar todos os dias?
Talvez… ou sempre… na luta acérrima contra as tentações e no ultrapassar realidades e circunstâncias difíceis.
Jesus rezou só no silêncio… por quem terá Ele rezado?
E eu… como rezo? Só no silêncio ou no meio dos ruídos das preocupações e canseiras desmedidas por tudo o que é efémero e passageiro? E rezo por quem… por quem necessita de amparo, de protecção, de ajuda… por toda a gente… ou só pelos meus amigos, familiares e por mim?!...
Jesus quis que os discípulos fossem sós na barca… a aguentar ventos, tempestades, intempéries… mas ausente das suas vistas estava próximo das suas aflições, pronto a amainar o mar e fazer a bonança!
Sem Jesus não há bonança, as tempestades da vida não se acalmam, não conseguimos dominar a barca da nossa vida!
A esta parte, Orígenes diz:

“E nós, se um dia depararmos com tentações inevitáveis, lembremo-nos de que foi Jesus que nos mandou embarcar; não é possível chegar à outra margem sem suportar a prova das vagas e do vento contrário. Depois, quando nos virmos rodeados por inúmeras e penosas dificuldades, cansados de navegar no meio delas com a pobreza dos nossos meios, pensemos que a nossa barca está no meio do mar e que essas vagas tentam «fazer naufragar na nossa fé» (cf 1Tim 1,19). […] Tenhamos então a certeza de que «a noite adianta-se e o dia está próximo» (Rom 13,12), de que o Filho de Deus chegará junto de nós para amansar o mar, caminhando sobre as suas águas.” 

Que estejamos sempre atentos para que sintamos bem de perto a ajuda do Senhor, que nunca nos faltará!

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