terça-feira, 26 de janeiro de 2021

CRIANÇAS… ATÉ AO FIM!

 

Pode parecer que não, mas quando o Mestre nos disse que fossemos como crianças, Ele sabia muito bem o que dizia.

Fui bebé que os meus pais e amigos diziam muito esperta, muito desenvolvida, mas do qual não me lembro, a não ser de algumas coisas que, por brincadeira, meus pais me contavam. Do tempo de criança bem pequena, tenho algumas recordações, mas muito boas referências dos meus pais. Entretanto, lembro que ao entrar na escola lia e escrevia corretamente, e fiz toda a primária e um exame de admissão ao ensino seguinte, em três anos, como a melhor aluna da  sala, tanto em comportamento como em aprendizagem.

 Meus pais não tinham dinheiro e, mesmo com estudo posteriores oferecidos por amigos, não aceitei, pois queria ser como minhas irmãs, na altura só tinha irmãs, meu irmão nasceu quando eu tinha 13 anos e um outro que foi nado morto eu já tinha 16 anos.

Entretanto, recordo o esforço dos meus pais para que nada nos faltasse, para irmos à Missa todos os Domingos, e nos meses de Maio e Outubro ao terço que era rezado à noite na Igreja. Tenho ideia de participar nas Via-Sacras e pregações Quaresmais, o que me magoava muito, lembro que uma tarde chorei, chorei, foi uma carga de trabalhos.

Fui catequista de iniciantes aos sete/oito anos de idade, e catequista paroquial normal aos onze, pelo que frequentei vários cursos de catequistas. Entretanto foi fundado na Paróquia um grupo de Ação Católica, a JAC, onde eu ocupei sempre os primeiros lugares. E num grupo de teatro, a mesma coisa.

Aos vinte anos fiz um exame de Regentes Escolares para poder dar aulas e comecei a estudar como auto didata, não passei do Bacharelato porque não quis, mas tenho um curso de Psicopedadogia  que me tem ajudado muito. Durante o meu trabalho de Docente sempre fui muito ativa, e no final, para não receber a reforma dada, tentei meter-me em várias atividades sociais para merecer o que recebia. A minha idade está avançada, mas ainda assim, sinto que a minha aprendizagem pessoal continua em todos os sentidos, inclusive na cozinha onde meus filhos e netos me têm ensinado muitos pratos novos que eu faço com perfeição e o maior carinho!

Se for referir a minha parte espiritual, a aprendizagem e aperfeiçoamento ainda tem sido maior e continuará a ser enquanto a memória, sentimento, dedicação, carinho, ternura, atenção, amor estiverem presentes no meu paupérrimo ser!

Olho para mim, com setenta e quatro anos, quase setenta e cinco, e vejo-me tal qual uma criança.

Criança que a vida ensinou e vai ensinando a ser, cada vez mais, com a ajuda de Deus que nunca me faltou e em Quem confio cada vez mais e mais!

Não queria partilhar isto… mas se puder levar alguém a um encontro mais profundo com o Senhor que nos habita, saibamos ou não, mesmo que eu o não saiba, será uma enorme alegria, pois uma das minhas maiores aflições e cuidados é a conversão ao Senhor de toda, toda a gente, pois tenho a certeza de que, só vivendo como Ele deseja, seremos realmente felizes já neste mundo lindo  muito mais na eternidade como o Senhor nos promete!

Que sempre seja louvado!

Por El, sejamos crianças, sempre, até ao nosso final nesta terra.

Hermínia Nadais

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