Pode parecer que não, mas quando o Mestre nos disse que fossemos como crianças, Ele sabia muito bem o que dizia.
Fui
bebé que os meus pais e amigos diziam muito esperta, muito desenvolvida, mas do
qual não me lembro, a não ser de algumas coisas que, por brincadeira, meus pais
me contavam. Do tempo de criança bem pequena, tenho algumas recordações, mas
muito boas referências dos meus pais. Entretanto, lembro que ao entrar na
escola lia e escrevia corretamente, e fiz toda a primária e um exame de
admissão ao ensino seguinte, em três anos, como a melhor aluna da sala, tanto em comportamento como em
aprendizagem.
Entretanto,
recordo o esforço dos meus pais para que nada nos faltasse, para irmos à Missa
todos os Domingos, e nos meses de Maio e Outubro ao terço que era rezado à noite
na Igreja. Tenho ideia de participar nas Via-Sacras e pregações Quaresmais, o
que me magoava muito, lembro que uma tarde chorei, chorei, foi uma carga de
trabalhos.
Fui
catequista de iniciantes aos sete/oito anos de idade, e catequista paroquial
normal aos onze, pelo que frequentei vários cursos de catequistas. Entretanto foi
fundado na Paróquia um grupo de Ação Católica, a JAC, onde eu ocupei sempre os
primeiros lugares. E num grupo de teatro, a mesma coisa.
Aos
vinte anos fiz um exame de Regentes Escolares para poder dar aulas e comecei a
estudar como auto didata, não passei do Bacharelato porque não quis, mas tenho
um curso de Psicopedadogia que me tem
ajudado muito. Durante o meu trabalho de Docente sempre fui muito ativa, e no
final, para não receber a reforma dada, tentei meter-me em várias atividades
sociais para merecer o que recebia. A minha idade está avançada, mas ainda
assim, sinto que a minha aprendizagem pessoal continua em todos os sentidos,
inclusive na cozinha onde meus filhos e netos me têm ensinado muitos pratos
novos que eu faço com perfeição e o maior carinho!
Se
for referir a minha parte espiritual, a aprendizagem e aperfeiçoamento ainda
tem sido maior e continuará a ser enquanto a memória, sentimento, dedicação,
carinho, ternura, atenção, amor estiverem presentes no meu paupérrimo ser!
Olho
para mim, com setenta e quatro anos, quase setenta e cinco, e vejo-me tal qual
uma criança.
Criança
que a vida ensinou e vai ensinando a ser, cada vez mais, com a ajuda de Deus que
nunca me faltou e em Quem confio cada vez mais e mais!
Não
queria partilhar isto… mas se puder levar alguém a um encontro mais profundo
com o Senhor que nos habita, saibamos ou não, mesmo que eu o não saiba, será
uma enorme alegria, pois uma das minhas maiores aflições e cuidados é a conversão
ao Senhor de toda, toda a gente, pois tenho a certeza de que, só vivendo como
Ele deseja, seremos realmente felizes já neste mundo lindo muito mais na eternidade como o Senhor nos
promete!
Que
sempre seja louvado!
Por
El, sejamos crianças, sempre, até ao nosso final nesta terra.
Hermínia
Nadais
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