sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

QUEM SERÃO OS PARALÍTICOS DE HOJE?!...

 


O Evangelho de hoje, Marcos 2, 1-12, fala-nos da cura de um paralítico que foi posto frente a Jesus em Cafarnaum, a cair de um telhado preso por umas cordas!

Era tanto o povo que seguia Jesus que tiveram de proceder assim para que Jesus pudesse ver o paralítico. A primeira coisa que Jesus fez quando o viu foi: “Filho, os teus pecados estão perdoados!”

Claro, estavam ali judeus que pensaram logo que Jesus estava a blasfemar, pois os pecados só podiam ser perdoados por Deus, mas Jesus, percebendo os seus pensamentos, continuou: “Que é mais fácil dizer, os teus pecados estão perdoados ou levanta-te e caminha?” E olhando o paralítico, repetiu a frase, e, pegando na enxerga, o paralítico começou a andar.

Isto prova que Jesus é Deus, pois tanto perdoa os pecados como cura as doenças! Mas… haverá doença pior do que o pecado?

Creio que não. Creio, não, tenho a certeza! Qualquer pecado nos desvia do verdadeiro caminho de amor que Deus/Jesus nos propõe, e nos desvia da felicidade que Deus/Jesus nos prometeu e tem reservada para nós!

Certo é que Deus/Jesus é tão Misericordioso e bom, tem-nos tanto amor e quer tanto a nossa felicidade que perdoa sempre, assim que, arrependidos, Lhe peçamos perdão!

“”Catecismo da Igreja Católica, §§ 1420-1421; 1468-1469

«Levanta-te»

Pelos sacramentos da iniciação cristã [batismo, confirmação e eucaristia], o homem recebe a vida nova de Cristo. Ora, esta vida, nós trazemo-la «em vasos de barro» (2Cor 4,7); por enquanto, ela está ainda «oculta com Cristo em Deus» (Col 3,3). Vivemos ainda na «nossa morada terrena» (2Cor 5,1), sujeita ao sofrimento à doença e à morte; a vida nova de filhos de Deus pode ser enfraquecida e até perdida pelo pecado. O Senhor Jesus Cristo, médico das nossas almas e dos nossos corpos, que perdoou os pecados ao paralítico e lhe restituiu a saúde do corpo (cf Mc 2, 1-12) quis que a sua Igreja continuasse, com a força do Espírito Santo, a sua obra de cura e de salvação [...]. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramento da Penitência e o da Unção dos Enfermos.

Toda a eficácia da Penitência consiste em nos restituir à graça de Deus e nos unir a Ele numa amizade perfeita. O fim e o efeito deste sacramento são, pois, a reconciliação com Deus. Naqueles que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e disposição religiosa, seguem-se-lhe a paz e a tranquilidade da consciência, acompanhadas duma grande consolação espiritual. Com efeito, o sacramento da reconciliação com Deus leva a uma verdadeira ressurreição espiritual, à restituição da dignidade e dos bens próprios da vida dos filhos de Deus, o mais precioso dos quais é a amizade do mesmo Deus (cf Lc 15,32).

Este sacramento reconcilia-nos com a Igreja. O pecado abala ou rompe a comunhão fraterna. O sacramento da Penitência repara-a ou restaura-a. Nesse sentido, não se limita a curar aquele que é restabelecido na comunhão eclesial, mas também exerce um efeito vivificante sobre a vida da Igreja, que sofreu com o pecado de um dos seus membros (cf 1Cor 12,26). Restabelecido ou confirmado na comunhão dos santos, o pecador é fortalecido pela permuta de bens espirituais entre todos os membros vivos do corpo de Cristo [...]: «O penitente perdoado reconcilia-se consigo mesmo no mais profundo do seu ser, onde recupera a própria verdade interior; reconcilia-se com os irmãos, que de algum modo ofendeu e magoou; reconcilia-se com a Igreja; reconcilia-se com toda a criação» (João Paulo II, «Reconciliação e penitência», 31).””

Maravilhosa esta explicação do catecismo da Igreja Católica que devíamos conhecer muito bem… e normalmente conhecemos superficialmente! Somos católicos, e não conhecemos profundamente o livro que, extraído das Escrituras Sagradas, nos governa, nos ensina a bem viver, a saber reconhecer efetivamente a consequência ou beneficiência dos nossos atos!

Não tenhamos dúvidas, os paralíticos de hoje somos nós, mais ou menos paralíticos, conforme vivamos mais ou menos com Deus no coração.

Não sei porque estou a dizer, nós, quando tenho de falar só por mim! Eu, sou uma paralítica do nosso tempo, pois faço muitas vezes o que não quero e não sou capaz de fazer o que devo!

Por mais que me esforce, há sempre uma falha onde menos penso.

Senhor, ajuda-nos a todos a seguirmos os Teus doces caminhos. Sê a nossa luz e fortaleza nas intempéries desta vida, que é o princípio da vida que não tem fim, junto de Ti na Eternidade!

Que sempre sejas louvado!

Hermínia Nadais

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