O Evangelho de hoje, Marcos 2, 1-12, fala-nos da cura de um paralítico que foi posto frente a Jesus em Cafarnaum, a cair de um telhado preso por umas cordas!
Era tanto
o povo que seguia Jesus que tiveram de proceder assim para que Jesus pudesse
ver o paralítico. A primeira coisa que Jesus fez quando o viu foi: “Filho, os
teus pecados estão perdoados!”
Claro,
estavam ali judeus que pensaram logo que Jesus estava a blasfemar, pois os
pecados só podiam ser perdoados por Deus, mas Jesus, percebendo os seus pensamentos,
continuou: “Que é mais fácil dizer, os teus pecados estão perdoados ou levanta-te
e caminha?” E olhando o paralítico, repetiu a frase, e, pegando na enxerga, o
paralítico começou a andar.
Isto prova
que Jesus é Deus, pois tanto perdoa os pecados como cura as doenças! Mas…
haverá doença pior do que o pecado?
Creio que
não. Creio, não, tenho a certeza! Qualquer pecado nos desvia do verdadeiro
caminho de amor que Deus/Jesus nos propõe, e nos desvia da felicidade que
Deus/Jesus nos prometeu e tem reservada para nós!
Certo é
que Deus/Jesus é tão Misericordioso e bom, tem-nos tanto amor e quer tanto a nossa
felicidade que perdoa sempre, assim que, arrependidos, Lhe peçamos perdão!
“”Catecismo
da Igreja Católica, §§ 1420-1421; 1468-1469
«Levanta-te»
Pelos
sacramentos da iniciação cristã [batismo, confirmação e eucaristia], o homem
recebe a vida nova de Cristo. Ora, esta vida, nós trazemo-la «em vasos de
barro» (2Cor 4,7); por enquanto, ela está ainda «oculta com Cristo em Deus»
(Col 3,3). Vivemos ainda na «nossa morada terrena» (2Cor 5,1), sujeita ao
sofrimento à doença e à morte; a vida nova de filhos de Deus pode ser
enfraquecida e até perdida pelo pecado. O Senhor Jesus Cristo, médico das
nossas almas e dos nossos corpos, que perdoou os pecados ao paralítico e lhe
restituiu a saúde do corpo (cf Mc 2, 1-12) quis que a sua Igreja continuasse,
com a força do Espírito Santo, a sua obra de cura e de salvação [...]. É esta a
finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramento da Penitência e o da
Unção dos Enfermos.
Toda a
eficácia da Penitência consiste em nos restituir à graça de Deus e nos unir a
Ele numa amizade perfeita. O fim e o efeito deste sacramento são, pois, a
reconciliação com Deus. Naqueles que recebem o sacramento da Penitência com
coração contrito e disposição religiosa, seguem-se-lhe a paz e a tranquilidade
da consciência, acompanhadas duma grande consolação espiritual. Com efeito, o
sacramento da reconciliação com Deus leva a uma verdadeira ressurreição
espiritual, à restituição da dignidade e dos bens próprios da vida dos filhos
de Deus, o mais precioso dos quais é a amizade do mesmo Deus (cf Lc 15,32).
Este
sacramento reconcilia-nos com a Igreja. O pecado abala ou rompe a comunhão
fraterna. O sacramento da Penitência repara-a ou restaura-a. Nesse sentido, não
se limita a curar aquele que é restabelecido na comunhão eclesial, mas também
exerce um efeito vivificante sobre a vida da Igreja, que sofreu com o pecado de
um dos seus membros (cf 1Cor 12,26). Restabelecido ou confirmado na comunhão
dos santos, o pecador é fortalecido pela permuta de bens espirituais entre
todos os membros vivos do corpo de Cristo [...]: «O penitente perdoado
reconcilia-se consigo mesmo no mais profundo do seu ser, onde recupera a
própria verdade interior; reconcilia-se com os irmãos, que de algum modo
ofendeu e magoou; reconcilia-se com a Igreja; reconcilia-se com toda a criação»
(João Paulo II, «Reconciliação e penitência», 31).””
Maravilhosa
esta explicação do catecismo da Igreja Católica que devíamos conhecer muito bem…
e normalmente conhecemos superficialmente! Somos católicos, e não conhecemos
profundamente o livro que, extraído das Escrituras Sagradas, nos governa, nos
ensina a bem viver, a saber reconhecer efetivamente a consequência ou beneficiência
dos nossos atos!
Não tenhamos
dúvidas, os paralíticos de hoje somos nós, mais ou menos paralíticos, conforme
vivamos mais ou menos com Deus no coração.
Não sei
porque estou a dizer, nós, quando tenho de falar só por mim! Eu, sou uma
paralítica do nosso tempo, pois faço muitas vezes o que não quero e não sou
capaz de fazer o que devo!
Por mais
que me esforce, há sempre uma falha onde menos penso.
Senhor,
ajuda-nos a todos a seguirmos os Teus doces caminhos. Sê a nossa luz e
fortaleza nas intempéries desta vida, que é o princípio da vida que não tem
fim, junto de Ti na Eternidade!
Que
sempre sejas louvado!
Hermínia
Nadais
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