sexta-feira, 5 de julho de 2013

DEUS, VOCÊ E QUEM VOCÊ AMA!



Deus, você e quem você ama! Esta frase, que de onde a retirei se referia às boas vivências em casal, tocou-me bem fundo, pois pode aplicar-se a qualquer vida! Qualquer que seja a circunstância em que se desenrole, a boa relação de uma vida passa sempre por um trio: a própria vida, Deus, e a vida que se ama; a própria vida, a vida que se ama, e Deus; Deus, a própria vida, e a vida que se ama!

Não há sombra para dúvidas! Se Deus é Amor, impreterivelmente, tem de estar presente em todas as relações, pois de contrário, as relações nunca por nunca poderão ser de amor, porque sem Deus o verdadeiro amor não existe! Pode existir egoísmo, amores variados sem sumo nem sentido de vida plena, mas amor verdadeiro é impossível sem Deus!

Há muitos casais unidos pelo Sacramento do Matrimónio Cristão, mas há muitos mais que vivem juntos em união de facto, casados civilmente ou em qualquer religião! O Matrimónio cristão é um sacramento ou sinal da bênção de Deus. O Sacerdote ou Diácono que assiste à cerimónia é uma testemunha e o representante de Deus que abençoa o casal, mas o Sacramento em si, é realizado pelos próprios noivos, pois o “SIM” à união são os noivos que o dão!

Mas… não podemos ter dúvidas! O amor de qualquer casal, unido em Matrimónio cristão ou não, pode ser verdadeiro, e é-o com toda a certeza se o casal vive em pleno respeito, união e harmonia, ajudando-se e compreendendo-se mutuamente! E Deus está com esses casais, porque onde estiver o verdadeiro amor habita Deus!

Vou transcrever um texto que me chegou do comentário a um Evangelho Quotidiano, extraído de ‘Tertuliano (c. 155-c. 220), teólogo!


“Onde dois estiverem reunidos, Cristo estará presente

Onde encontrar palavras para exprimir toda a excelência e felicidade do matrimónio cristão? A Igreja redige o contrato, a oferta eucarística
confirma-o, a bênção coloca-lhe o selo, os anjos que são dele testemunha registam-no, e o Pai dos céus ratifica-o. Que aliança doce e santa a de dois fiéis que carregam o mesmo jugo (cf Mt 11,29), reunidos na mesma esperança, no mesmo desejo, na mesma disciplina, no mesmo serviço!
Ambos são filhos do mesmo Pai, servos do mesmo Senhor […], formando uma só carne (cf Mt 19,5), um só espírito. Oram juntos, adoram juntos, jejuam juntos, ensinam-se um ao outro, encorajam-se um ao outro, apoiam-se um ao outro.
Encontramo-los juntos na igreja, juntos no banquete divino. Partilham por igual a pobreza e a abundância, as perseguições e as consolações. Não há segredos entre eles, nenhuma falsidade: confiança inviolável, solicitude recíproca, nenhum motivo de tristeza. Não têm de se esconder um do outro para visitar os doentes, para dar assistência aos indigentes; a sua esmola não é motivo de disputa, os seus sacrifícios não conhecem escrúpulos, a observância dos seus deveres quotidianos é sem entraves.
Entre eles não há sinais da cruz furtivos, nem saudações inquietas, nem ações de graças mudas. Da sua boca, livre como o seu coração,
elevam-se hinos e cânticos; a sua única rivalidade é a de ver quem
celebra melhor os louvores do Senhor. Cristo alegra-Se com tal união; a tais esposos Ele envia a sua paz. «Onde dois estiverem reunidos», Ele também está presente (cf Mt 18,20); e onde Ele está presente, o inimigo da nossa salvação não tem lugar.”



Este comentário apresentado como meditação, como se pode verificar já tem muitos anos, mas mantém-se atual… atualíssimo! O Matrimónio Cristão é isto mesmo! É um partilhar vida e caminhar juntos no meio do mundo e a povoar o mundo, com Deus e rumo a Deus!

Mas… as verdadeiras vivências do Matrimónio Cristão foram-se deteriorando e a maior parte dos exemplos não são os melhores! E isso não foi nem é nada bom para as gentes jovens puderem enveredar por verdadeiras vivências cristãs na formação das suas famílias!

Cada vez há menos jovens a procurar o Matrimónio Cristão! Porque cada vez se compreende menos o que é o Matrimónio Cristão! E cada vez se vive menos como deve o Matrimónio Cristão! E ainda mais: fizeram do Matrimónio Cristão uma ocasião para juntar familiares e amigos para festas dispendiosas assentes na grande maioria das vezes em promessas que não saem do coração, ou seja, a celebração de um Matrimónio que não o chega a ser, porque assente em pressupostos errados, interesses que nada têm a ver com o verdadeiro amor!

Senhor! Que poderei fazer pelo Matrimónio Cristão!

Que o Espírito santo me(nos) ajude!

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