Leprosos… quem são os verdadeiros leprosos?!

Aos verdadeiros leprosos… não se vê a lepra… sente-se… no vagaroso rodar da vida!

Há 60 anos que no último Domingo de Janeiro se comemora o Dia Mundial dos Leprosos, com a finalidade de promover a prevenção da doença da lepra e angariar fundos para curar as pessoas que tiveram a infelicidade de a contrair!

A lepra é uma doença repugnante que desde sempre aterrorizou a Humanidade, pois as feridas são de aspeto horrível e muito dolorosas!

Os Homens não nasceram para viver isolados, mas em comunidade!

Faz muitos séculos que os leprosos eram retirados da sociedade por causa do enorme perigo de contágio, pois pensava-se que era doença hereditária, pelo que havia famílias inteiras que eram sofridamente segregadas do seu meio ambiente e ficavam a viver em condições miseráveis à espera da morte.

O isolamento a que estavam sujeitos tocou por demais o amorosíssimo Coração de Jesus, sempre solícito a ajudar os necessitados, facto que os Evangelistas descreveram relatando a forma discreta como Jesus curou os leprosos que tiveram a coragem de ir ao Seu encontro!

Entretanto, surgiu um grande apóstolo na luta contra esta terrível doença, o Francês Raoul Follereau, que percorreu mais de 95 Países para aliviar a dor destes doentes e procurar meios de facultar o respeito por esses doentes bem assim como a sua reinserção social.

Muito embora esteja quase erradicada de muitos países, principalmente os mais desenvolvidos culturalmente, hoje, como sempre, continua a haver doentes de lepra que a infinita misericórdia de Jesus, milagrosamente, continua a curar!

Aos doentes da lepra corporal, agora reconhecida como não hereditária e de fácil tratamento, é facultada a cura pelas dádivas que a boa vontade dos corações humanos vão depositando nos pequenos mealheiros que a APARF vai espalhando por toda a parte e pela angariação feita no último domingo de Janeiro de cada ano.

Mas… há outras lepras… as morais e espirituais, bem mais difíceis de detetar e de curar, porque saídas do coração! Essas, sim… são mesmo as maiores lepras do nosso tempo!...

E eu?!... Como andam as minhas lepras?!...  

Nada boas! Preguiças e egoísmos… descuidos e cuidados exagerados… desânimos e desleixos… pensamento vadio que não obedece à vontade… o acabar por não fazer o que quero mas o que não quero fazer… o não conseguir olhar-me como devo nem desvendar realmente quem sou e o que necessito fazer para me sentir bem comigo mesmo… o não registar as coisas a fazer e deixar tudo ou muita coisa pela metade!…

Tantas lepras… que doem mesmo!

Será que, como os leprosos do Evangelho, vou como devo ao encontro do Senhor para que me cure as minhas lepras?! Que eu quero ir… claro que quero! Mas… se vou… não tenho tanta certeza! Eu não sei se tenho as minhas mãos bem curadas!

Senhor! Cura-me (nos) das minhas(nossas) lepras morais e espirituais como curaste os leprosos corporais do Teu tempo!